Rio de Janeiro, 18 de Maio de 2024

Mulheres, meninas, HIV e aids

Foi lançado dia 19/11, em Brasília, nova campanha de prevenção da transmissão vertical da sífilis e do HIV voltada para mulheres grávidas, profissionais de saúde e gestores.
 
O objetivo é promover a melhoria da qualidade do pré-natal, incentivando profissionais de saúde a oferecerem os testes para diagnosticar e, nos casos positivos, tratar a mãe e o parceiro, evitando a infecção do bebê. Os dois exames são gratuitos na rede pública de saúde.
 
A campanha será veiculada em todo o país a partir de hoje até 15 de dezembro em rádios, emissoras de televisão, revistas especializadas, folhetos e cartazes. Com a campanha, o Ministério da Saúde pretende reduzir a infecção do HIV a próximo de zero eliminar a sífilis congênita até 2007. Quanto mais cedo for realizado o diagnóstico e iniciado o tratamento, maiores são as chances de evitar este tipo de transmissão.
 
As mensagens são direcionadas às gestantes, com foco nas mulheres das classes D e E, profissionais de saúde e gestores. As mensagens voltadas para as grávidas reforçam o direito do bebê nascer saudável e o direito de mãe e filho protegerem-se da sífilis e do vírus da aids e terem acesso ao tratamento, quando necessário. Ressaltam ainda que é um direito de ela exigir os testes anti-HIV e de sífilis no pré-natal, o mais cedo possível.
 
Profissionais e gestores -
 
A campanha lembra ao profissional de saúde e aos gestores a importância do seu papel no controle da epidemia de aids e da sífilis. É responsabilidade do profissional de saúde sempre oferecer esses exames durante o pré-natal e incentivar as gestantes a buscarem o resultado.
 
O material para esse público são cartazes e folhetos que serão distribuídos prioritariamente nos serviços de saúde e nas publicações dos conselhos federais de Medicina e Enfermagem. Os gestores de saúde (secretários estaduais e municipais de saúde; e  coordenadores estaduais e municipais de DST e Aids, da saúde da mulher, e da saúde da criança) receberão um folheto com informações sobre a campanha para que possam atuar conjuntamente com os profissionais de saúde, não permitindo que faltem os insumos necessários e a capacitação da equipe.
 
HIV e sífilis –
A sífilis é quase quatro vezes mais freqüente nas gestantes do que a infecção pelo HIV. Estima-se que, em 2004, existam no Brasil cerca de 15 mil gestantes infectadas pelo vírus e 60 mil com sífilis. Se não tratada durante a gravidez ou se o tratamento for inadequado, a sífilis pode acarretar a morte do feto ou deixar seqüelas no bebê, como surdez, problemas neurológicos, má formação óssea, entre outros. No caso do HIV, quando a mãe não recebe o tratamento, o bebê pode nascer infectado com o vírus. A mãe com o resultado soropostivo também não pode amamentar. Um terço das infecções decorrem do aleitamento. O Sistema Único de Saúde (SUS) garante a fórmula infantil gratuitamente em substituição ao leite materno,  bem como os exames e o tratamento para aids e sífilis .
 
O lançamento abre as atividades que marcam o Dia Mundial de Luta Contra a Aids, que esse ano terá como tema “mulheres, meninas, HIV e aids”.
 
 
Dados oficiais
 
 
* Número estimado de pessoas vivendo com HIV: 600 mil
* Número estimado de gestantes com HIV: 15 mil
* Número estimado de gestantes com sífilis: 60 mil
* Bebês nascidos com sífilis em 2003: 4.666 casos notificados no MS até julho de 2004 (estima-se que correspondam a apenas 30% do número real de casos uma vez que há grande subnotificação)
* Até 40% das infecções  pela sífilis durante a gestação podem levar ao óbito do bebê
* Diagnosticada a infecção pelo HIV precocemente, somada à terapia anti-retroviral adequada, pode-se chegar a próximo de zero a transmissão vertical do vírus.
* No caso da sífilis, o diagnóstico precoce na gravidez, somado ao tratamento adequado da gestante e de seu parceiro, elimina-se o risco de transmissão para o bebê e garante a cura da doença nos pais.
 
Aids no Brasil

* Total de casos de aids desde 1980 até dezembro de 2003:  310.310
* Homens com aids (1980-2003): 220.783 casos (71,1% do total)
* Mulheres com aids (1980-2003): 89. 527 casos (28,8% do total)
* Total de casos de aids em crianças abaixo dos 5 anos (1980-2003): 8.418
* Estimativa de pessoas infectadas com HIV: 600 mil.
 
Sífilis no Brasil
 
* Estimativa de gestantes com sífilis: 60.000
* Caso de sífilis congênita de 1998 a 2003: 21.018
 

Crédito:Luiz Affonso

Autor:Luiz Affonso

Fonte:Universo da Mulher