Rio de Janeiro, 19 de Maio de 2024

Dia do fisioterapeuta

Dia do fisioterapeuta

13 de outubro – Dia do fisioterapeuta

 

Fisioterapia respiratória: acelerando a recuperação do paciente cirúrgico


Importante por melhorar as condições de respiração e aliviar a quantidade de secreção nos enfermos que serão submetidos à cirurgia, a fisioterapia respiratória também tem papel educativo. É essencial para orientar os pacientes sobre os procedimentos cirúrgicos, preparando-os para responder adequadamente às indicações da equipe multiprofissional no pós-operatório. Enfim, pode influenciar diretamente o processo de recuperação, tornando-o mais rápido e melhor sucedido.

 

Segundo a diretora do Departamento de Fisioterapia da Sociedade Paulista de Pneumologia e Tisiologia (SPPT), Lara Maris Nápolis, a recuperação de indivíduos orientados antes da cirurgia pode ser mais efetiva do que a dos demais. Ela conta que ainda hoje, alguns pacientes vão para a sala de operação sem satisfazer todas as curiosidades ou esclarecer as dúvidas sobre o procedimento cirúrgico. Nesses casos, as explicações ficam a cargo dos profissionais da equipe multidisciplinar, como os fisioterapeutas.

 

“Às vezes o paciente ou mesmo os familiares se esquecem de fazer alguma pergunta que depois passa ser considerada importante. Esse papel orientador acaba ficando conosco ou com a equipe de enfermagem”.

 

Normalmente, os recém-operados deixam o centro cirúrgico respirando por um tubo na boca e inconscientes, com importante ferida cirúrgica no tórax ou abdome, além da presença de dreno de tórax, bem como os vários acessos venosos. Tais aparatos junto aos fatores anestésicos e manipulação intra-operatória desencadeiam dor ao inspirar profundamente e ao tossir. Se não forem devidamente instruídos, podem acordar agitados, debatendo-se ou tentando arrancá-los. Para Lara Maris, é esse tipo de informação que faz com que o paciente reaja e colabore melhor, recuperando-se mais rápido.

 

“Ele sai mais cedo da UTI, mais precocemente vai para o quarto e com isso fica menos tempo no hospital porque segue corretamente às orientações”.

 

Técnicas fisioterapêuticas e prevenção

 

Mesmo para aqueles que não apresentam quadro de doença respiratória, um trabalho de orientação deve ser feito. Os fisioterapeutas ensinam a respirar utilizando o diafragma, que é o principal músculo da respiração; e utilizam vários exercícios respiratórios que contribuem para a reexpansão dos pulmões, que frequentemente podem estar acometidos por complicações do pós-operatório. Mostram como tossir corretamente, aplicando exercícios e recursos terapêuticos alternativos para expectoração de secreção. Ainda dão dicas de exercícios físicos para a correta respiração em conjunto com o fortalecimento muscular, exercícios circulatórios, e também orientam a retirada precoce do leito para prevenir a trombose venosa e tromboembolismo pulmonar (alterações na circulação periférica).

 

Orientação para o pós-operatório.

 

São de observação cotidiana as diversas deficiências respiratórias manifestadas no período de pós-operatório imediato. A dor, a presença de drenos torácicos, certa depressão neurológica, dificuldades de movimentação, maior produção de secreções em vias aéreas, entre outros, determinam dificuldades restritivas e/ou obstrutivas, muitas vezes de grau expressivo. A consciente colaboração do paciente é fundamental para minimizar esses transtornos. Habitualmente, a orientação sobre tal participação ativa do paciente inicia-se imediatamente após a recuperação anestésica.

 

“Nesse particular, temos observado que a aplicação de adequado treinamento dos métodos fisioterapêuticos no pré-operatório aumenta significativamente a eficiência imediata. Além disso, é básico que o fisioterapeuta, como membro de uma equipe multiprofissional, contribua com esclarecimentos para a familiarização do paciente com o ambiente que irá encontrar ao sair da fase de anestesia e durante a sua permanência na unidade de recuperação ou unidade de terapia intensiva, incluindo equipamentos e procedimentos.”

 

 

A fisioterapia respiratória é um tratamento auxiliar que traz benefícios ao paciente independentemente do quadro clínico que apresenta. No entanto, é possível observar que, se for aplicado como um recurso de preparação, antes do procedimento cirúrgico, torna o período pós-operatório particularmente eficaz. O custo-efetividade de um programa de fisioterapia pré-operatório, com no mínimo duas sessões, poderá não só reduzir o tempo de internação, como diminuir os gastos hospitalares.

Crédito:Cris Padilha

Autor:Acontece - Chico Damaso

Fonte:Universo da Mulher