Desde 1975, quando foi instituído pelas Nações Unidas o dia 8 de março como o Dia Internacional da Mulher, a data é vista como uma oportunidade de mostrar a ascensão feminina na sociedade, especialmente a crescente conquista de espaços considerados masculinos e o longo caminho ainda a ser percorrido até a igualdade de gêneros.
Enquanto isso, milhares de mulheres em todo o mundo e quase 200 no Brasil encontram realização profissional e pessoal na maternidade, exercendo a função de mãe social em uma Aldeia Infantil SOS. As mães sociais são a base do modelo familiar de atendimento da organização não-governamental, que tem como missão criar famílias para crianças necessitadas.
Cada Aldeia Infantil SOS é um condomínio formado por 10 a 12 casas-lares, onde moram famílias SOS com até 9 crianças com idades diferentes, que convivem sob os cuidados de uma mãe social. De acordo com Luisa Marinheiro, diretora nacional das Aldeias Infantis SOS, as crianças crescem dentro de suas famílias SOS até que sejam suficientemente maduras para começar vidas independentes.
A mãe social cria uma relação de afeto com cada criança a ela confiada, proporciona segurança, amor e estabilidade, orientando o seu desenvolvimento e administrando seu lar com autonomia. Ela conhece e respeita a origem, as raízes culturais e a religião de cada criança, explica.
Aprendendo a ser mãe
Os principais requisitos para se tornar uma mãe social são: ter mais de 25 anos, ter concluído o ensino médio, ser solteira, viúva ou divorciada, querer ser mãe, gostar de ser dona de casa e ter disponibilidade para se dedicar em tempo integral às crianças, além de ter características de liderança e ser uma pessoa afetiva e estruturada emocionalmente.
Após a seleção, a candidata inicia o curso de formação na Escola de mães Hermann Gmeiner, em São Paulo. Edna Dias, diretora da escola, explica que o processo de formação e capacitação da mãe social tem duração de 2 anos, intercalando-se conteúdo teórico, na sala de aula, e prático, na Aldeia. O curso abrange vários aspectos, como gerenciamento da casa lar, noções de psicologia, pedagogia, saúde e nutrição. Somente depois de passar pelo curso de formação e capacitação é que ela assume, como mãe educadora, uma casa-lar e a responsabilidade pelo desenvolvimento e educação de até nove filhos, e portanto uma família substituta.
Edna lembra que periodicamente também são realizados cursos de reciclagem, que asseguram que a mãe social tenha um desenvolvimento contínuo e que suas capacidades e qualificações melhorem de acordo com seu potencial. Cabe à mãe social favorecer o desenvolvimento de vínculos afetivos e duradouros, propiciar a essas crianças a alegria de viver, resgatar o sentimento de pertencimento a uma família e desenvolver a motivação para que cada criança possa projetar-se para o futuro. É, sem dúvida, um trabalho que exige vocação e opção de vida para a maternidade para se realizar a partir da reconstrução de uma nova família, define.
As mulheres que se enquadram nesse perfil e que gostariam de se candidatar a uma vaga de mãe social na organização, podem se informar ou enviar currículo para uma das 14 Aldeias Infantis SOS (veja quadro).
As primeiras mães sociais
Logo após a Segunda Guerra, eram muitas as crianças órfãs de guerra que vagavam pelas ruínas das cidades européias ou compartilhavam os abrigos destinados aos refugiados. Além disso, era grande também o número de viúvas de guerra, o que despertou a idéia no então estudante de medicina, Hermann Gmeiner, de reunir essas mulheres e as crianças órfãs. Foi assim que surgiu, em 1949, em Imst, Áustria, a primeira Aldeia SOS.
Esse projeto se expandiu de forma extraordinária e hoje são atendidas 55 mil crianças em 439 Aldeias espalhadas por todos os continentes, onde são desenvolvidos também vários outros projetos, que beneficiam 650 mil pessoas.
No Brasil, elas existem há 37 anos e atendem cerca de 8 mil crianças e jovens nos 11 Centros Sociais e nas 14 aldeias, localizadas em 9 estados brasileiros e no Distrito Federal: Lauro de Freitas (BA), Brasília (DF), Caicó (RN), João Pessoa (PB), Porto Alegre e Santa Maria (RS), Goioerê (PR), Rio de Janeiro (RJ), Juiz de Fora (MG), Manaus (AM), São Paulo, São Bernardo do Campo e Poá (SP).
Aldeias Infantis SOS Brasil
Aldeia Infantil SOS do Amazonas
Av Penetração Norte-Sul, 600 Manaus - AM - Tel. (92) 651-3316
Aldeia Infantil SOS de Caicó
Praça da Áustria s/n - Castelo Branco Caicó RN - Tel. (84) 421-2327 / 421-1456
Aldeia Infantil SOS da Paraíba
Av. Hilton Souto Maior, 555 - Água Fria João Pessoa PB - Tel. (83) 238-8383
Aldeia Infantil SOS da Bahia
Av. Amarílio Tiago dos Santos, 144 - Lauro de Freitas BA Tel. (71) 378-2341 / 378-2426
Aldeia Infantil SOS de Brasília
SGAN W-5 Norte Q 914 - Conj. F Asa Norte Brasília DF - Tel. (61) 272-2738 / 272-3482
Aldeia Infantil SOS de Juiz de Fora
Av. Juiz de Fora, 667 - Grama Juiz de Fora MG - Tel. (32) 3224-7240 / 3224-7303
Aldeia Infantil SOS de Jacarepaguá
Estrada do Boiúna, 485 Jacarepaguá Rio de Janeiro RJ - Tel. (21) 2440-9792 / 2440-0604
Aldeia Infantil SOS de Pedra Bonita
Rua Jardim do Seridó, 200 Barra da Tijuca Rio de Janeiro RJ - Tel. (21) 2493-2861/2494-7844
Aldeia Infantil SOS de Rio Bonito
Av. Fernando Amaro de Miranda, 61- Jardim Colonial São Paulo SP - Tel.: (11) 5661-0026/ 5661-5411
Aldeia Infantil SOS de Poá
Av. Nossa Senhora de Lourdes, 85 - Jd. Débora Poá SP - Tel. (11) 4636-6341/ 4636-6361
Aldeia Infantil SOS de São Bernardo do Campo
Estrada Ernesto Zabeu, 200 - Riacho Grande São Bernardo do Campo SP - Tel. (11) 4354-0340 / 4354-0272
Aldeia Infantil SOS de Goioerê
Estrada Rancho alegre, km 02 - Via Sanepar Goioerê PR - Tel. (44) 522-1365/522-1365
Aldeia Infantil SOS de Santa Maria
Rua Roberto Romano, 355 - Parque Dom Antônio Reis - Santa Maria - RS - Tel. (55) 211-1722
Aldeia SOS de Porto Alegre
Av. Caldéia, 250 - Sarandi - Porto Alegre RS - Tel. (51) 3364-2967 / 3364-7999
Mais informações sobre as Aldeias Infantis SOS Brasil podem ser obtidas pelo telefone 0800-160633 ou no site www.aldeiasinfantis.org.br.
Crédito:Luiz Affonso
Autor:Estela Mendonça
Fonte:Aldeias Infantis SOS Brasil