Rio de Janeiro, 18 de Maio de 2024

Preso médico tarado

Mulheres descrevem ataques de médico preso em São Paulo acusado de abuso sexual
 

Foi preso nesta segunda-feira (17) o médico Roger Abdelmassih, um dos mais conhecidos especialistas em fertilização do Brasil.
 
O médico é acusado de estuprar mais de 50 mulheres. Ele nega as acusações.
 
Ele é acusado de estupro pelo Ministério Público, denúncia aceita nesta segunda-feira pela Justiça.
 
Uma mulher descreveu um ataque do médico na sala de pré-cirurgia, pouco antes da retirada de óvulos para a fertilização, um procedimento que é feito na própria clínica.
 
“Quando eu deitei na cama, ele pegou e veio acariciar meu seio e eu coloquei as minhas mãos assim (se protegendo). Aí, eu falei pra ele: ‘você não precisa mexer no meu seio pra tirar o óvulo de mim’. Ele estava sentindo prazer no que ele estava fazendo, entendeu?”, relatou.
 
Elas tinham problemas para engravidar e, por isso, procuraram o especialista conhecido.
 
Há também relatos de ataques logo após a cirurgia de retirada de óvulos.
 
“Eu acordei levemente e lembro dele me beijando, beijando minha boca e falando para eu beijar ele e lembro dele passando a mão no meu corpo”, relatou outra vítima.
 
Roger Abdelmassih se orgulha de ter ajudado a trazer ao mundo milhares de bebês. Muitos deles, filhos de casais famosos e bem-sucedidos. Casais que investiram muito no sonho de ter filhos.
 
Algumas dessas histórias chegaram à Promotoria no ano passado, mas a Justiça nem analisou a denúncia, porque não havia inquérito policial. A polícia entrou no caso, ouviu dezenas de mulheres que se apresentaram como vítimas, e o médico foi apontado como autor de crimes sexuais.
 
Na ficha policial dele agora consta: indiciado pelos artigos 214 do Código Penal (atentado violento ao pudor) e 213 (estupro). Entre as vítimas ouvidas pela polícia está uma paciente de Minas Gerais, que contou o que, segundo ela, aconteceu na sala de recuperação da clínica.
 
“Assustada, abri os olhos com dificuldade e vi que quem me beijava era o médico. Não tive forças para conter suas investidas. Ele então levantou a camisola cirúrgica que eu estava vestindo e consumou o ato”, narrou.
 
Os casos de ataques foram sendo compartilhados aos poucos.
 
No começo, pela internet. “Quando eu soube que eu não era a única, para mim foi um grande alívio”, afirmou uma vítima.
 
O médico se defendeu, alegando que as denúncias eram fruto de fantasia, provocada pelo anestésico que ele aplicava. Mas a delegada ouviu especialistas e concluiu: a versão do médico foi completamente descaracterizada.
 
A Promotoria, então, reapresentou a denúncia, com base na nova lei de crimes sexuais.
 
Desde o dia 7 de agosto, o estupro é caracterizado como constranger alguém mediante violência mesmo que o ato sexual não seja consumado.
 
 
 
 
 
 
 

Crédito:Luiz Affonso

Autor:Redação

Fonte:www.g1.com.br