Rio de Janeiro, 24 de Abril de 2024

14 de novembro " Dia Mundial do Diabetes "

No Dia Mundial do Diabetes especialistas alertam sobre a importância de tratar o pré-diabetes

Pacientes com pré-diabetes apresentam o dobro de risco de eventos cardiovasculares


 

Dia 14 de novembro acontece o Dia Mundial do Diabetes e os médicos alertam para os cuidados com a saúde que podem ajudar a controlar e evitar o diabetes e as suas complicações. Apesar da ampla divulgação dos perigos do diabetes tipo 2, a incidência da doença vem aumentando a cada ano, pois está diretamente relacionada à idade, sobrepeso, hereditariedade, má alimentação, sedentarismo e ao tabagismo, isto é, aos maus hábitos de vida. O Brasil já ocupa o oitavo lugar no ranking mundial de portadores do diabetes tipo 2 e a estimativa é que chegue à quarta posição até o ano de 2025. Neste contexto, cada vez mais os especialistas reforçam a importância do tratamento do pré-diabetes, condição clínica em que o paciente apresenta níveis altos de glicose no sangue, mas ainda não suficientes para obter o diagnóstico de diabetes tipo 2.

De acordo com a Federal Internacional do Diabetes (IDF), em 2003 existiam 314 milhões de pessoas com pré-diabetes no mundo e a projeção para 2025 é que sejam 472 milhões. “Isso demonstra um aumento expressivo de pessoas nessa condição, pois cerca de 50% desses pacientes desenvolverão diabetes tipo 2 nos próximos 10 anos”, afirma o endocrinologista Ruy Lyra, presidente da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM). ”Esses dados revelam a importância do tratamento e do controle do pré-diabetes, tanto para a prevenção como para a diminuição da progressão da doença”, afirma o especialista.

Estudos científicos mostram que 50% das pessoas com pré-diabetes, se não tratadas, vão desenvolver o diabetes tipo 2 em 10 anos o, que conseqüentemente, pode levar a complicações como alterações na circulação sanguínea, doenças coronarianas, comprometimento do funcionamento renal, problemas de visão e dos nervos. Além disso, os portadores de pré-diabetes apresentam 34% mais chance de morrerem devido a um evento cardiovascular ou derrame cerebral, do que as pessoas que não apresentam essa condição.

Diagnóstico

Assim como no diabetes tipo 2, o pré-diabetes é uma doença silenciosa, por isso, médicos recomendam a investigação da condição nos pacientes que apresentam mais fatores de risco como idade acima de  40 anos; excesso de peso; histórico familiar da doença; mulheres que apresentaram diabetes gestacional; pessoas com pressão alta, colesterol alto, entre outros problemas. “O pré-diabetes precisa ser visto com seriedade, pois o paciente nesta fase já apresenta um risco cardiovascular duas vezes maior do que aqueles que não têm níveis elevados de glicose”, afirma o endocrinologista Freddy Eliaschewitz, coordenador médico do núcleo de terapia celular e molecular da Universidade de São Paulo.

O diagnóstico de pré-diabetes é feito por exames laboratoriais que determinam os níveis sanguíneos de glicose (glicemia) no sangue. Deve ser realizado o teste da glicemia em jejum e/ ou, mas também o teste de sobrecarga oral à glicose (dosagem da glicose duas horas após a ingestão de 75 gramas de glicose). O pré-diabetes é diagnosticado quando os resultados são de 100 mg/dl a 125 mg/dl para a glicemia de jejum e de 140 mg/dl a 199 mg/dl para o teste de sobrecarga.

Tratamento

O tratamento do pré-diabetes consiste na mudança dos hábitos de vida, o que inclui a prática de exercícios físicos, parar de fumar e manter uma alimentação saudável. A prática de atividades físicas de forma regular (30 minutos diários de exercícios moderados), associada à perda de 5 a 7% do peso, pode reduzir o desenvolvimento do diabetes. Mas nos casos em que o paciente não consegue resultados apenas com as mudanças de hábitos, o médico pode prescrever medicamentos específicos que reduzem em 30% as chances de o paciente evoluir para o diabetes tipo 2. “A mudança dos hábitos de vida e o tratamento adequado do pré-diabetes podem ser a única chance de minimizar a escapar da epidemia mundial do diabetes”, declara Eliaschewitz. “Isso implica em menor custo com tratamentos e mais qualidade de vida para os pacientes”, afirma o especialista.

No Brasil, o medicamento Glucobay® (acarbose, da Bayer Schering Pharma – divisão da Bayer HealthCare), é o único tratamento aprovado em bula para o tratamento do pré-diabetes. Estudos com o medicamento demonstraram uma redução de 36% no risco de progressão para o diabetes e diminuição dos eventos cardiovasculares em 49%, além da redução de 34% do risco do surgimento de novos casos de hipertensão arterial. “O tratamento adequado pode levar à prevenção não só do desenvolvimento do diabetes como se pensa, mas também a prevenção de doenças cardiovasculares”, explica Ruy Lyra.

Os sintomas, diagnóstico e tratamentos do pré-diabetes serão abordados durante o XIII Congresso Latino Americano de Diabetes da ALAD (Associação Latino Americana de Diabetes), que acontece de 12 a 16 de novembro, em Cuba. Na ocasião os principais especialistas da América Latina vão se reunir para tentar desenvolver uma conduta de  consenso sobre o pré-diabetes.

Mudança de hábitos para quem tem pré-diabetes:

·         Adotar dieta saudável e balanceada com verduras e frutas

·         Evitar gorduras e carboidratos

·         Reduzir a ingestão de álcool

·         Parar de fumar.

Crédito:Cris Padilha

Autor:Danúbia Teixeira

Fonte:Burson Marsteller