O Silicone surgiu em 1963 nos Estados Unidos e de lá para cá, vem ganhando cada vez mais avanços tecnológicos e diferentes utilidades.
Mas é na cirurgia plástica onde surgem as maiores dúvidas sobre a utilização dessa substância.
Entre as principais dúvidas dos pacientes é no que diz respeito a onde se pode aplicar.
Segundo a Dra. Deusa Pires Rodrigues, Cirurgiã Plástica, e Membro efetivo da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, é possível colocar próteses de silicone no nariz, coxas, panturrilhas, nádegas e outros lugares, e a procura por esses locais, além das mamas.
Algumas pessoas se referem às próteses de silicone como algo que se tornou banalizado, mas a Dra Deusa, discorda, afirmando que, não houve banalização do uso, e sim uma maior acessibilidade à sua utilização.
Os formatos das próteses variam de acordo com o formato anatômico do local onde serão implantadas.
O que pode variar é o revestimento, que pode ser liso, texturizado ou com poliurutano. Essa variação no revestimento foi surgindo devido à necessidade de diminuir risco de encapsulamento da prótese.
Assim surgiu a texturizada que veio substituir a lisa a qual praticamente não é utilizada hoje.
Em seguida desenvolveram a com poliurutano na tentativa de diminuir ainda mais o risco de encapsulamento. Porém, os transtornos para colocá-la não justificam a pequena diminuição destes riscos, que nem está ainda comprovado.
Já as variações nas formas surgiram na tentativa de deixar o resultado cada vez mais natural, principalmente nas próteses mamárias, o que na prática ainda não é totalmente verificado.
Muitos perguntam se existe um tipo certo de prótese mamária para cada mulher.
Mas de acordo com a Dra. Deusa, não existe uma regra. Em geral cada cirurgião se adapta a um formato e a um revestimento que indica para todas as pacientes, em comum acordo com elas, mas a maioria utiliza próteses redondas e texturizadas.
Os resultados, porém dependem das técnicas cirúrgicas de cada cirurgião.
Uma prótese de silicone deve durar cerca de 20 a 30 anos dentro do organismo.
Para isso, alguns cuidados são necessários.
Por exemplo: há a necessidade de exames periódicos para avaliar condições do revestimento da prótese. Assim, deve-se realizar exames de Ultrassom ou Mamografia 1 vez ao ano.
Esses exames avaliam o estado da prótese e podem diagnosticar algum problema que possa ocorrer. O desgaste do revestimento é um exemplo. Revestimento é o envoltório da prótese, e pode se desgastar com o tempo.
Quando ocorre esse tipo de problema pode haver uma alteração do formato da mama. Outro problema que pode ocorrer é a ruptura da prótese, nestes casos esta deve ser substituída. “Mas não há nenhum risco de extravasamento ou coisa semelhante”, afirma a Dra. Deusa Pires Rodrigues.
Outro mito que circula pelos consultórios de cirurgia plástica é com relação ao tamanho da prótese mamária. Muitos acreditam que uma prótese muito grande pode prejudicar a coluna da mulher.
Mas a Dra Deusa afirma que não existe este risco: “peito grande não causa problemas de coluna”, afirma a especialista.
O que ocorre na verdade é que algumas pessoas considerarem exagero alguns tamanhos de próteses. Mas isso é uma questão de gosto pessoal e do profissional. Portanto não cabe julgamento de valor com relação a isso. Os limites em relação ao tamanho só são impostos caso haja alguma dificuldade técnica, ou aumento de risco de complicação.
Muitas pessoas procuram saber se a maioria das pacientes recorre ao silicone como fator corretivo ou por vaidade. Segundo a Dra Deusa, quando você aumenta um peito que absolutamente não combina com o tórax ou altura de uma paciente e só lhe causa transtornos sociais, na verdade você esta corrigindo um defeito.
A Cirurgia Plástica quem indica é o próprio paciente, porque só ele sabe o quanto algo o está incomodando. Então a maioria dos cirurgiões não considera as queixas como vaidade. Pois na verdade está sendo corrigido algo que realmente incomoda o paciente.
A prótese de mama é sem dúvida a mais procurada. Existem diferentes técnicas para essa cirurgia.
Pode ser pelas axilas, por baixo do seio e a periareolar, ou seja, um corte em forma de meio círculo na parte de baixo da aréola.
O motivo das diferentes vias de acesso é esconder as cicatrizes.
Se a pessoa cicatriza de forma adequada qualquer uma é boa.
Se a cicatrização for ruim, a via axilar é a pior delas, porque é onde a cicatriz fica mais visível.
Nesse caso a melhor opção é a periareolar que mesmo em indivíduos que cicatrizam mal, é onde a cicatriz fica de melhor qualidade.
Não há necessidade de nenhum preparo pré-cirúrgico, apenas exames laboratoriais para saber as condições de saúde da paciente e também um exame cardiológico, devido ao uso de substâncias anestésicas e tranqüilizantes.
Após a cirurgia as pacientes costumam referir sensação de peso, inchaço, de que está esticando, mas em geral não se queixam de dor.
Durante os 10 dias primeiros dias, ausentar-se totalmente das atividades habituais; 30 dias sem exercício físico algum; 3 meses sem exercícios com os braços; e após isto, fazer um controle anual com ultrasson ou Mamografia. Muitas pessoas se preocupam com a sensibilidade nos mamilos.
Mas a Dra deusa afirma que a maioria nem chega a perdê-la, e nos raros casos onde isso acontece, a sensibilidade volta 100% até 7 meses.
Teoricamente, qualquer pessoa pode colocar silicone.
Inclusive os homens, apesar de haver ainda alguma resistência, estão aderindo à essa técnica.
Geralmente eles se interessam por próteses de músculo grande peitoral ou panturrilha. O uso de próteses tem sido por alguns criticado, mas a maioria defende seu uso.
O maior benefício de seu uso é o aumento da auto-estima e um aumento na confiabilidade em si mesma que o paciente desenvolve, por ver-se mais agradável frente ao espelho. Isso reflete em todos os aspectos da sua vida.
Por Vera Morais em entrevista com Dra Deusa Pires Rodrigues
DRA DEUSA PIRES RODRIGUES – Especialista em Cirurgia Plástica
Membro Efetivo da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica
Rua Doutor Neto de Araújo, 320, conj. 105 - Vila Mariana
(11) 5084-4193 / (11) 5084-4193
Crédito:Vera Moraes
Autor:Dra Deusa Pires Rodrigues
Fonte:Universo da Mulher