Rio de Janeiro, 16 de Maio de 2024

Uso de diuréticos é eficaz no combate à hipertensão

Os diuréticos já foram os principais medicamos no tratamento da pressão alta, que afeta um em cada quatro adultos. Mas seu uso caiu nos últimos anos por causa da promoção de novos e mais caros medicamentos, apesar de seus benefícios raramente serem comparados diretamente com os diuréticos.

 
O novo estudo, patrocinado pelo governo, era aguardado ansiosamente porque foi projetado para comparar os benefícios dos quatro tipos de medicamentos usados para o tratamento da pressão alta em um grande número de participantes, mais de 42 mil, representando homens e mulheres, grupos de minoria e pessoas com doenças co-existentes.

A pressão alta, também conhecida como hipertensão, é o principal fator por trás de insuficiências cardíacas e derrames, e pode causar ataques cardíacos.

 
O novo estudo descobriu que um diurético, o chlorthalidone, é mais eficaz na prevenção de ataques cardíacos que as três outras classes de medicamentos: amlodipina (vendido como Norvasc), um bloqueador do canal e cálcio; lisinopril (Zestril e Prinivil), um inibidor ACE; e doxazonsin (Cardura), um bloqueador de alfa-adrenergic.

 
O mercado para os remédios de pressão sanguínea é gigante. A pressão alta afeta 50 milhões de americanos, e 24 milhões deles gastam US$ 15,5 bilhões por ano em remédios. O resto não tem hipertensão ou não tomam remédios para tratá-la. A prevalência da hipertensão aumenta com a idade; mais da metade das pessoas acima de 60 anos tem hipertensão.

 
As descobertas, reportadas nesta quarta-feira na The Journal of the American Medical Association, foram consistentes em todos os grupos no estudo, por isso devem ser aplicáveis a todas as pessoas com pressão alta, disseram os líderes do estudo em uma coletiva de imprensa no National Heart Lung and Blood Institute. A agência federal, em Bethesda, Maryland, pagou US$ 85 milhões no estudo, que foi realizado independentemente. A Pfizer, que fabrica o Norvasc, pagou mais US$ 40 milhões.

 
O uso de diuréticos para a hipertensão custa cerca de US$ 25 por ano, comparado com US$ 250 para o uso do inibidor ACE e US$ 500 para um bloqueador do canal de cálcio, segundo o dr. Paul Whelton, líder do estudo, que leciona epidemiologia na Universidade Tulane. O aumento do uso de diuréticos promoveria a economia de cerca de US$ 1 bilhão por ano, afirmaram os líderes do estudo.

 
Oficiais de saúde pública alertaram os pacientes a não deixarem de tomar seus medicamentos antes de consultarem seus médicos.

 
 

Crédito:Lawrence K. Altman

Autor:Lawrence K. Altman

Fonte:The New York Times