Rio de Janeiro, 19 de Abril de 2024

Você tem medo de quê?

Você tem medo de quê?
Aprender a reconhecer seus temores e a dimensão desses medos é o primeiro passo para  que você possa lidar com eles de maneira prática, objetiva e, principalmente, construtiva.

Qual é a coisa de que tem mais medo na vida?
 
De ser despedido?
De levar um tiro?
Ou de falar em público?
 
Muitas sondagens e entrevistas comprovam que este último é o maior receio das pessoas.

Antes de mais nada, vamos esclarecer que o medo é essencial à preservação da vida e, por isso mesmo, é uma das emoções mais presentes no ser humano.
 
Trata-se de um recurso que a natureza nos deu para podermos reconhecer as situações de perigo e, diante delas, tomarmos a decisão de permanecer ou fugir. Se um homem pudesse extinguir completamente o medo dentro de si, ele provavelmente morreria em pouco tempo.
 
Assim, eliminá-lo não seria um ato de coragem, mas algo totalmente inumano, contrário à vida.
 
Observe que quando alguém subestima o medo, pode colocar sua vida em risco; ao contrário, quando o superestima, deixa de viver aos  afastar quase todas as suas possibilidades. Nos dois casos, a pessoa está preterindo o que tem de mais precioso: a própria vida.
 
Sua origem está na percepção de que a vida não é eterna, tem um limite, o que nos demonstra que o medo básico de qualquer ser humano é justamente o de perder a própria vida.
 
Mesmo quem acredite em reencarnação ou eternidade tem consciência de que a vida que começou, um dia terá um fim.
 
Há ainda a questão do desconhecido, afinal o que vem depois do fim? Ou não vem nada?
 
E o que dizer do aspecto do sofrimento, afinal o medo não é de, simplesmente, deixar de viver, mas também em que circunstâncias isso acontecerá.
 
Apesar desse "medo do fim", podemos entender a vida como algo muito maior que essa oportunidade finita, mais abrangente do que o fato de que esse período acaba.O medo tem uma dimensão muito ampla.
 
Quando analisamos as etapas primitivas do homem, constatamos que os perigos eram muito evidentes, objetivos naquela época, afinal havia o inimigo animal, o próprio inimigo homem, a natureza. Diante dessas ameaças, o ser humano reagia, enfrentando o perigo ou fugindo. O medo cessava, à medida que o perigo terminava.
 
Com a complexidade da vida, os medos cresceram e hoje eles não são mais apenas objetivos, ou seja, atualmente não tememos apenas algo que esteja a nossa frente.
 
Na verdade, passamos a guardar e acumular dentro de nós histórias de medo que, muitas vezes, já não é mais real, objetivo. Pois bem, mas se o medo não é objetivo, ele é subjetivo.
 
Como identificar sua origem?
 
"Todo veneno contém em si mesmo o antídoto". "A solução está dentro do problema". KrishnamurtiÉ possível começar avaliando se a dimensão do perigo é real ou se seu tamanho foi criado dentro da pessoa, subjetivamente. O que determina isso são suas vivências, sua história, a forma como interpreta os eventos acontecidos, seus sonhos concretizados e os não-realizados, o quanto é ou não aceita, as possibilidades que existem para ela, entre tantos outros elementos.
 
Quando esse medo subjetivo deixa de assim ser, torna-se ansiedade, que nada mais é do que o "medo colocado no futuro".
 
Vale destacar que esta emoção é muito destrutiva em nossa vida.O lado positivo do medoO medo por si só não constitui um problema, pois pode indicar que temos de nos preparar melhor para fazermos algo ou, ainda, sinalizar que devemos buscar outra alternativa. 
 
Note que o medo é uma força, tem energia, e nós podemos usá-la como impulso para conquistar algo que queiramos. Usando uma estratégia adequada, é possível se basear numa tática de luta: se aproveitar da energia do adversário.
 
Por isso, canalize a energia do medo!
 
"Coragem e coração têm a mesma raiz etimológica. Simbolicamente, o coração é a sede das emoções, e a coragem é quando você se apossa delas, deixando de ser refém de suas próprias emoções.
 
Portanto, ser corajoso é tomar posse do seu coração."    
 
Um trabalho de autoconhecimento ajuda a combater o medo.Através dele, é possível identificar, por exemplo, o quanto este está presente em seu dia-a-dia, qual a sua compreensão de vida, quanto você adia os sonhos e metas, o quanto você se prende ao passado e  angustia-se com o futuro…
 
O autoconhecimento implica em buscar compreender os eventos da vida que o fazem pensar, sentir e agir de determinadas maneiras.  Desta forma, trata-se de um recurso para harmonizar pensamentos, sentimentos e ações.
 
Lembre-se que quem está conectado ao "agora", torna-se mais presente ao diminuir seu medo e sua ansiedade, ao dar um sentido à vida e, finalmente, ao viver melhor. Não é isso o que todos nós queremos? "Pensar mas não agir é o que gera o medo".Isaac Newton.
 
 
"Perdemos muito por medo de tentar"
J.N. Maffitt
 
 
 
 
 
Katia Cristina Horpaczky
Psicóloga Clinica
CRP - 06/41.454-3

 
 
 
 

Crédito:Katia Cristina Horpaczky

Autor:Katia Cristina Horpaczky

Fonte:Universo da Mulher