Vera Loyola tem razão de reclamar. Hoje, não existe um único criador de pequinês no Estado. No resto do país são apenas sete: quatro em São Paulo, um no Distrito Federal, um em Pernambuco e outro no Rio Grande do Sul. Se o pequinês vive no ostracismo, o labrador nunca desfrutou de tanto prestígio. Só no Kennel Club há 73 criadores registrados. O pequinês chegou ao Brasil na década de 60. O cão se manteve no ranking dos mais comprados até o fim dos anos 70. ""Hoje, quem procura um cão pequeno prefere o dachshund, o terrier ou o pug"", diz Edson Bárbara, proprietário do canil Damabiah, em São Paulo, um dos poucos que ainda criam pequinês no país. Bárbara abriu seu canil há dez anos. Desde então, vende em média 12 filhotes por ano.
Os criadores acreditam que o principal fator para o quase desaparecimento da raça foi a má qualidade dos filhotes, resultado de reproduções inadequadas. O pequinês autêntico tem entre 15cm e 23cm de altura, focinho achatado, largo e preto. O pêlo deve ser longo, liso. Olhos esbugalhados são sinal de falsificação. O detalhe mais surpreendente é que o pequinês autêntico tem boa índole e não se parece em nada com os tipos birrentos responsáveis pela má reputação do bicho. ""A fama de nervoso do pequinês é culpa das misturas mal-sucedidas. O original é extremamente equilibrado e dócil"", diz Caio Oliveira, dono do canil Victória Alkuist, de São Paulo.
Crédito:Fatima Nazareth
Autor:Renata Brito
Fonte:Domingo - JB