Rio de Janeiro, 04 de Maio de 2024

Obesidade infantil

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o combate à obesidade infantil é um dos mais importantes desafios para a saúde pública global neste século.

Segundo dados das entidades, existem mais de 38 milhões de crianças com menos de 5 anos que estão com sobrepeso ou são obesas em todo o mundo.

No Brasil, os índices também são altos: segundo o Ministério da Saúde com dados publicados no Atlas da Obesidade Infantil de 3 em cada 10 crianças com idade entre 5 e 9 anos estão acima do peso.

Se nada for feito a respeito, a expectativa é que o Brasil alcance a 5ª posição no ranking dos países com o maior número de crianças e adolescentes obesos até 2030.

De acordo com estimativas, 40% das crianças e 70% dos adolescentes obesos se tornarão adultos obesos. A grande consequência é o aparecimento de doenças, como:

  • Diabete;

  • Hipertensão arterial;

  • Doenças cardiovasculares;

  • Problemas ortopédicos;

  • Distúrbios psicológicos.

Fazer um tratamento precoce da obesidade é algo que pode permitir mudanças permanentes de hábitos nas pessoas, tendo reflexos positivos sobre a saúde da criança a longo prazo.

Isso requer o envolvimento de toda família, que deve aprender a lidar com a obesidade infantil e com a criança com um ser especial, não apenas vendo seu excesso de peso.

Neste artigo vamos abordar a obesidade infantil e algumas dicas para combatê-la. Vamos começar a entender melhor o cenário e os conceitos.

Quando uma criança é considerada obesa?

Ter uma cozinheira residencial que cozinhe uma dieta rica em alimentos diversificados para a criança pode ser uma boa opção, mas vamos entender melhor quando uma criança é considerada obesa.

A OMS usa o Índice de Massa Corporal (IMC) para verificar o estado nutricional dos indivíduos e seu uso é bastante difundido.

O cálculo do IMC é feito a partir da divisão do peso pela altura elevada ao quadrado, e deve levar em conta a curva de crescimento desses jovens. Visando auxiliar pais e mães nesse cálculo, o Ministério da Saúde disponibilizou em site uma calculadora com essa finalidade.

Trata-se de uma ferramenta que classifica, segundo o IMC da criança, em qual condição ela está:

  • Abaixo do peso;

  • No peso adequado;

  • Com sobrepeso;

  • Obeso.

No entanto, é importante que essa ferramenta seja usada com cautela, como uma fonte de orientação clínica. Ela não substitui o aconselhamento do médico, que é o profissional mais adequado  para fazer o diagnóstico da doença.

Até mesmo uma distribuidora de biscoito de polvilho e outras empresas se preocupam com os índices encontrados no Brasil.

Saiba que o cálculo do IMC se baseia somente em peso e altura, sendo apenas um indicador, uma vez que diferentes pessoas podem apresentar o mesmo IMC mesmo com diferentes quantidades de gordura corporal.

Falando do ponto de vista clínico, define-se obesidade como um acúmulo anormal ou excessivo de gordura que traz risco à saúde.

Trata-se de uma doença complexa, com causas multifatoriais que envolvem tanto fatores metabólicos quanto genéticos, assim como aspectos sociais, ambientais e psicológicos.

As causas da obesidade

É um engano pensar que a obesidade está ligada apenas a falta de exercícios físicos. O primeiro passo é entender que se trata de uma doença, e não de um desleixo.

O fato é que a decisão de comer menos não está relacionada à força de vontade. Temos uma região no nosso cérebro que regula nossa capacidade de tomar decisões, de dizer não.

Alguns estudos já demonstraram que pessoas com obesidade têm uma redução do metabolismo cerebral nessa região, tendo um menor controle inibitório.

Uma informação importante é compreender que a obesidade é uma doença multifatorial, em que tanto estilo de vida quanto componentes genéticos influenciam na composição corporal.

Hábitos que não são benéficos para a saúde, como a falta de exercícios físicos, hábitos alimentares pouco saudáveis, sono insuficiente, estresse e aumento de tempo em frente às telas, podem aumentar o IMC.

O grande problema é que muitas crianças não têm acesso a alimentos saudáveis, ficando mais expostas, com pais que vivem utilizando um programa para pizzaria.

É um conjunto entre ambiente e genética que determina a obesidade. Mesmo com a predisposição genética, se não houver um ambiente obesogênico, não há possibilidade de aumentar os índices de obesidade infantil.

Nos últimos 40 anos, a obesidade infantil cresceu 1000% em todo o mundo, e o que pode ter contribuído para esse crescimento tão alarmante?

