Rio de Janeiro, 16 de Abril de 2024

Gripe H1N1 - Perguntas e Respostas

Tire suas dúvidas sobre o risco e a prevenção da gripe suína
Conheça os sintomas, como ocorre o contágio e como evitá-lo.
 
Preocupação é grande no Mundo e clima é de Paranóia Geral
 

Gripe surgiu em criações de porcos e reúne genes de vírus que podem atingir suínos, aves e humanos.

A gripe suína é uma doença respiratória de porcos causada por um vírus influenza tipo A que causa regularmente crises de gripe em porcos.
 
Ocasionalmente, o vírus vence a barreira entre espécies e afeta humanos.
 
O vírus da gripe suína clássico foi isolado pela primeira vez num porco em 1930. Saiba o que conhecemos desta doença.
 
 
Como a gripe suína mata?
 
Na verdade, qualquer tipo de gripe pode matar, em especial pessoas com sistema imune (de defesa do organismo) enfraquecido.
 
A gripe suína parece ser capaz de afetar gravemente pessoas com sistema imune mais forte, e seu mecanismo de ação ainda precisa ser estudado em detalhes.
 
No entanto, o principal risco associado à doença é uma inflamação severa dos pulmões, que pode levar à insuficiência respiratória, ou seja, incapacidade de respirar direito.
 
Outras complicações sérias têm a ver com lesões severas nos músculos, que podem levar a problemas nos rins e no coração, e mesmo, mais raramente, meningites e outros problemas no sistema nervoso central. Em todos esses casos, pode ocorrer a morte. 
 
 
Quantos vírus de gripe suína existem?
 
Como todos os vírus de gripe, os suínos também mudam constantemente. Os porcos podem ser infectados por vírus de gripe aviária e humana.
 
Quando todos contaminam o mesmo porco, pode haver mistura genética e novos vírus que são uma mistura de suíno, humano e aviário podem aparecer.
 
No momento, há quatro classes principais de vírus de gripe suína do tipo A são H1N1, H1N2, H3N2 e H3N1.
 
Qual é o vírus que está causando a crise atual?
É uma versão nova do H1N1.
 
 
Como os seres humanos pegam gripe suína?
 
Normalmente, esses vírus não infectam humanos. Entretanto, vez por outra, mutações no vírus permitem que eles contaminem pessoas.
 
Na maioria das vezes, os contágios acontecem quando há contato direto de humanos com porcos.
 
Mas também já houve casos em que, após a transmissão inicial do porco para o homem, a partir dali o vírus passou a circular de pessoa para pessoa.
 
Foi o caso de uma série de casos ocorridas em Wisconsin, EUA, em 1988. Nesses casos, a transmissão ocorre como a gripe tradicional, pela tosse ou pelo espirro de pessoas infectadas.
 
Consumir carne de porco pode causar gripe suína?
 
Não. Ao cozinhar a carne de porco a 70 graus Celsius, os vírus da gripe são completamente destruídos, impedindo qualquer contaminação
 

O que significa a palavra  "pandemia" e os níveis de perigo da OMS?
 
O termo "pandemia" se refere a uma epidemia de proporções globais, no qual há surtos de uma dada doença de forma "sustentável" (ou seja, sem interrupção da cadeia de transmissão no horizonte) em vários países e em mais de um continente.
 
A Organização Mundial da Saúde (OMS) usa uma escala de seis fases para caracterizar a transmissão dos vírus influenza (da gripe) pelo planeta.
 
Na fase 1, a transmissão só ocorre entre animais.
 
A fase 2 se caracteriza pelos primeiros relatos de transmissão do vírus de animais para seres humanos.
 
Pequenos grupos de casos entre humanos definem a fase 3. Nela, no entanto, a transmissão de pessoa para pessoa ainda não é eficiente no grau necessário para que a comunidade inteira onde vivem os infectados esteja em risco. 
 
Agora estamos na fase 4, na qual a dinâmica da infecção é sustentável o suficiente para causar surtos afetando comunidades inteiras. O risco de pandemia é grande, mas não 100% certo.
 
A fase 5 corresponde à transmissão de pessoa para pessoa em mais de um país, indicando uma pandemia iminente.
 
Finalmente, na fase 6, a pandemia está caracterizada.
 
O que fazer para evitar o contágio?
 
O CDC (Centro de Prevenção e Controle de Doenças dos EUA) fez algumas recomendações para evitar a doença.
 
- Cubra seu nariz e boca com um lenço quando tossir ou espirrar. Jogue no lixo o lenço após o uso.
 
- Lave suas mãos constantemente com água e sabão, especialmente depois de tossir ou espirrar. Produtos à base de álcool para limpar as mãos também são efetivos.
 
- Evite tocar seus olhos, nariz ou boca. Os germes se espalham deste modo.

- Evite contato próximo com pessoas doentes.
 
