Depois de vencer no mercado de trabalho, educar os filhos, pagar as contas, cuidar da casa, do marido e da aparência sempre jovial e bem-disposta, essa mulher-maravilha chega aos 50 e merece um prêmio.
Qual?
A menopausa!
O problema é que a ausência da menstruação, que pode ser um alívio, vem acompanhada de todo um clima, o climatério, que inclui: depressão, ganho de peso, aumento de colesterol, ataques de mau humor, ressecamento vaginal e terríveis ondas de calor.
O pior é que esse clima está cada vez mais intenso e insuportável para as cinquentonas contemporâneas. Que prêmio, hem? Será que até a menopausa piorou?
Na verdade, o estresse é que se agravou muito nos últimos anos. E deixou as mulheres de hoje mais vulneráveis a tudo, especialmente à menopausa, cujos sintomas vêm com mais intensidade explica a ginecologista Semida Rodesky, professora de Obstetrícia da UFRJ.
Todo esse baixo-astral pode ir embora com terapias de reposição de hormônios, sejam sintéticos ou fito-hormônios. Mas um estudo dos National Institutes of Health dos Estados Unidos mostrou que um dos hormônios usados favorecia câncer de mama, infartos e derrames e espalhou o pânico entre o mulherio, entre elas atriz Mila Moreira, que toma hormônios há seis anos:
Levei um susto, mas meu médico me tranqüilizou sobre o meu tratamento e continuo tomando. É ótimo para a pele garante.
O ginecologista Abdu Kexfe, da Câmara de Ginecologia do Conselho Regional de Medicina (Cremerj), esclarece que os hormônios sintéticos são benéficos e o tal estudo polêmico serviu de alerta sobre um dos medicamentos usados:
Já os fito-hormônios, apesar de não terem eficácia comprovada, eliminam os sintomas e devem ser melhor estudados.
Para a roqueira Rita Lee, a menopausa é uma poderosa iniciação feminina:
É a carta de alforria para as feiticeiras, que vêem no tempo seu grande aliado, e não o maior inimigo, como pensam as peruas. Adeus às cólicas menstruais, estamos literalmente sempre livres de derramamentos de sangue! Não entendo que hoje, com todas as informações que temos, há mulheres burrinhas que entendem a menopausa como o fim da vida. Talvez elas mereçam...
Na verdade, o estresse é que se agravou muito nos últimos anos. E deixou as mulheres de hoje mais vulneráveis a tudo, especialmente à menopausa, cujos sintomas vêm com mais intensidade explica a ginecologista Semida Rodesky, professora de Obstetrícia da UFRJ.
Todo esse baixo-astral pode ir embora com terapias de reposição de hormônios, sejam sintéticos ou fito-hormônios. Mas um estudo dos National Institutes of Health dos Estados Unidos mostrou que um dos hormônios usados favorecia câncer de mama, infartos e derrames e espalhou o pânico entre o mulherio, entre elas atriz Mila Moreira, que toma hormônios há seis anos:
Levei um susto, mas meu médico me tranqüilizou sobre o meu tratamento e continuo tomando. É ótimo para a pele garante.
O ginecologista Abdu Kexfe, da Câmara de Ginecologia do Conselho Regional de Medicina (Cremerj), esclarece que os hormônios sintéticos são benéficos e o tal estudo polêmico serviu de alerta sobre um dos medicamentos usados:
Já os fito-hormônios, apesar de não terem eficácia comprovada, eliminam os sintomas e devem ser melhor estudados.
Para a roqueira Rita Lee, a menopausa é uma poderosa iniciação feminina:
É a carta de alforria para as feiticeiras, que vêem no tempo seu grande aliado, e não o maior inimigo, como pensam as peruas. Adeus às cólicas menstruais, estamos literalmente sempre livres de derramamentos de sangue! Não entendo que hoje, com todas as informações que temos, há mulheres burrinhas que entendem a menopausa como o fim da vida. Talvez elas mereçam...
Os tratamentos eficazes contra o mal-estar
O Cremerj está organizando um debate entre ginecologistas da Sociedade Brasileira de Ginecologia, cardiologistas e endocrinologistas. O coordenador do evento, Abdu Kexfe, adianta que não há motivo de pânico:
O estudo americano foi limitado a um tipo de medicamento, que reúne estrógenos conjugados à medroxiprogesterona. Os estrógenos conjugados, extraídos de animal, e osestrogênios sintéticos, não têm contra-indicações na maioria dos casos.
Foi o que fez Mila Moreira. Depois de enfrentar um único distúrbio uma menstruação excessiva na chegada da menopausa ela resolveu prosseguir com a reposição. Agora, diz que só sente calores terríveis, mas não sabe se é ela ou o Rio de Janeiro que está fervendo:
Eu detesto calor e, sob 40 graus à sombra, não pode ser só a menopausa, não é?
Fito-hormônios aliviam so sintomas
Apesar de não ter eficácia cientificamente comprovada, os fito-hormônios aliviam totalmente os sintomas do climatério em algumas mulheres, segundo a ginecologista Semida Rodesky. Outras precisam de hormônios sintéticos para alcançar tal alívio.
Quando a paciente está numa crise muito grave, os hormônios sintéticos são mais indicados explica.
A diretora do Instituto Cultural Tom Jobim, Vanda Klabin, optou por uma reposição mista, de sintéticos e fito-hormônios, e não teve problemas.
A professora Luciana Korenjak Magro, 54 anos, também passou pela menopausa sem sintomas desagradáveis e seu médico não indicou a reposição hormonal.
