Rio de Janeiro, 18 de Maio de 2024

Mudar conceitos e derrubar barreiras da mulher sobre o próprio corpo

Mudar conceitos e derrubar barreiras da mulher sobre o próprio corpo
Mudar conceitos e derrubar barreiras da mulher sobre o próprio corpo é uma das metas da ginecologia e sexologia mais discutidas por médicos do mundo todo e muito defendida no recente Congresso Mundial de Ginecologia de Obstetrícia em Santiago no Chile.
 
 
Uma pesquisa nomeada  “Diálogos da Vagina”, apresentada por uma das sexólogas mais reconhecidas internacionalmente, a belga Goedele Liekens, deixa claro o alto grau de desconhecimento das mulheres sobre o próprio corpo.
 
A doutora defende a importância da medicina e da sexologia  em contribuir no cotidiano dos consultórios para que   mistérios e tabus sobre a vagina possam ser desmistificados e a mulher tire proveito de um maior entendimento sobre seu corpo, podendo aumentar sua satisfação sexual a até entender melhor as vantagens do uso de produtos por via vaginal.
 
Segundo a pesquisa, cerca de 50% das mulheres analisadas concordam que a vagina é a parte do corpo que as mulheres conhecem menos. 
Quase 80% delas, acreditam que entender a vagina pode aumentar a satisfação sexual.
Aproximadamente, 60% pensam que a sociedade tem  muitas  informações equivocadas sobre a vagina.
 
 
Para dificultar essa mudança cultural, 40% mostram que não se sentem confortáveis para falar sobre a vagina com os próprios médicos. Alguns homens também foram questionados nesta pesquisa e concluiu-se que eles têm percepção mais positiva sobre vaginas do que as próprias mulheres o que reforça a necessidade das mulheres estarem mais educadas sobre o assunto.
 
A nova era de medicamentos de administração via vaginal, como o anel contraceptivo Nuvaring, aborda o anel  como uma ferramenta de auxílio ao médico no trabalho de ajudar a mulher a  conhecer mais o seu corpo e melhorar a qualidade da vida sexual e da rotina diária, pois a inserção do produto é feita por meio da flexão do anel com os dedos polegar e indicador que devem ser introduzidos na vagina. A inserção do anel representa uma  oportunidade de incentivar a mulher  a saber mais sobre a vagina.
 
 
 Além disso, o uso de um contraceptivo pela vagina permite administração de menor dose  de hormônios e aplicação uma vez ao mês, sem interferir na  libido, como os métodos anticoncepcionais de ingestão oral, cujo princípio ativo passa pelo fígado e altera as quantidades de uma proteína, diminuindo a testosterona no sangue e podendo  afetar a desejo sexual feminino.
 
Dar a oportunidade para as pacientes visualizarem o exame ginecológico, por um espelhinho ou televisão, foi outra alternativa mencionada pela Dra. Liekens e que já estão sendo utilizadas  nos consultórios de todo o mundo e são especialmente aprovada pelos grandes ginecologistas brasileiros que participaram do congresso, como Dr. Nilson Roberto de Melo , Gerson Lopes, José Bento de Souza e  Malcolm Montgomery.
 
 
Sexualidade comprometida por tabus
 
O estímulo às fantasias eróticas é outro caminho aconselhado pelos médicos para a libertação das mulheres em relação a culturas repressoras. O ginecologista e sexólogo mineiro, Gerson Lopes, que está entre os mais reconhecidos de todo o Brasil, aponta que o vínculo com um homem intimidador é uma das principais causas da repressão feminina.
 
Em depoimentos que ele coleta durante as palestras que ministra em todo o País, o médico pôde apurar que 70% das brasileiras não se masturbam e aposta como esse quadro contribui fortemente para que as brasileiras apresentem os maiores índices de anorgasmia do mundo. “Cerca de 55% das mulheres sexualmente ativas no País não conseguem sentir orgasmo. Enquanto isso, 70% das americanas se masturbam e a anorgasmia nos Estados Unidos está em torno de 10%. Isso mostra a relevância de sanar o problema do preconceito e desconhecimento sobre o próprio corpo que a brasileira apresenta”, comenta o médico.
 
 

 

Crédito:Fernanda Viegas

Autor:Fernanda Viegas

Fonte:In Press Porter Novelli