- Se você ficar doente, fique em casa e limite o contato com outros, para evitar infectá-los.
 
Quais são os sintomas da gripe suína?
 
Os sintomas são normalmente similares aos da gripe comum e incluem febre, letargia, falta de apetite e tosse. Algumas pessoas com gripe suína também tiveram coriza, garganta seca, náusea, vômito e diarreia.
 
Qual o índice de mortalidade dessa forma da doença?
 
Ainda é cedo para ter estatísticas precisas, mas cerca de um em cada 15 a 20 casos da doença até agora diagnosticados resultou em morte -- taxa considerada alta.
 
Como se faz o diagnóstico de gripe suína?
 
Para identificar uma infecção por um vírus influenza do tipo A, é preciso analisar amostras respiratórias do paciente durante os primeiros 4 ou 5 dias da doença -- quando uma pessoa infectada tem mais chance de estar espalhando o vírus.
 
Entretanto, algumas pessoas, especialmente crianças, podem manter o vírus presente por dez dias ou mais. A identificação do vírus é então feita em teste de laboratório.
 
O consumo de vitamina C ou outras medidas para melhorar a resistência do organismo podem ajudar na prevenção?
 
Provavelmente não muito, diz o biólogo Atila Iamarino, da USP, que faz doutorado sobre a evolução de vírus como o HIV. "A verdade é que não se sabe se o consumo de vitamina C realmente aumenta a resistência ao vírus. O organismo da pessoa pode estar bem preparado, mas, se as características do vírus nunca tiverem sido encontradas pelo sistema imune, existe o risco de infecção", afirma.
 
 
Como é feito o tratamento?
 
"Existem duas linhas de medicamentos. Uma delas, a amantadina, impede a entrada do vírus nas células humanas. A outra, de medicamentos como o Tamiflu [oseltamivir], tenta barrar a saída do vírus de uma célula quando ele tenta infectar outras", explica o biólogo da USP.
 
A má notícia, diz Iamarino, é que o H1N1 já se mostrou resistente à primeira classe de remédios. Por enquanto, o oseltamivir ainda parece ser capaz de agir contra ele.
 
Você pode tomar as atuais vacinas contra a gripe?
 
Sim. A recomendação é sempre essa, pois essas vacinas ajudam a combater a gripe tradicional.
 
As vacinas contra a gripe têm alguma influência na proteção contra a gripe suína?
 
De acordo com o pesquisador da USP, existe a possibilidade de essas vacinas oferecerem proteção parcial contra o vírus proveniente de porcos. No entanto, mesmo que isso aconteça, certamente a formulação delas não será a ideal. "Não sabemos, por exemplo, para que lado vai caminhar a variabilidade genética do vírus suíno. Normalmente, ao produzir uma vacina, você já leva em conta o conhecimento que tem do vírus para tentar cobrir a variação futura dele e alcançar o máximo possível de proteção", diz Iamarino.
 
 
Há vacinas específicas para a gripe suína?
 
No momento, somente para porcos, que são mais constantemente afetados por esse tipo de vírus. Mas as autoridades já anunciaram estar trabalhando numa versão humana da vacina, que deve ficar pronta em seis meses.
 
Fontes: CDC, Datasus, OMS, Atila Iamarino (biólogo, doutorando em evolução de vírus, USP)
 
 
Grupo de jovens dançarinas animam a Feira de São Marcos em Aguascalientes, no México, neste domingo, 26, sem esquecer das máscaras
 
 
Saiba para que serve e quais são as máscaras indicadas para prevenir doença
 
Máscara cirúrgia deve ter certificação e modelo indicado para obstruir 95% da partícula do vírus é o N95
Acessório com certificado N95 pode obstruir 95% da partícula do vírus.
 
 
As máscaras cirúrgicas viraram acessório indispensável para quem vai viajar para o México, Estados Unidos, Canadá, Espanha, Nova Zelândia e Reino Unido, países com casos confirmados da gripe suína.
 
E nem todas as máscaras são indicadas para o combate à doença.

De acordo com o infectologia Edmilson Migowski, do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, as máscaras de pano ou tecidos sem a certificação N95 devem ser descartadas por quem não está doente e quer evitar o contágio.

Segundo Migowski, apenas as máscaras com esta certificação são capazes de obstruir até 95% da matéria da partícula do vírus causador da gripe.
 
Ele explica que a máscara deve encobrir a boca e o nariz, principais canais de contágio do vírus.
 
O acessório, conta o infectologista, não tem validade e só precisa ser trocados em caso de dano, corte, rasgo ou umidade.
 
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) informou que as máscaras esquecidas em aviões ou nos aeroportos são incineradas.
 
 
 
 
 

Crédito:Luiz Affonso

Autor:Reinaldo José Lopes e Salvador Nogueira

Fonte:G1