Rio de Janeiro, 19 de Maio de 2024

Dias de fúria

 

Sensibilidade aguçada, lágrimas, irritação ao mínimo ruído. O quadro parece claro. Não é momento para brincadeiras. Até porque uma resposta atravessada vinda do outro lado é capaz de colocar em risco sua paz de espírito naquele dia. Possivelmente, nos próximos também. E talvez no mês seguinte, se a cena se repetir. Afinal, a mulher com quem você vive ou trabalha – essa mesma que apresenta os sinais acima – pode ser mais uma a engrossar as estatísticas das que sofrem de tensão pré-menstrual, a famosa TPM. É um grupo grande. Estima-se que cerca de 35% da população feminina em idade reprodutiva no Brasil – cerca de 16 milhões de mulheres – apresente os sintomas físicos e psicológicos que caracterizam a síndrome. Entre eles, estão a ansiedade elevada, a irritação e o inchaço. Juntos, eles infernizam o cotidiano das mulheres – e de quem está ao lado delas – até 15 dias antes da menstruação chegar.

Para muita gente, a TPM é uma terrível incógnita. Alguns homens não têm idéia de como reagir diante da fúria da mulher, um dos sinais mais reconhecidos do problema. Por outro lado, é comum que a própria sofredora não entenda o que está acontecendo com ela. A verdade é que até mesmo para a ciência sobram dúvidas. Ainda não é possível explicar com precisão o que leva à TPM, mas já se reconhece que as transformações emocionais e físicas estão associadas às alterações dos níveis dos hormônios femininos estrógeno e progesterona (leia mais à pág. 56). Sabe-se também que os hormônios interferem na função da serotonina, ligada ao processamento das emoções.

Hélcio Nagamine  
Tolerância: os homens da família Cinque aprenderam a lidar com as crises de mãe e filha  

Embora o mecanismo da TPM ainda não esteja desvendado, podem-se comemorar avanços no tratamento da síndrome. Um dos mais importantes ocorreu na forma como o problema é encarado. Não muito tempo atrás, o distúrbio era visto como frescura ou chilique de madame. Mas, nos últimos anos, o problema tem sido levado a sério. Tanto a medicina quanto a sociedade reconhecem que a TPM tem consequências sérias na vida social, pessoal e no trabalho. Um dos fatores que contribuíram para a mudança na maneira de considerar o problema foi a constatação de que a TPM está ocorrendo mais cedo. O fenômeno foi registrado em pesquisa da psicóloga Maria Regina de Azevedo, da Faculdade de Medicina do ABC, em São Paulo. Desconfiada de que a irritação e a rebeldia de muitas jovens poderiam ir além das agruras da adolescência, Maria Regina pesquisou o assunto e concluiu que 65% das meninas entre 14 e 18 anos têm TPM em um grau moderado. Ela analisou 422 estudantes durante cinco meses. Todas responderam a um questionário informando sinais da síndrome e sua intensidade. “Os mais comuns foram irritação, cansaço e tristeza”, conta.

Especial

  Hélcio Nagamine
  Apoio: Marina reconhece o esforço do namorado para entender seu
mau humor

A precocidade do surgimento da síndrome vem ocorrendo porque as meninas estão menstruando mais cedo. No século XIX, elas entravam no período reprodutivo por volta dos 16 anos. A partir do século seguinte, a primeira menstruação passou a ocorrer ao redor dos 13. Uma das hipóteses que explicariam a alteração é a mudança dos hábitos alimentares. Hoje, comem-se mais alimentos calóricos, o que resulta em ganho de peso e também no amadurecimento mais rápido do corpo. Maria Regina destaca que para diferenciar a TPM da rebeldia natural da adolescência é fundamental saber que, na primeira, os sintomas aparecem cerca de dez dias antes da menstruação e desaparecem com a chegada do fluxo. A administradora Marizilda Cinque, 41 anos, de São Paulo, teve de fazer essa distinção. A primeira menstruação de sua filha Maria Cecília ocorreu quatro anos atrás, quando a menina tinha 11 anos. No início, tudo era tranquilo. Mas depois veio a tempestade. Aos 13 anos, Maria Cecília passou a se queixar. “Ficava inchada e com os seios doloridos. Comecei a ficar nervosa, a ponto de estourar”, lembra a garota. Por um breve tempo,
a irritação da menina foi considerada resultado de uma crise escolar.
A experiência de Marizilda com a síndrome, porém, permitiu-lhe identificar o problema real. Mãe e filha sofriam de TPM. “Às vezes, nossos ciclos coincidiam e nem nos olhávamos. E minha família evitava falar comigo nesses dias”, afirma a administradora. Atualmente, as duas recorrem
à homeopatia para controlar os sintomas e se sentem mais equilibradas. Para a felicidade do engenheiro Umberto Cinque, 43 anos, e de André,
12, irmão de Maria Cecília. “No caso da minha filha, às vezes não sabia quando era a TPM e quando era a chatice da idade. Mesmo assim,
levava a situação com tranquilidade, tanto com ela quanto com minha mulher”, diz Cinque.

