Rio de Janeiro, 19 de Abril de 2024

Depressão Infantil

Depressao nao rima com criança
Psicanalista orienta os pais sobre a doença que vem aumentando entre os mais jovens.
 

Sempre que pensamos em criança, logo vem a nossa mente, alegria, risada, diversão, brincadeiras e tudo que é gostoso e nos faz feliz. Com o Dia das Crianças se aproximando, muitos adultos relembram a infância com certa saudade, pois era um período de suas vidas que a preocupação, o estresse e a tristeza não faziam parte dela. Essa lembrança positiva da infância pode ocultar uma realidade que, nos últimos anos, vem crescendo: o número de casos de depressão infantil.

 

As mudanças culturais e sociais da população têm fator determinante para o crescimento dessa doença entre os mais jovens. Segundo a médica e psicanalista, Soraya Hissa de Carvalho, as crianças de hoje sofrem mais pressões do que as das gerações anteriores. Prova disso é que a doença aflige cerca de uma em cada 20 crianças abaixo dos dez anos de idade, sendo cinco vezes mais comum em meninos que em meninas.

 

“As crianças de hoje lidam com muito mais freqüência com a ausência dos pais, que passam a maior parte do dia trabalhando e com as separações - que muitas vezes vêm acompanhadas de agressões verbais ou físicas na frente dos filhos. Além de inúmeras atividades que devem cumprir. Isso tudo influencia na qualidade de vida", afirma.

 

Diagnóstico

 

A depressão infantil é uma doença ignorada e de difícil diagnóstico, devido à confusão que se faz a respeito dos sintomas. “Muitos pais e professores confundem os sinais da doença com birra, má educação e pirraça. Devido a isso, todos que convivem com os jovens devem ficar atentos, uma vez que a depressão pode afetar a vida adulta da criança. A doença em alguns casos, tem como resultado incidência de violência doméstica, abuso de drogas e, até mesmo, suicídio”, afirma Soraya.

 

Devido à gravidade da doença, os pais e professores devem ficar atentos a mudanças de humor e atitudes das crianças, como:

 

- Mudanças súbitas de comportamento: agressividade, irritação ou agitação excessiva; desinteresse pelos amigos, colegas, família ou escola.

 

- Alterações de apetite ou no padrão de sono: não ganha peso, começa a apresentar pesadelos ou episódios de terror noturno.

 

- Baixa auto-estima: além de repetir “todo mundo me odeia”, “preferia nem ter nascido” e similares, a criança também pode se mostrar excessivamente destemida, procurando sempre brincadeiras que representem risco para o seu bem-estar.

 

- Dificuldade de concentração: diminui o ritmo de aprendizado, não consegue levar uma tarefa até o fim, perde interesses com objetos que antes lhe eram muito queridos. (Fonte: http://www.idmed.com )

 

 

 

 

Tratamento

 

A observação para o diagnóstico da doença é fundamental. Segundo a psicanalista, os pais devem buscar orientação de um especialista para perceber e entender a depressão. “Além do encaminhamento ao tratamento médico adequado, é preciso buscar alternativas para a criança extravasar suas emoções; através da prática de esportes e atividades lúdicas, como pintura, jogos, trabalhos de grupo, teatro etc”, orienta Soraya.
 
 

Crédito:Cris Padilha

Autor:Liège Camargos

Fonte:Universo da Mulher