Todos os animais são iguais mas alguns animais são mais iguais que os outros, de George Orwell, no seu livro A revolução dos bichos.
Cai como uma luva na barbárie que atinge não só o Rio de Janeiro, mas todo o Brasil - e não é de ontem. Enquanto o Poder Legislativo e Judiciário discutem o sexo dos anjos e claudicam na tomada de decisões coercitivas com receio de que a população não assimile a mudança do status de povo cordial para povo em alerta geral.
Arrastar por sete quilômetros uma criança de 6 anos que não conseguiu se desvencilhar do cinto de segurança do carro roubado de sua mãe, ficando dependurado do lado de fora, com sua irmã correndo atrás para salvá-lo, sob o alarido de pessoas alertando, afora um motoqueiro que teve sua calça manchada de sangue pelo boneco de Judas, assim cognominado pelo bandido de 16 anos, enquanto o motorista assassino serpenteava o carro para se livrar daquele corpo incômodo, de olho no produto ridículo do furto, os animais em fuga querem é voltar para a casa dos pais... que nunca sabem o que os filhos pensam.
Esses espécimes da raça humana não perdoam os pais por terem nascido em berço miserável que os obriga a ralar que nem uns condenados, para que viver, então? É bola ou búrica, matar ou morrer.
Não lhes passa pela cabeça passear no inferno de carro roubado ou um dia sofrer o martírio de João Hélio Fernandes.
Crédito:Antonio Carlos Gaio
Autor:Antonio Carlos Gaio
Fonte:Universo da Mulher