Rio de Janeiro, 20 de Abril de 2024

O IMPACTO DAS HEPATITES VIRAIS NO BRASIL


Maior evento nacional da especialidade na América Latina, realizado em Ouro Preto (MG), no mês de outubro, contou com a presença das principais autoridades mundiais no assunto debatendo os resultados do Estudo de Base Populacional das Hepatites Virais A, B e C nas capitais do Brasil e também do Inquérito Brasileiro sobre Hepatite B.

As hepatites B e C têm grande importância médica porque podem causar cirrose (doença que acarreta gradual perda de funcionamento do fígado levando à morte ou ao transplante) e câncer do fígado. São doenças geralmente silenciosas, que passam desapercebidas e causam seqüelas. Podem ser diagnosticadas por exames de sangue simples, disponíveis no SUS: o teste HBsAg (para hepatite B) e o anti-HCV (para hepatite C).

Há no mundo 350 milhões de pessoas com hepatite B crônica, 200 milhões com hepatite C e “apenas” 40 milhões com Aids. No Brasil há 2 milhões de pessoas com hepatite B crônica e 600 mil indivíduos evoluirão ou já têm cirrose hepática.

A hepatite B é transmitida pelo sexo, pelo sangue (por meio de material contaminado) ou pela mãe que tenha o vírus. Há 2 décadas existe vacina altamente eficaz, disponível na rede pública para pessoas com até 19 anos. Acima dessa idade, as pessoas devem comprá-la.

Há programas de vacinação em andamento, mas estes são insuficientes e, além disso, a divulgação é precária. Com isso, o diagnóstico também é menor e o gasto com tratamento é baixo. Pergunte ao jovem a seu lado se ele se vacinou contra hepatite B. A resposta freqüentemente será “não” ou “não sei...”. O protocolo do Ministério da Saúde para tratamento da hepatite B está desatualizado e não contempla os medicamentos mais eficazes, como indicou, no evento, a Professora Anna Lok, maior autoridade mundial no tema.

A hepatite C, por sua vez, acomete mais de 2,5 milhões de brasileiros, dos quais 500 mil evoluirão ou já estão com cirrose. Muitos terão câncer do fígado. Estima-se que tais cifras duplicarão até o ano 2020. Transmitida, sobretudo pelo sangue (objetos perfurantes não descartáveis e contaminados, como agulhas, piercings, tatuagens, alicates de cutículas e lâminas de barbear compartilhados), ainda uma possui vacina protetora. No entanto, 56 por cento dos pacientes podem ser curados por meio de medicamentos fornecidos pelo SUS. Porém, o número de pessoas tratadas está muito aquém do necessário.


Breve currículo da diretoria da SBH (Biênio 2005-2007)

Dr. João Galizzi Filho, médico hepatologista, presidente da Sociedade Brasileira de Hepatologia (biênio 2005-2007), formado em Medicina pela Faculdade de Medicina da UFMG, especialista em Hepatologia pela Universidade de Londres, Inglaterra (Serviço da Profa. Sheila Sherlock), mestre em medicina tropical pela UFMG, membro-titular da Academia Mineira de Medicina. Reside e tem consultório em Belo Horizonte, MG.

Dr. Hoel Sette Júnior, médico hepatologista, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Hepatologia (biênio 2005-2007), formado em medicina pela Universidade Federal de Pernambuco em 1970, pós-doutorado em hepatologia na Universidade de Londres no Kings College School of Medicine, médico assistente da Divisão de Clínica Cirúrgica I do Serviço de Cirurgia de Fígado do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Reside e tem consultório em São Paulo, Capital.

Dra. Edna Strauss, médica hepatologista, ex-presidente da Sociedade Brasileira de Hepatologia- SBH (biênio 2003-2005). Fez doutorado e livre docência na Faculdade de Medicina da USP. Estágio de hepatologia pelo CNPq/INSERM, no Hospital Beaujon em Clichy, na França. Atualmente é representante da SBH junto à Associação Médica Brasileira. Reside e tem consultório em São Paulo, Capital.

Dr. Ângelo Alves de Mattos, médico hepatologista, Presidente Eleito da Sociedade Brasileira de Hepatologia (biênio 2007-2009), formado em Medicina pela Faculdade de Medicina da Fundação Universitária de Rio Grande, Residência Médica em Gastroenterologia pela Fundação Faculdade Federal de Ciências Médicas de Porto Alegre (FFFCMPA), Mestrado em Gastroenterologia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Doutorado em Medicina pela Escola Paulista de Medicina, Livre Docente em Gastroenterologia pela FFFCMPA. Reside e tem consultório em Porto Alegre, RS.

Crédito:Cris Padilha

Autor:

Fonte:MAJMALUF