Temos crianças que têm essa predisposição genética em um ambiente altamente obesogênico, cheio de alimentos ultra-processados, com pouca atividade física.

Assim como existe a preocupação com aminoácidos nutrição animal, é preciso ter atenção para uma alimentação mais saudável.

Como lidar com a obesidade infantil?

O processo de tratamento da obesidade infantil deve incluir tanto mudanças nos hábitos alimentares e no nível de atividade física, quanto nos aspectos emocionais que envolvem a criança.

A seguir pontuamos alguns tópicos sobre como combater a obesidade infantil e garantir uma melhor qualidade de vida para nossas crianças.

  1. Relação entre a comida e as emoções

Não existe um consenso quanto ao grau de associação entre obesidade e sintomas psicológicos, mas algumas características já foram identificadas em comum em crianças obesas como:

  • Angústia;

  • Insegurança;

  • Baixa autoestima;

  • Estresse;

  • Ansiedade.

Pode ter certeza que fatores externos que geram estresse nas crianças e causam mudanças significativas nas suas rotinas, como separações ou perdas na família, também podem provocar mudanças nos padrões alimentares das crianças e jovens.

Em função da pouca idade, eles têm um repertório limitado para lidar com as adversidades trazidas pela vida. Investir em uma alimentação mais caseira, com um macarrão talharim tipo caseiro e um bom molho, é uma boa opção.

Só é preciso entender quais são as motivações que levam as crianças a comerem além do necessário. É muito comum que a comida seja uma tentativa de equilibrar problemas emocionais ou compensar carências.

É fundamental estabelecer um diálogo com a criança para compreender melhor como se dá a relação entre a alimentação e os sentimentos, fornecendo o apoio necessário para ela entender o que se passa.

  1. Recompensa alimentar

É comum que os pais deem guloseimas aos filhos como forma de recompensá-los por um bom comportamento ou para consolá-los quando estão tristes. O problema é que esse tipo de estratégia pode levar as crianças a comerem demais mesmo quando não estão com fome.

Recompensas e conselhos podem ser oferecidos para as crianças por meio de trocas afetivas, com resultados mais positivos que no caso da comida.

Garantir, por exemplo, a qualidade de vida dentro de sua casa com um sistema de automação ar condicionado é um gesto para todos da família.

  1. Mudanças na alimentação

As crianças podem não ter maturidade o suficiente para lidar com mudanças radicais no cardápio. O ideal é que as modificações sejam realizadas aos poucos, proporcionando uma experiência prazerosa para a criança.

A preparação das refeições deve ser feita em casa, com alimentos minimamente processados ou in natura, sendo importante que as refeições sejam realizadas em família.

Tanto almoços quanto jantares devem ser transformados em um evento agradável em família, sendo um momento de compartilhar experiências e histórias.

Uma empresa de produtos veganos pode oferecer uma grande quantidade de opções mais saudáveis de alimentos.

Um ponto importante é que se deve desencorajar as crianças a comerem na frente de telas de TV, computador, tablets ou smartphones. Esse hábito pode levar a uma diminuição da consciência da quantidade de alimento ingerida. E os adultos devem ser exemplos para as crianças.

É importante que as porções servidas para as crianças tenham o tamanho apropriado, que é menos do que para um adulto.

  1. Implementação de atividades físicas

É possível estimular a atividade física de forma lúdica, por meio de brincadeiras que queimam calorias, fortalece ossos e músculos e ajudam as crianças a dormir melhor à noite, podendo ficar mais alerta durante o dia.

Uma opção interessante de exercícios é um conjunto de aparelhos para academia de pilates, sendo essa uma escolha legal se a criança gostar. As atividades para crianças não precisam incluir um programa estruturado de exercícios, com horários definidos.

Esses exercícios devem incluir brincadeiras como esconde-esconde, pega-pega, pular corda ou jogar bola. Crianças ativas normalmente se tornam adultos mais saudáveis, sendo um processo para tornar o mundo um lugar mais saudável.

Considerações finais

A obesidade infantil é um grande problema que atinge diversas famílias em todo o mundo, e deve ser vista como uma doença. Pais e familiares devem ser exemplos de seus filhos, praticando atividades  físicas e não recorrendo à comida para lidar com problemas emocionais.

A família tem um papel fundamental na forma com que a criança aprende a se relacionar com a comida. A ideia é que se forme uma relação saudável, para gerar qualidade de vida e bem-estar tanto para crianças quanto para adultos.

Esse texto foi originalmente desenvolvido pela equipe do blog Guia de Investimento, onde você pode encontrar centenas de conteúdos informativos sobre diversos segmentos.

 

 

Crédito:Luiz Affonso

Autor:Jennifer Khauffman

Fonte:Universo da Mulher