Rio de Janeiro, 04 de Maio de 2024

Confira o balanço dos desfiles de moda praia

Claro Rio Summer reúne o glamour da moda e o visual da cidade maravilhosa
 
por Deborah Bresser
 
 
O último dia do Claro Rio Summer foi de fashion tour.
 
 
Começou com o desfile da grife de Amália Spinardi, a Jo de Mer, em uma locação incrível, a Casa das Canoas, projetada por Oscar Niermeyer em 1951, cravada no meio da montanha, com vista para o mar de São Conrado.
 
A coleção da estilista, que era editora de moda, se propõe a levar o luxo para a beira da praia.
 
Em seu primeiro desfile, a grife trouxe uma modelagem quase gringa, com laterais mais largas do que o de costume para um biquíni brasileiro. Os maiôs são quase collants, fechados, comportados.
 
Ganham algumas tiras douradas, fendas, fivelas.
 
Nós amarram as peças. Surge o lamê dourado, em maiôs e biquínis, e tiras douradas que se misturam com a lycra laranja, em composição que funciona.
 
 
A matéria-prima, por sinal, é mais fininha, o que agrada os compradores internacionais, mas deixa as peças um tanto reveladora das formas.
 
Os babados, outra marca registrada da etiqueta, aparecem na frente ou nas costas – especial atenção para o maiô de onça com babados na parte de trás.
 
A tarde no Forte de Copacabana teve outra estréia, a da grife Triya, que apostou em uma moda praia repleta de estampas e inúmeras referências.
 
A marca transitou pela sofisticação, com biquínis de lateral mais larga e tops estilo bustiê, à propostas mais sensuais, como as que tinham lateral de tiras fininhas.
 
As garotas da Raia de Goeye entraram no espírito da ’garota de Ipanema’, buscando uma sofisticação despojada, e o resultado foi uma coleção com carinha de paulistana rica em férias no Rio.
 
Os volumes marcam as peças, começando com uma bata com quilômetros de tecido.
 
 
Os crus abrem a cena, em longos com volumes e vazados ousados, que revelam as curvas, para quem as têm e pode exibi-las.
 
Camadas de babados com brilhos no barrado se destacam na seqüência.
 
As cinturas são deslocadas para o quadril, o cós é baixo, as costas ficam de fora, propondo um visual de ‘garota largada’, mas de muito caso pensado.
 
Os volumes continuam nos brancos, que ganham enfeites como correntes e tiras soltas de tecido.
 
A cartela de cores vêm primorosa, passando por bege, terra, azuis, vermelhos e brancos.
 
A Cia Marítima, quem diria, deixou as loiras exuberantes de cabelos ao vento para lá.
 
 
Veio com mulheres muito mais chiques, de chapinha no cabelo, numa atitude mais contida do que a que costuma propor em suas coleções.
 
Os tops chegam trabalhados, enviesados e largos. A renda aparece nas saídas, de batinhas a macaquinhos, passando por obrigatórios vestidos longos.
 
Os tops são grandes, as calcinhas menores, amarradas em nós exuberantes.
 
Nas cores, tons sóbrios, como o verde água, o marrom e o preto e branco. Benny Rosset, mais uma vez, contou com uma coleção de tops para rechear seus biquínis, o que só fez valorizar ainda mais a proposta de alto verão.
 
Para fechar o dia e encerrar em grande estilo o Claro Rio Summer, Osklen e Lenny, duas marcas que são a cara do Rio – desse Rio ‘Fasano’, chique, rico, cheiroso e sofisticado – promoveram um luau no posto 10, em Ipanema.
 
Os caras armaram em dois dias uma passarela com uma cobertura de sapê, jogaram uns almofadões em uma arquibancada de três degraus, e, como o hotel Marina e o morro dois irmãos de um lado, o mar de outro, e a Viera Souto arrematando o cenário, não tinha como dar errado.
 
 
O desfile das marcas conseguiu atrair todo mundo, do supra sumo da sociedade carioca, das phynas às modernas, passando pela galera cool do cinema e os mais mais da Globo, tipo Du Moscovis, Carolina Ferraz, Regina Casé, Fernanda Torres (e o maridon, Andrucha), até uns curiosos que ficaram de pé na praia, do lado de lá do ‘cordão de isolamento’ . Com tanto carioca da gema junto, o filme e a versão Nizan para a música Cidade Marvilhosa, o “Every Body Loves Rio”, virou hino e foi aplaudido com entusiasmo.
 
Oscar Metsvath foi o primeiro a mostrar sua coleção, que abriu com hits da Osklen, como os macacões, os volumes, os brancos e crus.
 
Tecidos amassados, plastificados, estruturados se reviravam pelo corpo, em modelagens nunca óbvias.
 
O macacão com cavalo lá em baixo, perto dos pés, simula um vestido e veste homens e mulheres.
A calça cáqui masculina, também com cavalo baixo, é chique e simples.
 
As blusas e batinhas ganham mangas em formato de chapéu panamá.
 
Na seqüência, Oscar reedita as listras coloridas e fininhas, que tanto sucesso fizeram em sua coleção de verão.
 
A moda praia da Lenny é sempre esperada e não desagrada nunca. Além dos maiôs e biquínis de corte impecável, as roupas que acompanham essa mulher para além da areia vieram arrebatadoras, caso do mini trench, das jaquetinhas com estampa igual à do maiô, e ao vestido verde com capuz, em gola.
 
As alças são largas, as calcinhas comportadas, e os maiôs representam um caso à parte, absolutamente bem construídos. Os drapeados, alguns nas costas, outros na parte da frente, deixam qualquer mulher elegante.
 
Michelle Alves foi a última a cruzar a passarela, encerrando o primeiro evento que promete e pretende deixar sua marca no calendário nacional de moda, valorizando um nicho que é do Brasil e ninguém tasca.
 
Para celebrar, lá mesmo na praia, rolou a festa de encerramento do evento. Só alegria esse Claro Rio Summer.
 

Crédito:Luiz Affonso

Autor:Deborah Bresser

Fonte:Estadão