Rio de Janeiro, 19 de Maio de 2024

Natália Guimarães estampa capa da Nova

A Miss Brasil abre o jogo à revista NOVA e fala do início da carreira de modelo, dos bastidores do Miss Universo, do seu namoro e dos planos para o futuro
 
           
Aos 22 anos, Natália Guimarães ganhou as páginas dos noticiários do mundo todo ao ficar em segundo lugar no Miss Universo 2007, após uma final considerada por muitos injusta. Mas, essa capricorniana demonstrou tanta fé em seu taco que agora não lhe faltam convites profissionais, parece até que ela foi a vitoriosa.
           
 
 
 
Sempre mostrando muita elegância, ao ser questionada se achou que o resultado do concurso foi roubado, a morena de Juiz de Fora não criticou os jurados nem a japonesa Riyo Mori, que levou o título. “Se eu tivesse vencido, não iria gostar que questionassem a escolha”, disse à NOVA de julho.
           
 
E não foi uma resposta politicamente correta. Essa gata de olhos amendoados já viveu o outro lado da história: “Quando ganhei os títulos de Miss Minas Gerais e Miss Brasil, algumas garotas comentaram que o resultado havia sido manipulado. A maior prova de que estavam erradas veio com o meu bom desempenho no concurso mundial. Ou seja, não cabe agora a mim fazer o papel da injustiçada.”
           
 
 
A beleza de Natália vem sendo reconhecida desde os 13 anos, quando o dono de uma filial da Elite a selecionou para participar de um desfile com outras meninas do colégio onde estudava, em Belo Horizonte. “Nunca pensei em seguir essa profissão. Sempre fui muito moleca — me achava até cheinha. Naquela época, gastava toda a minha mesada em uma loja de doces perto da escola”, revela.
           
 
Nos dois anos seguintes, essa garota de brilho forte foi chamada para vários eventos. Só então fez o curso de modelo e um book. Mas a transformação de menina bonita em Cinderela das passarelas só começou a acontecer na época em que cursava a faculdade de Arquitetura. Cansada de virar as noites fazendo projetos para as aulas e ainda equilibrá-las com o trabalho, resolveu dar um tempo de seis meses nos estudos e visitar o pai em Nova York. O objetivo era aprimorar o inglês, passear e descansar.
           
 
Em questão de semanas, o vendedor de uma loja de roupas disse, boquiaberto, que precisava apresentá-la a uma amiga, dona de agência de modelos. Natália passou os dez meses seguintes desfilando na capital do mundo.
           
 
De volta ao Brasil — a fim de se preparar para ir morar definitivamente nos Estados Unidos —, ela mais uma vez mostrou que tem estrela. No elevador do prédio do dentista, o dono de outra agência a convidou para se inscrever no Miss Minas Gerais. Em seis meses, a bela participou de cinco concursos. Venceu três e se classificou em dois. “Como diz o mineiro, sou do tipo ‘come quieta’: calada, mas esforçada e atenta a tudo à minha volta”, compara.
           
 
Autoconfiante, Natália afirma que essa força interior vem do apoio da família, da crença em Deus e do fato de não dar bola para a torcida adversária: “Penso que, se eu batalhar pelo que acredito, vou chegar aonde quero, independentemente do que fizerem ou disserem. Por exemplo, quando comecei a carreira de modelo, ouvi de uma funcionária da agência que eu só conseguiria algo na vida se mudasse de nome, pois era muito comum. Respondi: ‘Imagine! Quero vencer assumindo a minha identidade!’”.
           
 
Sobre os bastidores do concurso, Natália conta que no primeiro dia de ensaio, o coreógrafo caiu de boca no chão e quebrou um dente. No outro, a Miss China despencou do palco e rasgou a calça. “Muitas tropeçaram, porque o piso era de vidro – liso feito sabão -, para dar um efeito espelhado com a iluminação. Percebi que estava perigoso e, na véspera do desfile, pedi para colocarem uma borrachinha na sola dos meus sapatos e subirem a barra dos meus vestidos. Depois dizem que Miss é burra!”, comenta.
           
 
Natália afirma que sempre foi tratada com respeito, mas que tem consciência de que as misses são vistas com certo preconceito. “Engraçado que, para ser selecionada no concurso, uma mulher não pode ser apenas bonita. Precisa estar em uma faculdade, ser articulada, falar outros idiomas. E, detalhe, meu livro de cabeceira não é o Pequeno Príncipe”, enfatiza.
           
 
Quando o assunto é o coração, Natália – que namora há quatro anos com o administrador de empresas Christian Wagner -, mantém a mesma segurança que demonstra em sua carreira: “Somos pouco ciumentos. Ele me apóia, sabe que faz parte e até brinca com a situação”.  Para ela o que faz o seu relacionamento perdurar é acima de tudo o companheirismo. “Você precisa sentir que pode contar com o outro em qualquer ocasião”.
           
 
Sobre planos de subir ao altar, a Miss Brasil analisa que é muito nova no momento: “Quero uma família sim, mas não penso em casar agora. Vou continuar colocando um tijolinho de cada vez para construir o meu espaço”, finaliza.
 
 
 Foto: J.R. Duran
 
 

Crédito:Karen Moraes

Autor:Cláudia Rubinstein

Fonte:CR Comunicação