Rio de Janeiro, 29 de Março de 2024

Relacionamentos amorosos entre os idosos

A Paixão na Maturidade


A paixão é o primeiro estágio do desenvolvimento de uma relação amorosa. Estamos acostumados a ver histórias assim entre os adolescentes como Romeu e Julieta, de Shakespeare, um paradigma pela idealização mútua dos amantes. Mas na vida real não é bem assim. A paixão não está presente apenas entre os adolescentes ou adultos jovens, ela se estende por toda a vida.

Diferentemente dos amores da juventude, os relacionamentos entre pessoas de 60, 70 anos ou mais, funcionam como um mundo secreto que transcende para eles mesmos. Umas das questões observadas no estudo “Relações amorosas mais tarde na vida”, de Otto F. Kernberg, professor de psiquiatria do Weill Medical College em Nova York, é a sexualidade muito bem aflorada nessa fase da vida. As relações amorosas, como o próprio autor relata, são dignas de nota. Com freqüência, adultos com mais de 60 anos afirmam que suas experiências sexuais no novo relacionamento são incomparáveis com as anteriores.

Para Dr. Paulo Canineu,  especialista em gerontologia e geriatria do Hiléa, centro de vivência que desenvolve um novo estilo de vida para a maturidade, são notáveis as mudanças psicológicas em pessoas que começam a namorar mais tarde. “Ainda é visto com certo preconceito, mas é muito saudável relacionar-se amorosamente nessa fase da vida. Anima qualquer pessoa, dá uma energia extra”, conta Dr. Canineu.

Os romances maduros costumam ser menos impetuosos. Entre os idosos que voltam a ter um relacionamento amoroso é comum reviver desejos deixados há algum tempo como a vaidade. A vontade de estar bonito e com saúde estimulam a pratica de exercícios físicos, e a volta aos bailes que estão em alta, importantes para o convívio social.

Como expressão de maturidade emocional, apaixonar-se nessa fase da vida inclui uma idealização romântica da pessoa amada, uma intuição profunda com o que ainda está faltando na própria vida. As pessoas mais velhas têm interesse pela experiência de vida da pessoa amada, por sua personalidade, por sua maneira de tratar e abordar as pessoas, por sua opinião  política, e a forma como lida com a natureza, a arte, o trabalho e o lazer. É de grande satisfação compartilhar um mundo interno com o parceiro que, desse modo, pode trazer uma nova vida.

De acordo com dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas), a população idosa está crescendo. Em 2025, eles devem representar 15% da população brasileira.  Nesse cenário, somando os avanços da medicina com os medicamentos contra a disfunção erétil, todo o conceito de amor na terceira idade mudou. Com o  aumento da perspectiva de vida com independência, pessoas com mais de 60 anos não hesitam em iniciar um novo relacionamento amoroso. Na pesquisa “Estatísticas de Registro Civil”, também realizada pelo instituto, atualizada pela última vez em 2005 mostra que, naquele ano, 26 501 casamentos de pessoas com mais de 60 anos foram celebrados, mais que o dobro de registrado em 2002, penúltima vez que foi atualizada.


Hiléa, centro de vivência e desenvolvimento para idosos

Dentre os serviços oferecidos pelo Hiléa estão: Residencial - com ou sem assistência, Vivência Diária, Convivência e Lazer, Reabilitação, Cuidados da Memória e Consultórios Gerontológicos, em estrutura composta por 119 apartamentos e conforto de um hotel 5 estrelas. Além disso, possui sala de ginástica com equipamentos específicos, salão de eventos, piscina aquecida e sauna, salas de massagem, restaurante, transporte, salas de atividades e recreação, sala da família, cabeleireiro e barbeiro, solário e jardim, serviço de quarto. Toda a arquitetura e a decoração foram idealizadas com base nas necessidades específicas do idoso para preservar sua independência.

Crédito:Cris Padilha

Autor:

Fonte:Carolina Zaine