de repente
as forças dissolvidas
em espuma e delírio,
numa ausência de certezas.
Como não temer o que se mostra
do que se sente
quando o chão nos escapa
debaixo do corpo?
Acreditar em que palavras
quando tudo o que se escreve
nos deixa sem resposta,
nos confunde e derrota?
A dúvida alastra e devora-me.
Cada degrau vacila.
Só o que se pressente é
timidamente seguro.
O Sol instalado nos dias
já nada nos diz.
Apenas fere fundo o espírito
e os pés solitários na terra fria.
Onde tudo em mim é bulício,
engano e abandono
permanece,
mal esquecido,
um gesto teu.
Crédito:Helena de Sousa Freitas
Autor:Helena de Sousa Freitas
Fonte:Universo da Mulher