Rio de Janeiro, 25 de Abril de 2024

Ibope apontou que depressão altera apetite e diminui o desejo sexual

Para latinas, depressão altera apetite e diminui desejo sexual

Pesquisa Ibope realizada com 1.100 mulheres em cinco países da América Latina revela que, para elas, doença pode engordar o que leva muitas a abandonar o tratamento  

Mais de 90% das latinas também afirmam que a depressão impacta diretamente na vida familiar, profissional e social


As mulheres latino-americanas acreditam que conhecem os sintomas da depressão, afirmam buscar o médico como principal fonte de informação e garantem que um dos principais problemas da doença e seu tratamento são alterações no apetite e diminuição no desejo sexual. Os resultados estão no estudo DELA (Depresíon en Latinoamérica), realizado com 1.100 mulheres, entre 35 e 55 anos, de cinco países (Brasil, Chile, México, Colômbia e Venezuela).

O estudo DELA, coordenado pelo Ibope, foi apresentado hoje durante XXV Congresso da Associação Latino-Americana de Psiquiatria (APAL), em Isla Margarita, na Venezuela. O estudo é uma iniciativa da APAL e conta com patrocínio da Wyeth Indústria Farmacêutica. “A pesquisa traz informações importantes para médicos sobre a percepção que as mulheres têm da depressão”, avalia o psiquiatra Edgard Belfort, presidente do comitê organizador do congresso. “Elas têm duas vezes mais depressão do que os homens e precisam conhecer mais sobre a doença”, completa. 

Do total de mulheres entrevistadas nos cinco países, 90% das latino-americanas afirmaram considerar a depressão uma doença. Mesmo assim, 45% delas ainda acreditam que a depressão é uma doença de pessoas frágeis, o que revela o preconceito que ainda cerca o problema. “O resultado mostra uma mudança importante no comportamento feminino, mas também revela que ainda há muito desconhecimento em torno da doença”, explica Belfort. Os sintomas emocionais, como tristeza, irritabilidade e sensação de isolamento, ainda são os mais relatados na hora de definir a depressão por 66% das entrevistadas.

Segundo Belfort, este dado revela que os médicos precisam estar atentos também a essas queixas para identificar o problema em suas pacientes. “Sabemos que esses serão os sintomas mais relatados por elas. Por isso, o médico precisa prestar atenção a essas queixas na hora da consulta”, completa. Além disso, alterações no apetite e diminuição da libido são outros sintomas entre os mais citados pelas pacientes.

Impacto funcional

De acordo com a pesquisa, 96% das latino-americanas concordam com o fato de que a depressão provoca alterações significativas no apetite e 87% dizem que a depressão na mulher diminui o desejo sexual. “Para as mulheres, essa percepção é particularmente importante. Sabemos a importância que elas dão a boa forma e como esses fatores poderão afetar diretamente na adesão ao tratamento”, alerta Belfort. Mais de 90% das  também acreditam que a depressão tem um grande impacto funcional, afetando diretamente sua vida familiar, profissional e social.  

Adesão ao tratamento

Procurar psicólogo ou sessões de análise ainda são a primeira alternativa como tratamento para a depressão para 59% das latino-americanas entrevistadas. Outras 41% afirmam que o médico psiquiatra é o mais indicado para tratar o problema e 32% consideram os antidepressivos como a forma mais correta e eficaz para o tratamento da doença. Nas mulheres que afirmaram ter depressão, estes índices sobem para 51% e 38%, respectivamente.  

Para 45% das entrevistadas, os medicamentos mais utilizados no tratamento da depressão provocam significativo aumento de peso. Entre as mulheres que afirmaram ter depressão, esse índice sobe para 50%. Para os especialistas, aumento de peso está entre um dos fatores que dificultam a adesão das mulheres ao tratamento da depressão. Para metade das entrevistadas, a perda de desejo sexual é outro efeito colateral dos antidepressivos que pode atrapalhar na adesão ao tratamento.

Entre as principais razões relatadas para abandono ao tratamento estão:

  • Se sentir melhor e achar que não precisa mais do remédio;
  • Esquecimento;
  • Aumento de peso;
  • Perda do desejo sexual;
  • Interação com outros medicamentos.

Crédito:Cris Padilha

Autor:Danilo Tovo

Fonte:Universo da Mulher