Rio de Janeiro, 19 de Abril de 2024

Vida sexual saudável na menopausa

A proximidade do climatério, em geral por volta dos 55 anos de idade, é quase sempre motivo de apreensão para as mulheres que receiam ter que enfrentar os "famosos" efeitos da falta de hormônios no organismo, entre eles as ondas de calor e suor, as palpitações, a ansiedade e o ressecamento da mucosa vaginal.

A preocupação faz todo sentido, afinal, cerca de 80% das mulheres que chegam a essa idade apresentam pelo menos um desses sintomas ao longo do período de transição em que o corpo está se ajustando à nova fase.

A maioria dos sintomas tem uma duração limitada, em média de quatro a cinco anos a contar do início da perimenopausa. Entretanto, um deles pode perdurar por mais tempo, chegando a interferir na vida sexual da mulher: a falta de lubrificação vaginal. 

Isso ocorre porque, com a diminuição dos hormônios, o tecido que reveste o interior da vagina perde espessura, elasticidade e lubrificação, predispondo a mulher inclusive a infecções no canal vaginal, na uretra e na bexiga.

Mais seca, a vagina se torna sensível, fazendo com que a relação sexual seja dolorosa. 

"Estudos mostram que a incidência de infecções no trato urinário após alguns anos de climatério pode chegar a 20%", informou o dr. Cesar Eduardo Fernandes, chefe do Departamento de Ginecologia da Faculdade de Medicina do ABC, durante o Simpósio sobre Trofismo Urogenital.

Apesar de mais comuns durante o climatério propriamente dito, esses sintomas podem começar a surgir até dez anos antes da última menstruação e vão se intensificando de acordo com o estilo de vida de cada mulher.

Mulheres em fase de pós-parto, especialmente durante a lactação, também sofrem do mesmo problema.

A boa notícia é que as terapias hormonais tópicas estão sendo cada vez mais recomendadas promovendo maior conforto, segurança e eficácia às usuárias.

A TH tópica à base do promestrieno, substância do medicamento Colpotrofine, da Merck S.A, é eficaz no tratamento da vaginite atrófica, recuperando a lubrificação vaginal, com alívio do prurido e ardência.

Além de sua indicação contra o trofismo urogenital, o promestrieno tem a vantagem de não ser absorvido sistematicamente, o que pode provocar efeitos colaterais sistêmicos, como sangramento vaginal, tromboembolismo venoso, câncer de mama, câncer de endométrio ou hiperplasia de endométrio.

Dessa forma, tem sido opção de primeira escolha para mulheres que não podem ou não desejam fazer reposição hormonal por outros métodos.

"O promestrieno pode ser considerado um agente de eleição, já que, de modo inverso a outros estrogênios de aplicação local, oferece a vantagem de ausência de absorção sistêmica. Este aspecto deve ser ressaltado particularmente do aconselhamento das pacientes que se recusam a receber a terapia convencional e daquelas com queixas de secura vaginal no puerpério", acrescentou o dr. Nilson Roberto de Melo, presidente da Febrasgo(Federação Brasileira das Sociedades de Ginecologia e Obstetrícia), durante o Simpósio sobre Trofismo Urogenital.

 

Crédito:Cris Padilha

Autor:Martha Fonseca

Fonte:Vera Santiago - ADS