Rio de Janeiro, 28 de Março de 2024

Papo de Calcinha

Papo de Calcinha

PAPO DE CALCINHA

Chega de papo de cueca e de brejas em clubinhos de machos.

Agora é a nossa vez!

Vamos soltar a voz mulherada!

Vamos aterrorizar a rapaziada!

Para isso, bem vindo ao 'Papo de Calcinha'...

A partir de agora, Diana (a mais nova personagem do UNIVERSO DA MULHER) vai desatar a falar e não parar mais. Dividir suas dúvidas, problemas e uma série de acontecimentos que rondam o universo feminino é o que pretende
Diana com seu Papo de Calcinha. De uma forma bem humorada, a cada quinze dias, serão publicadas novas aventuras de Diana, uma publicitária de 25 anos, que só quer ser feliz, encontrar o homem perfeito e entender o que se passa na cabeça dos machos. Aproveite, leia, desfrute e dê sempre a sua opinião.

Bom divertimento.

Por quê amamos os canalhas

 
Foi o que me perguntei, num domingo chuvoso, assistindo a uma dessas comédias diabéticas românticas, em um canal qualquer da TV a cabo.
Alguma cena daquele filme da década de 80 me fez parar e buscar uma resposta para essa pergunta que não quer calar: Por quê sempre me apaixono por canalhas?
Por quê nós (mulheres) amamos os canalhas?
 
 
Talvez seja um instinto feminino que se aflora do nosso DNA.
Um instinto reprimido que nossas famílias tentam esconder, mas é mais forte que todas nós.
Adoramos os canalhas.
 
O engraçado é que, desde pequena, mamãe me ensinou que eu deveria ser virgem até o casamento, encontrar um rapaz de boa família, educado, trabalhador e que tivesse um bom emprego.
Deveríamos nos olhar, tomar sorvete na praça, tirar a mão abusada dele da minha perna no cinema, namorar, noivar, casar, ter três filhos e formar uma família feliz.
 
 
Que bom seria se essa fosse a lógica natural das coisas e se este homem – que ainda não foi criado – surgisse em minha vida. Mesmo assim, sempre estive na busca incansável desse homem e dessa vida regrada! Mentira! Não posso mentir. Sei o que é certo, mas sempre me apaixono pelo canalha.
 
 
Tenho que confessar que tenho uma queda por aquele que promete que vai me ligar e não me liga, que é o mais desejado por todas as mulheres do bar, por aquele que tem fama de ‘galinhão’, por aquele que sai comigo quando tem vontade, que diz que me ama durante os inesquecíveis quinze minutos e esquece depois, que promete conhecer minha família e assumir compromissos sob juras de fidelidade e, de repente, sofre de amnésia.
Por aquele que age por impulso, que me joga na parede e me chama de lagartixa.
Por aquele que guarda o meu telefone numa agenda e me escolhe num dia qualquer, que entra na minha vida como o “The Flash” e some como o Cásper.
***
Devo ser doente!
 
Por quê será que só o errado me atrai?
Acho que vou procurar um médico, um terapeuta, um psicólogo, um psiquiatra...devo Ter algum problema.
Não, não tenho problema porque descobri, um dia desses, que não sou a única.
 
Sentada num boteco qualquer com as minhas três amigas inseparáveis: a Paloma, a Gigi e a Betina, a gente conversava sobre os nossos relacionamentos frustrados amorosos.
A Paloma, já com seus 35 anos, casou-se com o primeiro namorado – aos 20 anos. O casamento foi lindo nos primeiros sete anos, depois caiu na decadência total. Durou uns anos a mais, até ela descobrir que o canalha do ex-marido dela a traía com a vizinha do 25º andar...e já fazia cinco anos! O típico canalha fiel – é fiel à oficial e à amante. Não falha com nenhuma e administra muito bem dois pares seios.
 
 
A Gigi sempre revoltada com os homens e feminista ao extremo também não fica fora da turma das ‘Maria-Canalha’. Seus relacionamentos sempre foram rápidos. Sempre admirei a forma como ela tratava os homens. Como objetos – como deve ser. Mas, mero engano, a Gigi sempre fez isso por medo de se envolver e, mesmo assim, sempre deitou-se com os mais canalhas da face da terra e se apaixonou por todos eles.
 
