Como em todas as edições do São Paulo Fashion Week, a Elle está acompanhando os desfiles e comentando cada um deles. A seguir, comentários de alguns dos principais desfiles realizados na sexta, sábado e domingo. O texto na íntegra (assim como as fotos, de todas as apresentações) pode ser encontrado na página da revista Elle:
http://elle.abril.com.br/spfw/inverno2008/
Ilha da Fantasia
No mundo de Lino Villaventura o que não falta é uma boa festa. O estilista, que completa 30 anos de carreira nesta temporada, continua investindo no que fez a sua fama: vestidos extremamente elaborados, com riqueza de detalhes e requinte de alta-costura. Homenageando mulheres completamente distintas de Carmem Miranda à Madame Pompadour, trinta foram as escolhidas Lino abusou de longos de seda e tule plissado, bordados a máquina e rebordados manualmente com cristais Swarovski (minimalismo definitivamente não é uma palavra que entre em seu vocabulário). Os toques orientais também apareceram em formas ajustadas e golas típicas, assim como a exuberância da natureza, mostrada em ícones da beleza, como o pavão e a borboleta. Nos pés, sapatos pesados e amarrados com telas de cetim; e nas cabeças, mais tule com fios de cobre, em pseudochapéus. É uma moda show, daquelas que muitas vezes não sai da passarela, mas que é bonita de se ver.
Essência Pura
A coleção de inverno da Raia de Goeye não tem um tema definido. Partiu de vontades das estilistas Fernanda de Goeye e Paula Raia que, grávida do segundo filho, optou por fazer uma apresentação pequena, para pouquíssimos convidados, na própria loja da dupla. As referências eram díspares: a imagem de um esquimó, a tradicional poltrona inglesa Chesterfield, caçadores, luzes medievais. Mas o resultado funcionou e muito. Todos os elementos característicos da marca estavam lá: as calças com bolsos grandes e cavalos mais baixos, as enormes fendas laterais nos vestidos longos, o comprimento míni, as golas máxi, as tachas no couro. Era Raia de Goeye em sua melhor essência, renovada por lindas cores, como a lipstick, uma tonalidade entre o laranja e o coral, e o petróleo. Tem tudo para agradar em cheio as consumidoras e deixar em breve as araras da loja, esvaziadas especialmente para o desfile, novamente vazias.
Moda Mensagem
O desfile transcorreu em silêncio. Uma sirene avisou que era hora de começar. Os modelos desceram para a margem do rio Tietê, ali onde bóia o lixo e corre ratos
e baratas. O ambiente, desnecessário dizer, era feio. Desolador até. A roupa, ao contrário, estava linda. O time da Cavalera revirou os próprios baús. Pescou tecidos antigos, xadrezes e listrados, entre outros, e transformou em vestidos longos inspirados em camisas masculinas. Na verdade, pareciam feitos de um mosaico de camisas. E eram lindos. As estampas meio românticas, com perfume vintage, fizeram um ótimo casamento com as outras, de padronagem masculina. A cartela de cores fez com que ora as roupas em tons terrosos se camuflassem
à paisagem, ora saltassem aos olhos graças à gama de azuis e verdes. Os modelos perambulavam. A sirene tocou de novo. Os estilistas mereceram cada aplauso caloroso que receberam.
Gueixa Tropical
Crédito:Cris Padilha
Autor:Thais Martins
Fonte:CR Comunicação