Rio de Janeiro, 23 de Abril de 2024

Saúde bucal de mãe para filho

A Associação Brasileira de Odontologia (ABO) orienta: cuidados com a saúde bucal da mãe e do bebê durante a gestação podem fazer a diferença por toda a vida


 

Mães e filhos com qualidade de vida, é importante que a saúde bucal de ambos não seja negligenciada, inclusive durante a gestação. Afinal, os rumos da saúde começam a ser definidos cedo, na gravidez, e pela boca da mãe.

 

Dentistas para mãe e filho – Conjunto de ações preventivas que a futura mamãe deve implementar para a manutenção da sua saúde bucal e da do bebê, o pré-natal odontológico costuma ser realizado por dois cirurgiões-dentistas: um odontopediatra, responsável pelas orientações quanto aos cuidados com a saúde da criança, e um clínico, que vai atender a mãe e o núcleo familiar.

A cirurgiã-dentista Silvia Chedid, consultora da ABO em Odontopediatria, enfatiza que a gravidez não pode ser impedimento para que a mulher cuide de sua saúde bucal. “Gravidez não é doença, e, apesar dos cuidados que se deve ter no atendimento odontológico a grávidas, como a atenção ao tempo que a mulher passa sentada na cadeira, não há restrições quanto a tratamentos”, explica. Ainda segundo a odontopediatra, alterações hormonais típicas da gravidez deixam as gengivas mais suscetíveis a problemas nos vasos capilares e nos tecidos, o que deve aumentar a atenção. “Soma-se a isso a dedicação da mãe ao bebê em detrimento de sua própria saúde. Durante a gravidez, muitas mulheres descuidam, por exemplo, da higienização oral, o que é um grande erro, porque, além de prejudicar a sua própria saúde, os problemas decorrentes disso podem afetar a criança. Uma infecção na boca pode se espalhar e prejudicar o bebê”, alerta Silvia.

Saúde bucal começa na barriga – Sob forte influência dos hábitos da mãe, o bebê ainda em gestação também precisa de acompanhamento odontológico, e não há profissional mais indicado para isso do que o odontopediatra. “A primeira visita ao dentista deve ser ainda na barriga da mãe”, diz Silvia Chedid. Na visita, o odontopediatra orienta a mulher quanto à interação dos seus hábitos com a formação do bebê. No quarto mês de gestação, por exemplo, começam a se formar as papilas gustativas da criança, e a alimentação da mãe nesse período terá grande influência na predisposição do filho a determinados tipos de alimento. “Por isso, deve-se ter cuidado com a ingestão de doces durante a gravidez, entre outras coisas”.

Ao nascer, a criança precisa voltar ao dentista – desta vez, para que as condições da formação da boca sejam avaliadas. Se o único alimento do bebê é o leite materno, não há necessidade de higienização oral. “A borra que o leite forma na boca da criança é importante para o desenvolvimento de imunidades”, explica Silvia. Caso seja utilizada mamadeira ou outros artifícios, a higiene oral deve ser feita com gaze ou algodão.

A próxima visita ao consultório odontológico deve acontecer quando o primeiro dente nascer, para que novas orientações sejam dadas. “A partir desse momento, a higienização oral precisa ser feita, e há vários métodos para isso. O mais aconselhável é o uso de escovas específicas para o bebê, para já estimular o hábito da escovação. Como não há controle da ingestão de creme dental nessa idade, devem-se utilizar aqueles que tenham quantidades mínimas de flúor”, aconselha a odontopediatra.

A partir daí, os especialistas recomendam que mãe e filho visitem o dentista semestralmente, garantindo melhor saúde bucal e sorrisos por vários Dias das Mães, ou seja, para toda a vida.

Crédito:Cris Padilha

Autor:

Fonte:Zaíra Barros