Rio de Janeiro, 26 de Abril de 2024

Balão intragástrico pode solucionar obesidade pós-gravidez

O método colabora na reeducação alimentar da mulher que engordou exageradamente durante a gestação e não consegue voltar ao antigo peso


Durante a gravidez, muitas mulheres levam ao pé da letra o dito popular “comer por dois”. Com isso, mesmo após o nascimento de seus bebês elas não conseguem retornar ao peso antigo e chegam a manter o sobrepeso por um longo período, sendo que 45% das mulheres obesas entraram nessa condição após a gravidez. No entanto, uma nova técnica promete ajudar a quem engordou demais nessa fase: o balão intragástrico.

De acordo com o cirurgião bariátrico Milton Ogawa, as mulheres que se tornaram obesas durante a gravidez não têm, necessariamente, maus hábitos alimentares. “É um período especial, em que fatores físicos e psicológicos atuam sobre o organismo de forma muito acentuada”, explica o médico.

“Por conta do perfil dessas pacientes, é possível afirmar que o balão intragástrico pode ser uma opção adequada para o emagrecimento”, diz Ogawa. O balão pode ser colocado dois meses após o parto. Por não envolver o uso de medicamentos e pressupor o acompanhamento nutricional, é uma opção segura para a mulher que acaba de dar a luz e está amamentando. A eficiência do tratamento é garantida pelo acompanhamento multidisciplinar (médico, nutricionista e especialistas em atividade física).

Como funciona o balão intragástrico - O balão é colocado no estômago por meio de endoscopia, onde pode ficar por até seis meses. Já dentro estômago, ele é preenchido com soro fisiológico e um corante. O balão provoca saciedade precoce, o que faz a pessoa comer menos e facilita o aprendizado de hábitos saudáveis de alimentação. Vale ressaltar que o acompanhamento médico de uma equipe multidisciplinar é indispensável, tanto antes quanto após a colocação do balão, pois o paciente irá passar por transformações e deverá adquirir novos hábitos alimentares após a retirada do balão. Atualmente, são mais de 30 mil balões intragástricos colocados em pacientes ao redor do mundo e diversos trabalhos científicos publicados e revisados.

Sugestão de entrevista: Dr. Milton Ogawa, cirurgião bariátrico e endoscopista da Gastroclínica, Londrina (PR)

 

Crédito:Cris Padilha

Autor:Renata Salles

Fonte:Burson Marsteller