Rio de Janeiro, 29 de Março de 2024

Ronco e apnéia do sono: desconforto e risco

Ronco e apnéia do sono: desconforto e risco


O ser humano passa cerca de um terço de sua existência dormindo. Atividade essencial para manter a saúde e melhorar a qualidade de vida, o sono é um período de repouso para o corpo e a mente. Porém, não é para todas as pessoas que este momento de descanso é tranqüilo e eficiente. É o caso de quem sofre de apnéia obstrutiva do sono.

 

A apnéia é uma doença que se caracteriza principalmente por interrupções na respiração durante o sono. Estes episódios ocorrem várias vezes e duram apenas alguns segundos, após os quais a respiração normal é retomada. O principal resultado é uma noite mal dormida, com sensação de fadiga e sonolência ao despertar.

 

A dra. Lia Azeredo Bittencurt, da Sociedade Paulista de Pneumologia e Tisiologia, explica que fatores como idade acima de 40 anos, obesidade, consumo de bebidas alcoólicas e cigarro fazem com que a musculatura da faringe fique flácida, tornando a pessoa propensa a sofrer de apnéia.

 

“Ao dormir, ocorre um relaxamento da musculatura, então é muito freqüente roncar. É um sinal de apnéia se a pessoa está roncando e de repente faz um silêncio, este silêncio é porque a garganta fechou, é uma parada respiratória”, completa.

 

Por se manifestar durante o sono, a apnéia é difícil de ser diagnosticada. Há pessoas que convivem anos com a doença, a ponto de se habituar e nem perceber que estão doentes. O diagnóstico tardio, entretanto, pode trazer complicações como hipertensão e arritmias cardíacas.

 

Além disso, a apnéia traz conseqüências e desconfortos imediatos. “A garganta fica estreitada e a pessoa tem pequenos despertares para tentar voltar a respirar. No dia seguinte ocorre o cansaço, a sonolência e a memória ruim”, comenta a dra. Lia.

 

OS RISCOS DA APNÉIA

 

A especialista afirma que embora seja rara a morte súbita durante estas paradas cardíacas, pois o adulto em geral acorda e volta a respirar normalmente, as conseqüências crônicas são preocupantes: acidentes de carro devido à sonolência e o desenvolvimento de doenças cardiovasculares.

 

Trata-se de um mal que não se cura espontaneamente, mas que pode ser controlado. “É necessário evitar os fatores de risco, perder peso e não beber à noite. Um dos melhores tratamentos é o CPAP, uma máscara, com um compressor, que expele ar dilatando as vias respiratórias”.

 

Em casos mais leves, é usado um aparelho intra-oral composto por uma camada de silicone nas duas arcadas dentárias, puxando a mandíbula para frente. A gravidade é definida de acordo com a quantidade de vezes que o sono é interrompido durante uma hora de descanso.

 

A apnéia obstrutiva do sono é mais freqüente nos homens: cerca de 4% das mulheres tem a doença, enquanto ela atinge aproximadamente 9% dos homens.

Crédito:Cris

Autor:Acontece - Chico Damaso

Fonte:Universo da Mulher