Rio de Janeiro, 08 de Maio de 2024

Tonteira, tontura e vertigem

A sensação de que o ambiente está girando, falta de equilíbrio e até mesmo quedas e náuseas fazem parte de uma freqüente queixa clínica. Falo da tontura, costumeiramente encarada como um sintoma passageiro e não recebendo, assim, a devida importância.
 
De forma isolada ou freqüente, a tontura deve ser investigada por um médico para descartar problemas graves. Em geral associada a distúrbios no labirinto, como a labirintopatia, popularmente conhecida por labirintite, pode também surgir de diversos outros motivos.
 
Entre os mais graves estão a insuficiência cardíaca, problemas circulatórios como a aterosclerose, a hipertensão arterial e a queda da pressão. Nestes casos, tonturas seguidas de desmaios, ou quedas sem perda de consciência são situações que exigem tratamento médico imediato.
 
Determinados tipos de medicamentos trazem na bula que vertigens e náuseas são possíveis efeitos colaterais. Se a tontura vier após o início de algum tratamento, o médico deverá ser informado para reavaliar a dose ou o próprio medicamento.
 
Anemia; altas temperaturas, com conseqüente queda da pressão arterial; alterações hormonais no início da gravidez; falta ou excesso de açúcar no sangue em diabéticos; aumento do triglicérides; aumento do açúcar no sangue; alterações cerebrais, quer por consumo excessivo de bebida alcoólica, quer por uso de cigarro por não fumantes; ou ainda situações emocionais fortes também podem desencadear tontura. Deve-se lembrar da possibilidade de uso de drogas ilícitas
 
Doenças pré-existentes como diabetes melito, hipertensão ou reumatismo, infecções por vírus ou bactérias, estresse e distintos problemas psicológicos são outras hipóteses que merecem investigação. Também merece especial atenção a síndrome do pânico, muito freqüente, e cujo diagnóstico nem sempre é fácil.

Seja qual for a causa, por menos grave que aparente, pode ser igualmente perigosa conforme a situação. Uma tontura e eventual desmaio, ainda que decorrentes de estresse passageiro, podem ter efeito devastador se acontecerem enquanto o paciente dirige seu carro.
 
Por este motivo, todos as situações merecem cuidado especial e o paciente deve ser atendido por um clínico para uma avaliação completa e tratamento, sendo necessário o acompanhamento por um especialista muitas vezes.
 
 
 
 
* Dr. Antônio Carlos Lopes, professor Titular da Disciplina de Clínica Médica do Departamento de Medicina da Unifesp e presidente da Sociedade Brasileira de Clínica Médica
 

Crédito:Chico Damaso

Autor:Dr. Antônio Carlos Lopes

Fonte:Acontece