O caso da família Cinque mostra como a TPM perturba os relacionamentos pessoais. Geralmente, a TPM é a época em que namoros e casamentos deteriorados terminam. Ela torna-se o empurrãozinho que faltava para tomar uma decisão. Porém, a recomendação é a de que a mulher fuja de discussões nesse período. E nessas horas o homem tem papel importante. Quem sabe disso é o diretor de fotografia José Roberto Eliezer, 47 anos, namorado da apresentadora Marina Person, 33 anos. Sempre que ela está na TPM, Eliezer tenta não entrar em conflito. “Ela dá respostas atravessadas, mas procuro levar tudo com bom humor”, afirma. Marina reconhece o esforço do namorado e diz que hoje tem mais autocontrole durante a síndrome, também com a ajuda da homeopatia.

Reuniões – Os prejuízos da TPM no trabalho também são imensos. Nesses dias, a produtividade da mulher cai muito em razão do cansaço, outro sintoma comum. Para piorar, fica com a sensibilidade aguçada, a ansiedade a mil por hora e apresenta tendência a se sentir cobrada profissionalmente. Vira uma bomba-relógio. Por isso, ela pode ter uma explosão durante uma simples conversa com colegas de trabalho. O ideal, portanto, é evitar participar de encontros decisórios nos dias de trovão. Foi exatamente o que fez a gerente administrativo-financeira Roseli Amorim, 42 anos. Ela aprendeu que não deve tomar atitudes importantes quando está com TPM depois de ter tido uma briga feia com um dos diretores da empresa na qual trabalha, em São Paulo. “Eu chorava e dizia que ele me criticava só porque era mulher”, recorda-se. “Ele tentava amenizar, mas joguei minhas coisas na mesa e fui embora. Naquela hora, podia ter jogado meu emprego fora”, conta. Roseli saiu da empresa decidida a pedir demissão. Por sorte, era uma sexta-feira e, no sábado, ela menstruou. “Percebi que ele tinha me pegado no meu pior dia”, diz. Na volta ao trabalho, Roseli estava mais calma.

Especial

  Alan Rodrigues
  Lição: Roseli já sabe que não deve participar de reuniões decisivas dias antes de menstruar

É para evitar que situações assim continuem a ser frequentes que, felizmente, algumas companhias começam a encarar a síndrome. Várias, por exemplo, foram atendidas pelo Grupo TPM, organização fluminense que promove encontros entre mulheres com sintomas fortes e também realiza palestras em companhias. O objetivo é ajudar a atenuar os efeitos da síndrome tanto para as mulheres quanto para seus companheiros de trabalho. “Quando as mulheres percebem que há soluções, o alívio é enorme”, explica a psicóloga Andréa Pizetta, coordenadora do grupo. Os outros funcionários aprendem a identificar os sintomas e a fugir de conflitos.

Uma das empresas que olharam a TPM com mais atenção foi o Hospital São Luiz, de São Paulo. No ano passado, a instituição adotou um programa para diminuir a incidência da síndrome, depois de observar como ela perturbava o ambiente. Foi elaborada uma planilha diária na qual, durante três meses, as funcionárias registravam o que sentiam no dia. Ao final do período, sabiam se as crises eram mais marcadas pela ansiedade, por exemplo, facilitando o gerenciamento dos sintomas. Hoje, quem trabalha no mesmo departamento organiza as tarefas conforme os humores de cada uma. Tudo fica às claras entre as colegas. “Saber que alguém está na TPM é como matar uma charada. Dá para se policiar”, comenta a enfermeira Ângela Abujabra, 41 anos, funcionária do hospital. Antes de entrar no programa, ela sofria com a instabilidade emocional e a perda de pique. Agora, se controla. O trabalho foi tão bem-sucedido que, segundo Alberto D’Áuria, superintendente de saúde ocupacional do São Luiz, o número de faltas por conta da TPM praticamente desapareceu.

Bottons – Até no mundo do esporte há tentativas de domar as crises. O treinador de vôlei José Roberto Guimarães está habituado a lidar com mulheres e ensina que o período exige diálogo. “O importante é ter sensibilidade e evitar causar stress nas meninas”, afirma o técnico do BCN/Osasco. No esforço para conter os estragos da TPM, existem saídas inusitadas. O ginecologista Eliezer Berenstein, de São Paulo, por exemplo, oferece às pacientes bottons (que aparecem ao longo destas páginas) para avisar como anda o humor de cada uma. O verde significa que está tudo bem, mas, se ela estiver com o vermelho, é melhor tomar cuidado. Ela tanto pode usar o acessório em casa como no trabalho.

