Mais que um simples acidente
Delegado afirma que reconstituição do desaparecimento de engenheira aponta contradições na versão de PMs
A reconstituição do desaparecimento há quase um ano da engenheira de produção Patrícia Amieiro Franco, 24 anos, reforçou ontem a tese da polícia de que a queda do carro da jovem no Canal de Marapendi, na Barra da Tijuca, não foi apenas um acidente.
Foi o que afirmou o delegado Ricardo Barboza, responsável pela investigação.
Caso os laudos da perícia confirmem que o automóvel de Patrícia não se desgovernou sozinho, oito policiais militares poderão ser indiciados por homicídio e ocultação de cadáver.
O laudo da reconstituição vai comprovar que não foi apenas um acidente e até onde a versão dos policiais se sustenta. As versões dos PMs e das testemunhas são conflitantes, por isso a necessidade de novas análises, disse Ricardo Barboza, acrescentando que o laudo da perícia deverá ser concluído em 15 dias. Titular da DH, o delegado Jader Amaral afirmou que as versões dos PMs são contraditórias.
Segundo o promotor, para que os PMs não sejam incriminados, os novos laudos precisam confirmar a versão de que o corpo de Patrícia foi arremessado no canal na queda do carro.
No entanto, 15 dias depois, o irmão da jovem encontrou perfurações de bala quando foi pegar o veículo na oficina, como O DIA noticiou na época, motivando o uma nova investigação.
Exames de balística nas armas dos PMs e no porta-malas das viaturas que estiveram no local estão sendo refeitos.
Para a família da engenheira, a perícia finalmente vais desvendar o sumiço.
Não há como negar o envolvimento dos policiais. Os laudos só vão comprovar o que sempre soubemos. Eles têm que pagar pelo que fizeram a minha filha, afirmou Celso Antônio Franco, pai de Patrícia, que organiza uma carreata domingo, às 10h, na Avenida Sernambetiba, na Barra, para cobrar pressa na apuração do caso.
Crédito:Luiz Affonso
Autor:Amanda Pinheiro e Geraldo Perelo
Fonte:www.odia.com.br