A moda das cruzes incrustadas com pedras preciosas e diamantes penduradas no pescoço das celebridades descontenta a Igreja Católica. “Será que o Evangelho vê com bons olhos gastar milhões para adquirir o símbolo sagrado do cristianismo e esquecer depois, de maneira pouco cristã, que muitos sofrem de fome no mundo?”, indagou a agência oficial do Vaticano na terça-feira 21. Estrelas de primeira grandeza não ficaram imunes à bronca.As atrizes Catherine Zeta-Jones e Jennifer Aniston foram citadas por desfilarem nas festas promovidas por Hollywood com a cruz de diamantes reluzindo em seus decotes. O mesmo aconteceu com a top model Naomi Campbell, dona de uma coleção de gigantescos crucifixos.

O Vaticano só agora voltou os olhos para uma tendência que nunca saiu de moda – e aumentou ainda mais no ano passado. “Percebemos que, com os atentados de 11 de setembro, a vontade de paz e fé foi fortificada e as pessoas começaram a procurar mais pelos crucifixos”, explica Deborah Rosenblit, designer da joalheria Vivara. Nas vitrines da joalheria, há cruzes de até 10 cm de comprimento e de diversos modelos. De ouro branco cravejada com diamantes, de ouro amarelo com pedras brasileiras coloridas e toda de topázio azul são algumas das mais procuradas na Vivara. Segundo a designer, houve uma necessidade de ostentar o crucifixo, que antes era usado escondido, como um pequeno amuleto de ouro. As pessoas perderam a vergonha de mostrar seu lado religioso e colocaram as cruzes em evidência. Cada vez maiores e mais valiosas – para desconforto do Vaticano.