Na verdade, a empresa que não tomou nenhuma atitude deve pensar duas vezes. Afinal, a mulher está cada vez mais presente no mercado de trabalho. “E, no futuro, a situação pode se complicar porque as que sofrem de TPM hoje, se não forem tratadas, entrarão em climatério (período que antecede a menopausa) descompensado”, explica o médico Berenstein. É importante que a mulher também se conscientize do seu papel. “Desenvolver um autocontrole para driblar a TPM é necessário, pois a mulher precisa competir de igual para igual com os homens”, diz Mara Diegoli, coordenadora do Centro de Apoio à Mulher com TPM, do Hospital das Clínicas de São Paulo.

Felizmente, a medicina também está criando saídas contra a síndrome. Uma das recomendações é modificar a alimentação. Evitar salgados diminui o inchaço, já que o sal facilita a retenção de líquido (leia outras dicas no quadro ao lado). Os exercícios são outra forma de reduzir os sintomas físicos. A atividade física libera a endorfina, substância que garante prazer e bem-estar. Essas recomendações são para os três graus de TPM – leve, moderada e grave (nesses casos, às vezes a mulher nem sequer vai ao trabalho).

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  Alan Rodrigues
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Mas, quando o problema atinge níveis intensos, é preciso usar recursos mais potentes. Métodos que suspendem a menstruação são a novidade. Dessa forma, obviamente, não aparecem os sintomas, já que não há oscilação hormonal. O mais recente lançamento é um implante subcutâneo aplicado no antebraço. Outra alternativa é um dispositivo colocado no útero. Os dois métodos liberam gradativamente doses de hormônio que bloqueiam a menstruação e impedem a gravidez. Eles podem ficar no organismo durante cinco anos. Porém, o uso desses artefatos causa polêmica. Para a ginecologista Márcia Nunes, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), as técnicas funcionam. Já a médica Mara Diegoli acredita que faltam estudos para provar sua eficácia. A advogada Rosana Santos de Jesus, 37 anos, ainda não usufruiu dos resultados do dispositivo uterino. Há três anos,
ela sofre de TPM e não aguenta mais as crises de nervosismo, náuseas
e dores. Em outubro de 2001, resolveu adotar o método. Até agora
não houve uma boa melhora. “Os sintomas foram pouco aliviados”,
conta. Para melhor investigação, o Hospital das Clínicas de São Paulo
irá realizar um estudo a fim de testar a eficácia dos métodos de suspensão da menstruação.

Também fazem parte da lista de opções contra a TPM os antidepressivos. Essas drogas atuam no cérebro, aumentando os níveis de serotonina e reduzindo a agressividade, irritabilidade e tristeza. Há ainda alternativas como a aplicação do hormônio progesterona para ajudar a regular sua atuação no organismo. Também existem opções naturais, como o óleo de prímula. O composto extraído da planta prímula minimiza os incômodos da síndrome, como as dores na mama. Suplementos de vitamina E – encontrada, por exemplo, em cereais integrais e em folhas verdes – também são utilizados com a mesma finalidade. As mulheres podem recorrer ainda a técnicas de relaxamento. Massagem, ioga e acupuntura são ótimas opções.

Max G Pinto  
... e Rosana tenta se livrar dos sintomas com método que bloqueia menstruação  

Esses tratamentos atenuam de fato os sintomas da TPM. No entanto, para que a síndrome seja realmente domada, é preciso refletir – e agir – mais sobre outras causas do problema. É cada vez mais forte a tese de que a síndrome não é resultado apenas das alterações hormonais femininas. O ambiente no qual a mulher vive também conta muito para sua manifestação. Tanto é que alguns especialistas já estão levando esse fator em consideração na hora de tratar o problema. É o caso do endocrinologista Mauro Abi Haidar, da Unifesp. “Ouço as histórias das pacientes. Procuro descobrir os fatores ambientais que podem ter levado à TPM. Sempre encontro esse lado”, revela. O médico se refere a situações como chefes agressivos ou problemas familiares.

Fantasmas – É por isso que profissionais como a psicóloga Ida Kublikowski, professora da PUC/SP defendem a idéia de que a TPM seja tratada por vários especialistas. A terapia não deve envolver apenas as mudanças hormonais. “O hormônio faz parte da vida, mas não a determina. O indivíduo é um produto biológico, social e cultural, que tem uma história própria. O determinismo biológico pode dar desculpas para mascarar fantasmas”, afirma a psicóloga. Como se vê, a síndrome pode ser a expressão mais aguda de que algo está desequilibrado também
na alma. Por essa razão, muitas vezes a ajuda precisa ir além de um simples remédio.

