Rio de Janeiro, 19 de Maio de 2024

Obesos que reduzem o estômago podem voltar a engordar

Sociedade de Cirurgia Bariátrica alerta para o fato dos obesos operados recuperarem o peso perdido
      
Pesquisas recentes mostram que metade dos obesos que se submetem a cirurgia bariátrica, voltam a engordar parcialmente e que 5% deles recuperam todo o peso perdido.
 
A redução de estômago hoje é o método mais eficaz para quem precisa emagrecer por meio de intervenção cirúrgica, mas é preciso mudar os hábitos e manter uma alimentação saudável pelo resto da vida.
      
Antes de optar pela redução, o paciente deve se certificar junto a um profissional que este recurso é de fato necessário, pois há casos em que apenas exercícios e reeducação alimentar resolvem.
 
Ao contrário do que muita gente pensa, o estômago dos obesos mórbidos não é maior que o dos magros.
  
Segundo o Presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica, capítulo Rio de Janeiro, Mauricio Emmanuel Gonçalves Vieira, a cirurgia requer muita cautela, pois não significa emagrecimento total e instantâneo, além de oferecer riscos, como qualquer outro procedimento desta complexidade.
 
 
A técnica, que é praticada no Brasil há 20 anos, cada dia ganha mais adeptos.
 
Ela foi desenvolvida com o objetivo de melhorar a qualidade de vida dos obesos, assim como a extinção ou mesmo diminuição das doenças associadas, como diabetes tipo 2.
 
Segundo o IBGE, até 2010 havia 12,5% dos homens adultos com obesidade e 16,9% das mulheres.
      
“Após a cirurgia, estudos apontam uma perda média de 60% do peso original, que costuma ocorrer em até um ano e meio. A pessoa passa a sentir menos fome, pois a operação mexe com hormônios que regulam a vontade de comer” explica Maurício Emmanuel.
 
Em 85% dos casos, quem tem diabetes tipo 2 também deixa de manifestar a doença. O país já é o segundo no mundo em número de pacientes.
 
Tipos de cirurgia
 

Cirurgias restritivas com desvio do trânsito intestinal – são as mais realizadas.
 
Reduz o estômago, diminuindo bastante a quantidade de alimento ingerido, e também promovem um desvio no curso do intestino. Esse desvio permite que o intestino absorva menos gordura, além de estimular a produção de hormônios que diminuem a fome e melhoram a diabetes.

Derivações bílio-pancreáticas  – são procedimentos com indicações mais selecionadas que levam a um processo de maior disaborção alimentar e não interferem na quantidade de alimento. Ou seja, ela diminui e modifica um pouco o curso do intestino
 
Cirurgias restritivas – são as menos utilizadas atualmente, têm o objetivo de restringir o volume de alimento ingerido. Ela diminui o tamanho do estômago.
 
Cuidados pós-cirúrgicos
           
 
Na primeira fase da recuperação, o paciente deve bebericar, a cada meia hora, cerca de 100 ml de líquidos, como água, chá, gelatina, água de coco, isotônico e caldos caseiros de carne e frango, sem resíduos.
 
Na segunda fase, entram pequenas quantidades de macarrão, carne moída, purê e frutas cozidas.
      
A terceira fase inicia com dois meses após a operação, onde são liberadas as saladas cozidas, a carne picada, e não somente moída e as frutas cruas.
 
Tudo isso dividido em seis refeições diárias.

Maurício Emmanuel alerta para efeitos como anemia, perda de cabelo e gases. Também pode ocorrer o chamado "dumping", um mal-estar quando é ingerido muito líquido ou alimento de uma só vez. “É preciso  mastigar bem a comida e consumir água suficiente em pequenos goles”, finaliza o cirurgião Maurício Emmanuel.

Serviço:
 
Drº Maurício Emmanuel Gonçalves Viera – Presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica do Rio de Janeiro.
Diretor Clínico da Multidisciplinar
Tel.: (21) 2226- 6391 / 7819-5263

 

Crédito:Fatima Nazareth

Autor:Mirian Barbosa

Fonte:DMC21