Rio de Janeiro, 20 de Abril de 2024

Novembro Roxo

Nascimento de bebês prematuros no Brasil preocupa

Cuidados simples, como ir às consultas pré-natal, podem fazer a diferença na saúde do bebê

Alguns bebês chegam ao mundo antes do tempo. Apressadinhos, os prematuros nascem antes da 37ª semana de gestação e, mais frágeis, demandam cuidados especiais com sua saúde e desenvolvimento. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), no Brasil, por ano, nascem quase 300 mil prematuros, número que coloca o país na 10º posição no ranking mundial de prematuridade, que é a maior causa de mortalidade infantil até os cinco anos de idade em todo o mundo. Aqui no Brasil, a cada 30 segundos, morre um bebê ou uma criança por complicações relacionadas ao parto prematuro.

Por isso, o mês de Novembro é o mês de conscientização para a prematuridade, e, especialmente, no dia 17 de novembro é o Dia Mundial da Prematuridade. A Dra. Thais Bustamante, pediatra e neonatologista (especialista em prematuros) da Sociedade Brasileira de Pediatria, explica que a prematuridade constitui um maior risco para adoecimento, tanto na vida neonatal quanto na infância e vida adulta.

"Os prejuízos que a prematuridade traz extrapolam as questões cognitivas e comportamentais. É, de fato, um problema de saúde pública. Entre os prematuros, temos 59% de casos de prematuridade espontânea - os casos que não conseguimos prevenir. E o restante (41%) é de prematuros provocados", diz Thais.

Segundo a neonatologista, entre os principais desafios estão os de identificar a sobrevida do bebê, minimizar as complicações de curto prazo e evitar as complicações de longo prazo, para permitir que recém-nascido e família tenham uma boa qualidade de vida.

Apesar de algumas causas da prematuridade ainda serem desconhecidas, cuidados simples podem fazer a diferença na sua prevenção. Dra. Thais Bustamante cita algumas medidas que colaboram para evitar que o bebê nasça antes do tempo:

- "Se quer engravidar, programe-se", diz, "é importante conversar com o obstetra sobre a intenção para poder iniciar o uso de vitaminas e exames antes mesmo da concepção".

- Inicie o pré-natal o quanto antes: é melhor para a mãe e para o desenvolvimento do feto.

- Relate ao seu obstetra o seu histórico de saúde como doenças crônicas e reações alérgicas que você já apresentou, história familiar, assim como o histórico de saúde do pai do bebê.

- Siga as consultas e exames do pré-natal rigorosamente!

- Atenção com a sua pressão arterial e com o peso.

- Evite bebidas alcoólicas: "o álcool durante a gestação, mesmo em doses muito pequenas, pode ter efeitos bastante nocivos para o bebê, como a Síndrome Alcoólica Fetal (SAF) incluindo retardo mental, dificuldades de aprendizagem, defeitos na face e problemas de desenvolvimento."

- Não fume: "o tabagismo aumenta chances de parto prematuro, do baixo peso do bebê e da morbimortalidade dos recém-nascidos", diz a médica.

- Pratique exercícios de forma correta, sob supervisão e sem exageros.

- Mantenha o calendário de vacinação atualizado.

- Tome ácido fólico e vitamina B12, que vão garantir que o bebê não desenvolva malformações e danos no sistema nervoso.

- Esteja alerta para sangramentos e observe líquidos e secreções vaginais.

A pediatra lista ainda algumas das causas da prematuridade:

◦ bolsa rota/ruptura prematura de membrana;

◦ hipertensão crônica e/ou pré-eclâmpsia;

◦ síndrome de Hellp;

◦ insuficiência istmo-cervical;

◦ descolamento prematuro da placenta;

◦ placenta prévia;

◦ malformações uterinas e fetais;

◦ infecções uterinas;

◦ gestação múltipla;

◦ fertilização in vitro.

"O obstetra deve sempre fazer o acompanhamento de perto da gestante para ajudar a prevenir o parto prematuro. Além disso, há mulheres que estão fora do risco e podem passar por isso. Com o acompanhamento médico do pré-natal, é possível minimizar os perigos da chegada antecipada do bebê", conclui Dra. Thais.

 

Dra. Thais Bustamante Pediatra e Neonatologista

Pediatra e Neonatologista pela UNESP

Mestre em Cirurgia Pediátrica UNESP

Pós Graduada em Nutrição Pediatrica pela Boston Medicine University

 

 

 

Crédito:Luiz Affonso

Autor:Michelly Souza

Fonte:Update Comunicação