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Mulheres

• É comum ficar com a auto-estima baixa nesse período. Para levantar o astral, capriche no visual. Use maquiagem e roupas coloridas

• Faça um esforço para sair de casa, se distrair e espantar o mau humor

• Converse com amigos para não cair na tristeza

• Pratique exercícios. A atividade física estimula a liberação da endorfina, substância ligada ao prazer e ao bem-estar. Dê preferência aos aeróbicos, como a caminhada. Eles reduzem a tensão, a depressão e melhoram a auto-estima. Se não houver tempo para os exercícios, tente se movimentar mais. Suba escadas ou estacione o carro a algumas quadras do trabalho, por exemplo

• Quando estiver muito irritada, procure andar, escutar uma música relaxante ou descansar

• Diminua o sal da dieta. Em excesso, o mineral retém líquido e leva ao inchaço de pernas, barriga e mama

• Geralmente nesse período a mulher tem vontade de comer muito doce para compensar a queda da taxa de açúcar no sangue (hipoglicemia), comum nessa fase. Controle a gula para o peso não aumentar. Caso não resista, coma apenas um pouco. Algumas pessoas sentem-se aliviadas ao ingerir chocolates ou outros doces, alimentos que contribuem para elevar os níveis de serotonina, com melhora rápida, mas temporária, da tristeza e da ansiedade

• Não fume. O cigarro tem substâncias estimulantes que pioram os sinais da TPM, como a irritabilidade

• Procure não consumir bebida alcóolica. Estudos mostram que algumas mulheres tornam-se mais propensas a beber nesse período devido à ansiedade e depressão

• Evite compromissos importantes nesse período. Com os nervos à flor da pele, você corre o risco de dizer as coisas de forma errada e perder o controle. Adie decisões, sob a alegação de que tem algo importante a fazer, mas jamais revele o motivo. Não soa muito profissional e isso pode ser usado contra você. Se for impossível, ensaie muito o que pretende abordar. Fale pausadamente e o menos possível. Fuja de discussões

• Aumente a ingestão de frutas e verduras. Dê preferência a alimentos com ação diurética, como morangos, melancia, alcachofra, aspargo e agrião

• Evite a ingestão de café e de outras bebidas que contenham cafeína. A substância é estimulante e agrava a TPM

• Elimine o pessimismo e aprenda a ter pensamentos otimistas. Na TPM é comum ficar triste e rancorosa Faça mais amor. A relação sexual, quando seguida de orgasmo, reduz a tensão e a irritabilidade

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Marido ou namorado

• Ter paciência é importante. Muitas mulheres ficam propensas a brigar. Não entre em conflito. E também não pague na mesma moeda. Seja tolerante. Vale a pena entregar o controle remoto da tevê, por exemplo, para não discutir à toa. Se a mulher for ciumenta, nesse período nem olhe para os lados

• Quando perceber que ela está muito nervosa e não quer conversa, procure deixá-la sozinha É comum que a mulher fique mais emotiva. Atender a um pedido pode ajudar a animá-la

• Leve as crianças para passear. Assim, ela terá mais tempo para relaxar. Divida as tarefas domésticas

• Se houver queda da libido, dê uma folga às folias sexuais caso note que a mulher não está entusiasmada. Mas não deixe de ser carinhoso

• Converse com a parceira a respeito do que ela sente. É preciso compreendê-la e respeitá-la

Filhos

• Não piore a situação. Sair muito à noite nessa fase pode deixar a mãe mais estressada. Não a atrapalhe com mil perguntas, por exemplo. Deixe o quarto arrumado e procure não bagunçar a casa

• Evite fazer barulho. Televisão e som devem ficar com o volume baixo

Chefe

• Reconhecer os sinais da TPM ajuda bastante. Dessa forma, é possível perceber se a funcionária está mais cansada do que o normal, por exemplo. Se isso ocorrer, não a sobrecarregue. A produtividade pode cair. Delegue tarefas ou adie atividades. Mas demonstre que ela pode compensá-las num outro dia

• Estimule as funcionárias a fazer ginástica. Se possível, coloque música relaxante para tranquilizar o ambiente

• Se precisar fazer alguma crítica, espere passar a TPM

Amigos

• Normalmente, a mulher evita sair. Não insista. Caso a colega aceite o convite, opte por lugares mais tranquilos. Ambientes barulhentos aumentam o stress

• Uma boa conversa combate a tristeza

• Enquanto estiver com ela, suspenda o cigarro, o café e bebidas alcoólicas. Desse modo, a amiga não se sente estimulada a consumir esses produtos

 

Crédito:Anna Beth

Autor:Cilene Pereira, Juliane Zaché e Lena Castellón

Fonte:Isto É