Rio de Janeiro, 11 de Dezembro de 2024

Banalização da violência

Cansei de ligar a televisão ou andar pela rua e ver cenas de violência. Passei da época de apenas manter-me inerte como a maioria de meus irmãos.
 
Sei que hoje os sentimentos de surpresa já são mais raros dentro de mim.
 
A verdade é que a violência já está banalizada de tal modo que minha consciência se perde entre atos e palavras frias, mas minha luta não.
 
Será que Freud explica?

Crianças são machucadas.
 
Roubam-se suas inocências e deixam marcas externas para a vida toda.
 
Idosos sofrem com estranhos e mesmos familiares a romper com seus sonhos e idealizações.
 
Jovens são assediados para o crime e nele perdem vida e identidade.
 
Em todos restam as marcas internas, muito mais dolorosas que as demais.

Tudo isso ocorre porque homens e mulheres já não possuem mais o sentimento de irmandade. Agem como bichos, por mero instinto. Pegam a presa, machucam-na conscientemente e se comprazem com seus ímpetos de maldade.
 
Isso por sentimentos mesquinhos como seus geradores – vingança, ego, ódio, ciúmes, vaidade que são alimentados por crimes e outros atos violentos.

A justiça ainda tenta detê-los, mas esbarra na corrupção e demora de processos que se amontoam em pastas e gavetas.
 
A sociedade por vezes arregaça as mangas e age, mas são ações isoladas de pequenos grupos.
 
Outros pedem para um Ser supremo que a consciência e bondade se instalem nos corações dos criminosos.

Obstáculos sempre surgirão quando se está em luta contra o mal, mas a coragem deve ser a palavra de lei quando o objetivo é nobre. Sigamos em frente, mesmo já cansados.
 
Continuemos na luta, mesmo quando os inimigos se mostram tão ferozes. Saibamos que um dia tudo mudará, mas que esta mudança só será possível se for feita por mim, por você, por todos nós. Não fiquemos parados, mostremos nossos descontentamentos, sejamos irmãos.
 

 


 

Crédito:Mayara Paz

Autor:Mayara Paz

Fonte:Universo da Mulher