Rio de Janeiro, 03 de Maio de 2024

Mulher detecta mais cedo o câncer de tireóide do que o Homem

Muito freqüente entre mulheres, os problemas referentes à tireóide, pequena glândula que tem como função controlar o metabolismo do corpo, podem se tornar graves e até mesmo evoluírem para um câncer.
 
Segundo dados da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia 60% da população adulta têm nódulos na tireóide, sendo que o tumor maligno é detectado em 5% dos casos.
 
O câncer de tireóide é considerado de fácil tratamento, principalmente quando detectado precocemente, sendo que o índice de cura é superior a 90%.
 
No Brasil o câncer de tireóide é o oitavo tipo de câncer mais comum, são cerca de 25 mil novos casos por ano. Esse tipo de câncer acomete três vezes mais mulheres do que homens. A cada grupo de 100 mil mulheres, 18 desenvolvem câncer de tireóide anualmente. Em São Paulo a quantidade de mulheres com câncer de tireóide triplicou em vinte anos.
 
O crescimento no registro do número de casos não está vinculado ao aumento da incidência da doença. Segundo o oncologista Carlos Roberto Monti, diretor do Radium Instituto de Oncologia, em Campinas, SP, o diagnóstico tornou-se mais freqüente, devido a exames de rotina e até mesmo a uma maior procura por parte das mulheres por consultórios médicos em busca de uma fórmula para emagrecer, o que favorece o diagnóstico da maioria dos casos desse tipo de câncer.
 
 O câncer de tireóide é um tumor maligno de crescimento localizado dentro da glândula tireóide que se localiza na região anterior ao pescoço.
 
Segundo o médico, os principais fatores de risco para a doença são a hereditariedade, exposição a material radioativo e uma alimentação pobre em vegetais. Um nódulo de tireóide não produz usualmente sintomas, mas pode ser percebido através de auto-exame. Ele pode tornar a voz rouca ou fazer a respiração e a deglutição tornarem-se dificultosas.
 
"Na maior parte dos casos, quando detectado precocemente, o índice de cura chega a 90% e é um dos tipos mais tratáveis de tumor", afirma o oncologista Carlos Roberto Monti. Nos casos de pacientes jovens em que o tumor é diagnosticado no início as chances de cura chegam a 100%. Em mulheres com mais de 45 anos, quando o câncer tem mais de quatro centímetros de diâmetro e já não está restrito à glândula, esse índice cai para cerca de 70%.
 
Uma vez diagnosticado o câncer, torna-se necessário o controle permanente. Na maioria dos casos (90%) o tratamento consiste na retirada total da glândula. "Depois dessa retirada o paciente se torna totalmente dependente da reposição de um dos hormônios produzidos pela tireóide, o T4" conta Monti. Como a dosagem padrão varia de acordo com a idade e o peso, a pessoa tem que ter acompanhamento médico e fazer exames regulares de sangue e ultra-sons por toda vida.
 
"Como qualquer doença, é importante que se esteja atento para os sinais iniciais apresentados pelas doenças de tireóide e, principalmente, se tiver caso da doença na família, procurar um médico para a realização de exames", alerta o oncologista. O exame por imagem permite diagnosticar nódulos de até cinco milímetros, em estágio inicial, o que amplia a possibilidade de cura, no caso de tumor maligno. 
 
 
 

Crédito:Fatima Nazareth

Autor:Adelaine Cruz

Fonte:Central de Comunicação