Rio de Janeiro, 18 de Maio de 2024

Discriminação contra a mulher continua

No mapa sobre a representação de mulheres e homens na imprensa de todo o mundo, traçado pelo Projeto Global de Monitoramento da Mídia (GMMP), as primeiras estão relegadas a uma posição marginal.
 
Mesmo sendo a maioria da população mundial, as mulheres aparecem em apenas 21% das notícias. A presença feminina é ainda menor no rádio, em que elas constituem apenas 17% das notícias em comparação a 22% na televisão e 21% em jornais. Em apenas 10% das notícias, as mulheres são o foco central.
 
 
A pesquisa é organizada pela ONG internacional World Association for Christian Communication (WACC). A metodologia consiste no monitoramento de 24 horas do noticiário de TV, rádio e impresso. Em 2005, a data escolhida foi 16 de fevereiro. Pesquisadores de 76 países participaram, coletando aproximadamente 13.000 notícias.
 
 
O estudo foi feito em outras duas ocasiões, em 1995 e 2000, mas esta foi a primeira vez que o Brasil participou do projeto, com a colaboração de pesquisadores da Universidade Metodista de São Paulo.
 
 
A análise dos dados coletados não se restringe a falar de quanto e como a mulher aparece no noticiário, mas também se detém sobre a participação feminina como produtoras de conteúdo. Os dados de 2005 revelaram que apenas 28% dos artigos de mídia impressa são escritos por repórteres femininas. Na televisão registrou-se a única exceção: a apresentação do noticiário ainda cabe, em 57% dos casos, às mulheres.
 
 
Há também um nítido corte temático, estabelecendo que temas pertencem ao mundo masculino e que temas são "femininos". Isso aparece tanto quando a análise é feita sobre o conteúdo das notícias quanto em relação a quem realiza ou apresenta o conteúdo.
 
 
Nas redações, os homens tendem a cobrir as notícias consideradas "sérias", como política. Do total analisado, apenas 32% das notícias sobre política e governo foram realizadas por jornalistas mulheres. Em temas sociais, como educação ou relações familiares, a participação feminina aumenta um pouco - 40% -, mas ainda é menor que a masculina.
 
 
Indo às páginas dos periódicos ou à programação de TV e rádio, as mulheres aparecem em histórias "leves", por exemplo sobre celebridades e artes (28% dos assuntos noticiados). No noticiário político, as mulheres são tema em 14% das ocasiões, e em economia, 20%.
 
 
Os temas relacionados à questão feminina também são pouquíssimos abordados. Só 4% das matérias falam sobre igualdade ou desigualdade de gênero.
 
 
Veja a íntegra da pesquisa em:
 
 
 
 
 

Crédito:Teresa Nacle

Autor:Teresa Nacle

Fonte:www.sintoniasaintgermain.com.br