Rio de Janeiro, 17 de Abril de 2024

Degeneração Macular - Prevenção ainda é o melhor remédio

Degeneração Macular - Prevenção ainda é o melhor remédio

Degeneração Macular – Prevenção ainda é o melhor remédio

Doença que pode levar à cegueira ainda é desconhecida para a maior parte da população, mas pode ser evitada com cuidados simples e consultas periódicas ao oftalmologista


Principal causa de cegueira em pessoas acima de 50 anos, a degeneração macular relacionada à idade (DMRI) é um mal desconhecido para a maioria dos brasileiros. Como não há tratamento com eficácia comprovada para todos os casos, o melhor caminho ainda é a prevenção. Dra Andréa Barbosa, oftalmologista especializada no tema, diz que a DMRI deve ser diagnosticada nas suas formas mais precoces para que o melhor possa ser feito: "É preciso que a população saiba que a partir dos 45 anos é fundamental a consulta anual ao oftalmologista. Só ele pode perceber os primeiros indícios da doença e indicar o caminho para controlar seu desenvolvimento".

A degeneração macular relacionada à idade atinge a região da retina responsável pela visão central. Estima-se que cerca de cinco milhões de brasileiros sejam portadores da doença em pelo menos um olho e, destes, entre 500 mil e 800 mil devem desenvolver a forma mais grave nos próximos cinco anos. A mácula é o ponto responsável pela visão de maior clareza e definição, por isso, nos casos mais sérios, a DMRI pode levar à incapacidade de ler, reconhecer rostos e até à cegueira central.

Dra Andréa explica que a forma mais comum, conhecida popularmente como seca, atinge de 85% a 90% dos pacientes e é caracterizada pela formação de pequenos depósitos amarelados sob a mácula, que podem deixá-la mais fina e totalmente ressecada. "Porém, algumas vezes, a doença pode piorar e evoluir para a forma úmida, formando vasos sangüíneos anormais sob a mácula. Esses vasos rompem-se, formam hemorragias e cicatrizam-se com fibroses, podendo chegar a danificar a visão de forma irreversível", completa.

Por ser um mal relacionado ao envelhecimento dos olhos, costuma acometer pacientes com mais de 55 anos e chega a atingir mais de 25% das pessoas acima dos 75 anos. A especialista alerta que principalmente quem passou dos 50 anos deve se preocupar: "Como pode evoluir de forma lenta, muitos pacientes só procuram um oftalmologista quando começam a perceber sintomas". Segundo a especialista, a maior parte dos pacientes relata a visão central borrada, percepção de linhas distorcidas ou descontinuadas, dificuldade para identificar distâncias ou alturas e dificuldade em ambientes pouco iluminados. Nesses casos, é recomendado procurar um oftalmologista imediatamente.

As causas da doença ainda são desconhecidas, mas o que já se sabe é que o fumo, a exposição ao sol (pela radiação ultra violeta), e uma dieta pobre em vitaminas, minerais e antioxidantes são fatores de risco. Mulheres, pessoas com casos na família, pele ou olhos muito claros, catarata, miopia, ou hipertensão arterial também são mais propensas a desenvolver a DMRI. Para evitar a degeneração macular relacionada à idade, a Dra Andrea Barbosa dá algumas dicas:

Para evitar a doença:

- Manter uma alimentação balanceada, com frutas e legumes e pouca gordura;

- Controla peso, pressão arterial e níveis de colesterol;

- Não fumar;

- Usar óculos escuros (protegendo a retina contra a radiação ultra violeta);

- Procurar regularmente um oftalmologista. 


Perfil Andréa Barbosa

Dra. Andréa Barbosa é formada em medicina pela Universidade Federal da Bahia e especializada em Oftalmologia pelo Hospital dos Servidores do Estado - RJ. É Membro do Conselho Brasileiro de Oftalmologia e possui especialização em retina e vítreo, uveítes e trauma ocular. Além disso, desenvolve pesquisa no diagnóstico e tratamento das doenças da retina, com destaque para degeneração macular relacionada a idade, tema de seu projeto de Doutorado em curso na Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). É coordenadora do Serviço de Oftalmologia do Hospital Quinta D'Or – RJ e uma das proprietárias da Clínica de Olhos São Francisco de Assis, no Centro do Rio de Janeiro.

Crédito:Cris Padilha

Autor:Rafaela Giardini

Fonte:Universo da Mulher