Rio de Janeiro, 04 de Maio de 2024

Circuito de Moda Internacional

Nas últimas semanas o mundo fashion se reuniu nas 4 capitais da moda para conferir as tendências que marcarão o outono-inverno/ 2003-2004 do hemisfério norte.  Dentre revivals dos anos 60, referências aos anos 80, muitas micro mini-saias, botas go-go e peles (tanto falsas como verdadeiras – o que provocou protestos do grupo PETA em Londres e Paris), duas coisas chamaram a atenção: a primeira é a direção que os designers parecem estar sinalizando ao apostar numa moda cada vez mais pessoal e menos “tendencional”. Ou seja, ao invés de lançar tendências eles estão focando em trabalhar suas próprias idéias, “doing their own thing” em bom inglês, o que transformou a missão de identificar as tendências-chave da estação num trabalho pra lá de árduo.

 

 

A outra, foi a atitude demure das editoras de moda que, desta vez, com uma ameaça real de guerra e a economia oscilante pesando no bolso, trocaram as enormes bolsas cheias de compras que costumam as acompanhar nos desfiles por discussões inflamadas sobre os altos preços que um sapato Prada ou uma bolsa Louis Vuitton pode custar em euro. Mudança de atitude que mereceu até matéria na Time Europa. Parece que a ficha finalmente caiu no circuito fashion. Sinais dos tempos.   

 

 

 

As Principais “Tendências”

 

 

-          Influências da década de 60 (Mod e Era Espacial), principalmente em Nova York e Londres, referências aqui e ali aos anos 80 na forma de leggings, caneleiras e volumes, um quê de anos 20 e toques anos 40 e 50 em silhuetas e detalhes, sobretudo em Paris.

-          Contrastes: de texturas como o uso de jaquetas delicadas com saias revoltas, ou vestidos noite acetinados com jaquetas estlio motocross; de silhuetas como tops em linha trapézio, ombros destacados ou sweaters volumosos usados com saias ou calças ajustadas e vice-versa como o uso de saias A-line com tops justinhos.

-          Volumes: babados, camadas de roupas, mangas fofas.

-          Se há um tecido unânime é o tweed, que foi visto e revisto nos 2 lados do Atlântico. Mas teve espaço para cashmere, acetinados, brilho, couro, veludo.

-          Peles, tanto em detalhes como no colarinho de casacos ou nos punhos tanto como peça principal. Um luxo, cruel, mas um luxo!

-          Menswear.

-          Casacos clean ou volumosos, tendo nas parcas um forte candidato a item favorito.

-          As pernas parecem ser o foco de todas as atenções da estação tendo na dupla mini-saia e botas seu maior aliado. Aliás as micro-saias estão em alta assim como aquelas um pouco acima dos joelhos.

-          Para noite, vestidos corset ou com amarrações estão fadados a ser um hit.

-          O preto aparece, mas como via de regra serve mais como um mero co-adjuvante na parceria com o branco ou com outras cores vibrantes como o violeta, vermelho, laranja, turquesa, prata, cinzas, verde bandeira etc.

-          Estampas: destaque para as de animais.

 

 

 

Outras curiosidades

 

 

- Se ficou difícil identificar tendências em relação às roupas, no quesito modelos a coisa foi diferente. Parece que o look que a indústria está buscando é modelo com cara de nada, totalmente neutra. Liderando a leva, a belga Elise Combrez, a sueca Adina Fohlin e americana Madeleine Bloomberg.

 

- Há tempos queixosos com o fim da supermodelmania que viu seus últimos dias nos meados dos anos 90 com a waif Kate Moss, o duo Dolce and Gabbana trouxe para a passarela a diva mor, Linda Evangelista. Mas nem o poder de Linda conseguiu tirar o foco de todas as atenções da primeira fila, lugar cativo de celebridades como Catherine Deneuve que prestigiou a Louis Vuitton, Sharon Stone que deslumbrou na Celine e da mignon plantinada Christina Aguilera, o mais novo rosto da Versace, que roubou os flashes em Milão e Londres.

 

- Com poucas modelos brasileiras nas passarelas e Gisele nossa top model “supreme” tirando umas férias da maratona de desfiles, as beldades longilíneas do Leste Europeu assumiram o posto de as mais requisitadas, tendo como destaques a loira e maravilhosa, Karolina Kurkova e a russa com carinha de menina e dona de lânguidos e fatais olhos azuis, Natalia Vodianova.  Queridinha do kaiser Karl Lagerfeld e estrela da mais nova campanha da Calvin Klein (o que já lhe rendeu além de um contrato milionário comparações com Brooke Shields e o título de a mais nova Kate Moss), Natalia abriu a maioria dos desfiles e foi sem dúvida a sensação das passarelas. A bela tem tudo para ser, pelo menos, a estrela da próxima estação.

 

- E por falar em estrela... ainda não foi desta vez que a estrela do Alexandre Herchcovitch brilhou. Totalmente ignorado pela imprensa, nem deu para saber se a sua coleção – a mesma apresentada há algumas semanas na São Paulo Fashion Week - agradou em Paris. Já o Carlos Miele da M. Officer que agora só desfila sua coleção em Nova York recebeu elogios pra lá de entusiasmados do site Fashion Wire Daily, teve menções de Hillary Alexander do Daily Telegraph e conquistou o aval de Suzy Menkes do International Herald Tribune, a mais influente e temida jornalista de moda do planeta. Kudos pra ele.

Crédito:Fabiola Freire Fernandes

Autor:Fabiola Freire Fernandes

Fonte:Universo da Mulher