Rio de Janeiro, 19 de Abril de 2024

Medicina avança e cartilagem já pode ser regenerada

Medicina avança e cartilagem já pode ser regenerada

 

 

Através da técnica Plasma Rico em plaquetas, lesões, reumatismos e artroses podem ser curadas

     O Plasma Rico em Plaquetas vem apresentando desenvolvimento contínuo. Através do uso da técnica, foi visto que os pacientes que passam por cirurgias ortopédicas vêem obtendo resultados bastante positivos. O ortopedista Carlos Henrique Bittencourt constatou que uma paciente com artrose conseguiu regenerar a cartilagem da área prejudicada. “Eu estava desenganada. Teria que colocar prótese no joelho, mas, quando soube que aqui no Rio de Janeiro tinha um médico que podia usar uma alternativa, me motivei e vim fazer a artroscopia usando o PRP”, conta Maria Nazaré. Carlos Henrique afirma que os remédios receitados não curam a artrose, e sim, amenizam a dor do paciente. Mas, através do PRP, é possível curar esse tipo de enfermidade.
 
     Presente no Brasil há quatro anos, o método já beneficiou atletas e atrizes como Cláudia Raia, Glória Menezes e Tarcísio Meira, Leandra Leal, Isabella Garcia e bailarinas como Cecília Kerche.
 
     O método, desenvolvido por dentistas há oito anos em Barcelona, na Espanha, começou também a ser usado por ortopedistas no mundo todo, chegando ao Brasil há quatro anos pelas mãos do médico baiano, Roberto Dória. No eixo RJ - SP, o ortopedista Carlos Henrique Bittencourt é um de seus maiores entusiastas.
 
     Carlos Henrique Bittencourt pesquisa os efeitos do Plasma Rico em Plaquetas há dois anos e já aplicou a técnica em pelo menos 400 pacientes. “A pesquisa sobre os efeitos do PRP se acelerou muito nos últimos meses. É impressionante a rapidez da recuperação! Através do resultado dos exames de uma paciente, foi possível ver que a cartilagem pode se regenerar após a aplicação do PRP“, conta o ortopedista.
 
     O PRP é produzido por meio da punção venosa de uma pequena quantidade de sangue do paciente, que é submetida à filtragem ou processada em uma centrífuga de alta velocidade que separa os glóbulos vermelhos das plaquetas, que são responsáveis por liberar as proteínas e outras partículas envolvidas no processo de cura que o corpo mesmo conduz. Em seguida, a substância remanescente é injetada diretamente na área danificada. A alta concentração de plaquetas - 10 vezes o volume normalmente presente no sangue - catalisa o crescimento de novas células.
 
     Para a bióloga Gessica Cantadori, os resultados iniciais são bastante promissores em relação aos tratamentos ortopédicos. Utiliza-se as plaquetas do próprio paciente através de um método simples (método autólogo), conseguindo melhorar, acelerar e até curar a grande maioria das lesões ortopédicas como, por exemplo, tendinites, lesões musculares, não generação cartilaginosa, meniscal e ligamentares, além de acelerar a consolidação de fraturas.
 
     A substância  é injetada em áreas que o sangue dificilmente percorreria em outras circunstâncias,  podendo propiciar os instintos curativos das plaquetas sem deflagrar a resposta de coagulação pela qual elas são tipicamente conhecidas.  "Acredito que seja justo dizer que o plasma sanguíneo rico em plaquetas tem o potencial de revolucionar não só a medicina no campo da ortopedia, mas na dermatologia, odontologia, cirurgia plástica e qualquer outra especialidade que necessite de regeneração. Ele requer muito mais estudos, mas levar adiante o trabalho nesse campo se tornou obrigatório no Brasil”, afirma Gessica.
 
     O PRP proporciona menor tempo de internação e uma recuperação mais rápida, afirma Bittencourt, que é otimista em falar de sua luta em convencer as empresas que exploram esta ciência para que abaixem os preços dos recipientes para a centrifugação do sangue dos pacientes. “A matéria prima é o sangue humano. Estamos tentando convencê-los a fornecer os recipientes a preço menor do que vendem no mercado e que eles doem para grupos que querem fazer esse estudo em pacientes diabéticos, em cirurgia plástica, em cirurgia abdominal, em cirurgia ortopédica“, conta o médico.
 
     O procedimento custa em torno de R$ 3 mil por aplicação, ante o custo de R$ 20 mil a R$ 30 mil de uma cirurgia, mas não tem ainda a aceitação dos planos de saúde e os recipientes que colhem o sangue são muito caros. “Os planos ainda são inflexíveis, burocratas e não conseguem pensar em nada que não seja gastar dinheiro. Entretanto, é um lucro enorme tirar o paciente do hospital com rapidez e até mesmo não precisar interná-lo”, ressalta. 
 

Crédito:Fátima Cristina

Autor:Juliana Guimarães

Fonte:Universo da Mulher