A gravidez sempre é motivo de alegria. Logo que a mulher descobre que está grávida, faz logo uma bateria de exames para ver se está tudo bem com ela e com o bebê. Até que descobre que está com diabetes gestacional. Há muitas mulheres que desconhecem está doença e não sabem a importância de tratá-la.
O diabetes gestacional é a alteração das taxas de açúcar no sangue que aparece ou é detectada pela primeira vez na gravidez.
Esse quadro de diabetes ou intolerância à glicose pode ou não persistir após o parto.
De acordo com o angiologista da Especial, Clínica dos Pés e presidente da ACD (Associação Carioca de Diabéticoa), Dr. Jackson Caiafa, é uma situação relativamente freqüente, que pode atingir cerca de 2,5 a 4% das grávidas.
“As mulheres que apresentaram diabetes gestacional têm grandes chances de desenvolverem diabetes tipo 2 após dar à luz. Se não, também correm o risco de adquirir o diabetes durante uma nova gravidez. Por essas razões, todas as mulheres que tiveram esse tipo de diabetes devem ser testadas esporadicamente após o parto. O primeiro teste deve ser feito seis semanas após o nascimento do bebê”, explica Dr. Caiafa.
Ele ainda esclarece que diagnóstico é feito pela dosagem da glicemia de jejum ou após a ingestão de sobrecarga com açúcar (curva glicêmica).
Principalmente, as de alto risco de diabetes (obesidade acentuada, parente de 1º grau com diabetes, se já apresentou glicose alta em alguma ocasião ou se teve bebê que tenha nascido com mais de 4kg, para as mamães de segunda viagem).
Nas outras, o rastreamento do diabetes gestacional deve ser feito entre a 24ª e a 28ª semana de gestação.
“Esse tipo de diabetes afeta a mãe em uma fase que os órgãos do bebê já estão formados, em fase de crescimento. Por essa razão, o diabetes gestacional não causa defeitos de formação do feto, como pode ocorrer na mãe que já tinha diabetes e ficou grávida, se mal controlada”, afirma a endocrinologista.
No entanto, o diabetes gestacional mal controlado pode ser prejudicial para o bebê especialmente no período perinatal (após o nascimento).
As altas taxas de glicose passam pela placenta e chegam para o bebê, que pode secretar muita insulina fazendo com que ele fique muito grande (mais de 4 Kg). É o que se chama de macrossomia.
Pelo excesso de insulina, esses bebês podem ter hipoglicemia depois que nascem.
A mãe com diabetes gestacional tem maior chance de apresentar alterações na pressão arterial (hipertensão).
Uma vez diagnosticado o diabetes gestacional, é fundamental o controle das taxas de glicose para evitar problemas na saúde fetal e materna.
A introdução de uma dieta balanceada e de atividade física podem, em muitos casos, controlar a hiperglicemia.
No entanto, se houver elevação inadequada das taxas, devem ser introduzidas aplicações de insulina durante a gestação.
A forma de controle do diabetes gestacional será determinada pelo médico, incluindo a realização de glicemias capilares (ponta de dedo) e de testes de A1C e frutosamina, e de cetona na urina.
Porém, Dr. Caiafa garante que se houver acompanhamento médico e tratamento as chances de sucesso aumentam muito.
“Mantendo-se as taxas bem controladas e seguindo as orientações do médico, a gestação pode seguir um curso normal, com saúde para a mãe e para o bebê”, tranqüiliza o médico.
Crédito:Fatima Nazareth
Autor:Érica Avelar
Fonte:DMC - Assessoria de Imprensa, Comunicação e Marketing