Rio de Janeiro, 11 de Novembro de 2024

Ai, que Saudade ....

Ai, que Saudade ....

Às vezes, basta um cheiro, uma música ou uma palavra... E pronto!

Lá vem a saudade entrar em ação, trazendo sempre muitos sentimentos com ela: tristeza, ressentimento, alegria, amargura, desilusão, esperança – além de um forte desejo de querer voltar no tempo...

É quando dizemos que a saudade dói no coração, na alma.

Podemos dizer que nem tudo é melancolia, quando o coração aperta e vem aquele “nó” na garganta, recordando um amor, uma fase da vida ou mesmo, um lugar.

A saudade pode ser transformada num sentimento confortante, livrando-se do lado sombrio da melancolia e ficando apenas com o lado bom e gostoso do que está longe, de quem não está mais aqui... Do que não volta mais.

Existem saudades que nos levam a uma reavaliação de como estamos conduzindo a nossa vida, que pode estar muito acelerada ou desconectada de nossas realidade e necessidades.

É o caso daquele amigo que você morre de saudades e que mora na mesma cidade.

Neste caso, não é difícil resolver o problema; basta reorganizar a rotina para ter um tempo de ligar ou mesmo encontrá-lo. Isso vale para muitas outras saudades.

Sentir saudades é bom, mas precisamos aprender a abrir espaços para novas experiências, vivências e pessoas.

Quando se sente saudade de um amor do passado com muita freqüência, a ponto de se tornar uma obsessão, é momento de reavaliar a situação do atual relacionamento afetivo. 

Essa pessoa amada do passado pode estar sinalizando que alguma coisa está faltando hoje. Podemos avaliar se os relacionamentos afetivos atuais possuem carinho, afeto, romantismo e até mesmo a paixão que havia no antigo amor.

Porém, se a saudade é de um ente querido que faleceu, recomendo que se avalie o que essa pessoa representou e representa na sua vida, para que possamos lembrar dela sem ressentimentos ou idealizações excessivas.

O ente querido pode continuar a viver dentro de você com as coisas boas que ele deixou.

Observe que é possível preencher esse espaço vazio, de certa forma, com as relações atuais, principalmente com pessoas mais velhas, por exemplo, que possam nos dar o apoio, o incentivo e até mesmo o “colo” que tínhamos dos nossos pais.

Não é esquecer ou substituir o ente querido por outro; é amenizar a dor da falta, da perda, da solidão...

A dificuldade excessiva em superar a falta, a perda e a tristeza podem provocar doenças de fundo psicossomático e até mesmo a depressão, uma vez que as emoções influenciam diretamente o nosso organismo. 

Neste caso, é importante evitar os pensamentos depressivos e procurar vivenciar a saudade de forma positiva, deixando de fora a dor e a amargura, estimulando as recordações dos momentos alegres.

Não existe nenhuma química que acabe com a saudade, mas você pode recorrer ao auxílio de um psicólogo para, através de um processo de psicoterapia, reavaliar a sua vida e livrar-se da tristeza e da dor.

 

“Ter saudade até que é bom. É melhor que caminhar sozinho”.

Da canção “Sonhos”, de Peninha.

 

 

Katia Horpaczky

Psicóloga Clinica

CRP 06/41.454-3

 

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CURIOSIDADE

 

“Saudade”, segundo o dicionário, é “uma recordação suave e melancólica de pessoa ausente ou coisa distante, que se deseja tornar a ver ou possuir”. Curiosamente, a palavra não existe em nenhum outro idioma além do Português. Todos os idiomas têm várias palavras que expressam sentimentos por alguém que está longe ou faz parte do passado, mas nenhuma é tão completa, precisa e abrangente como no português.

Crédito:Katia Horpaczky

Autor:Katia Horpaczky

Fonte:Universo da Mulher