Todos os médicos a que fui desaconselharam a reposição. Como estou passando bem e tenho tendência a ter nódulos nas mamas, o tratamento não é indicado diz.
Já a consultora de beleza Maria Helena de Farias, de 53 anos, passou por maus pedaços, até começar a reposição hormonal. A chegada da menopausa foi uma surpresa um tanto desagradável:
Fiquei péssima, ficava irritada à toa, sentia muito calor, engordei e perdi totalmente o apetite sexual. O pior foi a sensação de estar envelhecendo. A auto-estima foi lá para baixo lembra.
Quando a paciente está numa crise muito grave, os hormônios sintéticos são mais indicados explica.
A diretora do Instituto Cultural Tom Jobim, Vanda Klabin, optou por uma reposição mista, de sintéticos e fito-hormônios, e não teve problemas.
A professora Luciana Korenjak Magro, 54 anos, também passou pela menopausa sem sintomas desagradáveis e seu médico não indicou a reposição hormonal.
Todos os médicos a que fui desaconselharam a reposição. Como estou passando bem e tenho tendência a ter nódulos nas mamas, o tratamento não é indicado diz.
Já a consultora de beleza Maria Helena de Farias, de 53 anos, passou por maus pedaços, até começar a reposição hormonal. A chegada da menopausa foi uma surpresa um tanto desagradável:
Fiquei péssima, ficava irritada à toa, sentia muito calor, engordei e perdi totalmente o apetite sexual. O pior foi a sensação de estar envelhecendo. A auto-estima foi lá para baixo lembra.
Menopausa pode desencadear loucura
Para o ginecologista César Eduardo Fernandes, presidente da Sociedade Brasileira do Climatério (Sobrac), em São Paulo, as mulheres ainda fazem uma leitura muito negativa da menopausa:
Ela ainda está muito ligada à velhice, à perda da feminilidade e da fertilidade.
É essa imagem equivocada da menopausa que pode levar a distúrbios mentais, cujo tratamento é psiquiátrico, segundo o psiquiatra Elie Chenieaux Jr., autor do livro Síndrome Pré-menstrual um ponto de encontro entre a psiquiatria e a ginecologia:
A menopausa pode desencadear problemas mentais como depressões graves em pessoas já predisponentes.
Há as alegres, que festejam a menopausa, como a cantora Rita Lee, que até compôs uma canção, Menopower :
Para mim, TPM significa Tranquilidade Pós- Menopausa brinca a roqueira.
COLABOROU Juliana Zaroni, do Diário de São Paulo
Ela ainda está muito ligada à velhice, à perda da feminilidade e da fertilidade.
É essa imagem equivocada da menopausa que pode levar a distúrbios mentais, cujo tratamento é psiquiátrico, segundo o psiquiatra Elie Chenieaux Jr., autor do livro Síndrome Pré-menstrual um ponto de encontro entre a psiquiatria e a ginecologia:
A menopausa pode desencadear problemas mentais como depressões graves em pessoas já predisponentes.
Há as alegres, que festejam a menopausa, como a cantora Rita Lee, que até compôs uma canção, Menopower :
Para mim, TPM significa Tranquilidade Pós- Menopausa brinca a roqueira.
COLABOROU Juliana Zaroni, do Diário de São Paulo
Verdades e mitos sobre a TRH
OS BENEFÍCIOS: Restaurar os níveis hormonais da mulher é essencial para que ela não tenha um comprometimento da qualidade de vida. O tratamento afasta os inúmeros sintomas desagradáveis como ondas de calor, suores noturnos, náuseas, mal-estar, dores de cabeça, palpitações, falta de sono, cansaço, irritabilidade, depressão, nervosismo, variação de peso e falta de desejo sexual. Segundo os médicos, a reposição hormonal também é uma grande aliada no combate à osteoporose, que atinge a maioria das mulheres com mais de 60 anos.
OS PERIGOS: Para o ginecologista César Eduardo Fernandes, presidente da Sociedade Brasileira do Climatério (Sobrac), a reposição não é indicada para mulheres fumantes, com tendência a câncer de mama, hipertensão grave ou que tenham tido quadros de enfarte, trombose, embolia ou acidentes vasculares cerebrais.
FITO-HORMÔNIOS: São criticados por alguns médicos por não terem eficácia cientificamente comprovada. No entanto, a experiência clínica mostra que os sintomas são eliminados. A ginecologista Semida Rodesky explica que, com os fito-hormônios, os receptores do organismo feminino entendem estar recebendo hormônios de verdade e os sintomas desaparecem. Os fito-hormônios vêm de princípios ativos de plantas como soja, yam mexicano, res clover, black cohosh, dons quai, agnus castus. O médico Abdu Kexfe, do Cremerj, adverte que não há estudos sobre contra-indicações, mas também não há estudos de que os fito-hormônios protejam contra a perda de massa óssea ou o infarto como os hormônios de origem animal ou sintéticos.
DEPRESSÃO GRAVE: O psiquiatra Elie Cheniaux Jr. fez uma pesquisa no Serviço de Psiquiatra da Uerj e no Instituto de Psiquiatria da UFRJ, nos quais trabalha, e constatou que 5% das mulheres que menstruam têm problemas psiquiátricos, como crises depressivas graves, atribuídos à TPM ou à menopausa. A menopausa e a TPM causam, segundo ele, depressões brandas, mas os casos graves são de ordem psiquiátrica e não ginecológica. As mulheres da pesquisa, porém, preferiam acreditar que seu problema se devem à TPM ou à menopausa.
Crédito:Anna Elizabeth
Autor:Marcia Coimbra
Fonte:Universo da Mulher