A Betina, a mais sensata de nós, acabara de sofrer uma desilusão amorosa. Encontrou o homem perfeito nos corredores da universidade. Caiu nas lábias dele, numa fração de segundos. Porém, o homem perfeito era casado, pai de três filhos e incapaz de largar a mulher. Não deu outra: o jeito foi a Betina cair fora do matrimônio.
***
Um pouco regadas de chope e frango à passarinho, eu e minhas amigas estabelecemos um debate ali mesmo, na mesa do bar, e chegamos à uma conclusão: toda mulher tem uma queda por canalhas. Não adianta me bater, nem mudar de história, cara leitora, assuma!
Você, assim como eu, em algum momento da sua vida, dedicou-se inteiramente a um cara que não merecia nem uma fração de segundo do seu tempo, um cara que não valia a pena, que não te merecia, que todas as suas amigas te alertavam e odiavam, mas você só pôde ver isto depois que ele te abandonou, não foi? Porém, mesmo errado e mesmo sofrendo, você adorou ele e, até hoje, sente saudades dos bons momentos?
 
 
Bem vinda ao MAPC (Mulheres que se Apaixonam Por Canalhas).
 
Somos livres, independentes, donas do nosso próprio nariz, dominamos o mundo, entramos cada vez mais no universo masculino. Nos livramos de muitos preconceitos, dos sutiãs, da autoridade machista. Ganhamos o direito da pílula anticoncepcional, do voto, do trabalho...mas ainda não conseguimos nos livrar dos canalhas, figurinhas típicas desde os tempos de Cabral. (Aliás, Cabral também devia ser um canalha)
 
 
Não se desespere, minha amiga! Somos todas assim e vamos juntas vencer mais este desafio. Por enquanto, deixo aqui, algumas dicas para que você identifique com mais facilidade e caia – menos – nas garras dos canalhas de plantão.
 
 
Cuidado com o Canalha Ursinho Puff, o típico canalha carinhoso.
Ele aparece nos momentos em que você está mais carente, primeiramente, ele parece um amigo – te dá conselhos, te diz tudo o que você quer ouvir e, sem esperar, ele já entrou na sua vida e você já está envolvida por todo o seu mel. Porém, como bom canalha, na hora em que você já está pedindo chupeta, mamadeira e histórinhas para dormir, ele desaparece e puff!, você cai do cavalo.
 
 
Tem o Canalha Sincero, tão sincero que vai logo dizendo que não quer compromisso sério, que tem outros relacionamentos, que não vai abandonar os amigos, que não se apega a ninguém, que não saiu porque não estava afim e que cansou de você. Mas você gama em tanta sinceridade.
 
O Canalha Fantasma, é típico também.
É aquele que aparece quando quer, quando dá na telha e quando você menos espera. Sua primeira aparição assusta, mas depois você passa a rezar todas as noites para ele aparecer novamente.
O Canalha Big Brother é aquele metido a gostosão, o qual todas as garotas querem, ele vive exaltando suas características físicas, transa com você, olhando no espelho, te beija como se beijasse a ele próprio.
Tem várias amiguinhas e, só porque apareceu num comercial de creme dental, acha que você é obrigada a conviver com o estrelismo dele. Porém, você faz ou faria tudo para, ao menos, um dia ao lado do global.
 
 
Poderia escrever umas 500 páginas, só para falar sobre cada tipo de canalha e suas ramificações.
É ramificações porque deve existir um canalha mor, um tipo de profeta dos canalhas, que passam os ensinamentos aos canalhas baby e assim segue esse círculo vicioso. Pois é incrível que as minhas reclamações sobre os canalhas da minha vida são as mesmas reclamações da minha sobrinha de 15 anos sobre o seu canalha júnior!
 
Se alguém tiver o endereço dessa Universidade Federal Mundial de Canalhas, me passa que eu faço questão de jogar uma bomba no pátio, bem na hora de uma conferência sobre como enganar as mulheres. Ou se alguém tiver um remédio, uma solução, uma terapia, um antídoto contra canalhas, passa lá em casa, me liga, manda um email, deixa um scrap no orkut, fale comigo no MSN, manda um torpedo...
 
 
Para enviar sugestões, críticas, elogios e opiniões, mande um e-mail para falecom@universodamulher.com.br   e faça seus protestos contra os Homens!
 
 
 
Letícia Vidica tem 22 anos e é universitária do último ano de jornalismo.
Paulistana de coração, ela adora escrever e tem escondido em seu guarda-roupas várias histórias, contos, peças e livros que são seus hobbys nas horas vagas. Além de escrever, adora ler, estar com os amigos, família, namorado e se divertir à beça.
 
Criar um blog sempre uma das vontades de Letícia. Pra quem gosta de escrever, como ela, qualquer publicidade é pouca... Porém, seu desejo não era criar um blog para ficar contando a sua vida pessoal e sim algo que tivesse mais cara de livro, com jeito de diários, com a descontração de um bate papo ... foi aí que ela pariu o PAPO DE CALCINHA, o blog onde coloca todos os seus desabafos através de sua amiga imaginária, Diana (quem nunca teve uma?) e, a partir de agora, também compartilha com o site UNIVERSO DA MULHER.
 
 
 
 

Crédito:Letícia Vidica

Autor:Letícia Vidica

Fonte:Universo da Mulher