Rio de Janeiro, 29 de Março de 2024

OFTALMOLOGIA_Entrópio é o nome do incômodo, quando os cílios nascem invertidos

Entrópio é o nome do incômodo,

quando os cílios nascem invertidos

 

 

Quem convive com o entrópio sente, constantemente, a sensação de areia nos olhos e ardência. Os motivos geradores desse incômodo que se caracteriza pelo fato dos cílios nascerem voltados para o globo ocular, são até comuns, mas precisam ser tratados para manter a saúde da córnea e aliviar seu portador. “O entrópio pode se manifestar por mero acaso, por enfraquecimento muscular ou como sequela de inflamações mais agressivas na região ocular”, explica o oftalmologista Drys Dantas, do Hospital Oftalmológico de Brasília (HOB).

Algumas manifestações de entrópio se originam na casualidade. “Às vezes, quando um cílio que nasceu na posição certa cai, outro nasce voltado para o globo ocular. Mero acaso e pode ocorrer em qualquer idade e com qualquer pessoa. A inversão acontece em apenas alguns cílios”, diz o médico.

Após uma inflamação na pálpebra ou uma conjuntivite mais agressiva, por exemplo, alguns cílios também podem nascer voltados para o globo ocular.  Segundo Dantas, “esta reação não se apresenta em todos os casos de inflamação, mas ocorre diante da vulnerabilidade da região afetada”.

Outra condição apontada pelo especialista entre as origens deste incômodo que, quando não tratado adequadamente, pode levar à opacidade da córnea, diz respeito ao enfraquecimento do músculo ao redor da parte inferior do olho, o que é mais frequente em pessoas com idade acima de 50 anos. Nesses casos, “ocorre a perda da estabilidade do músculo, a pálpebra pode ficar flácida e propícia à inversão dos cílios, deixando-os em contato direto com a córnea ”, assinala.

Drys Dantas relata que a irritação, infecções e a opacidade da córnea - que é o quadro mais severo de conseqüência do entrópio -,  são causados pela lesão contínua da córnea provocada pelos cílios mal formados.

Tratamento - Para diminuir a sensação incômoda provocada pelo entrópio existem procedimentos paliativos, como a visita mensal ao oftalmologista para a retirada manual (cílio a cílio) com uma pinça. Mas Dantas não recomenda este método, pois observa que “o paciente terá alívio por alguns dias e, logo, os cílios voltam a crescer com a mesma formação e a situação não se resolve”.

Para o oftalmologista, o procedimento ideal para solucionar casos de entrópio é uma intervenção cirúrgica. “Nos casos de um ou dois cílios invertidos utiliza-se o procedimento de radiofrequência (ultra-som) aplicado na raiz do cílio deslocado, a fim de impedir novo crescimento do pêlo naquele local. No dia seguinte, o paciente já estará liberado para trabalhar”, explica.

Já nas situações em que é preciso resgatar a estabilidade entre o músculo e a pálpebra, o procedimento é um pouco mais complexo. “O médico dará alguns ‘pontos’ entre o músculo e a pálpebra e unirá as duas partes fazendo a pálpebra retornar a sua posição correta”, explica Dantas ao assinalar que a cirurgia é ambulatorial e não necessita de internação.

No pós-operatório da cirurgia de entrópio, o paciente usará pomadas cicatrizantes. O tempo de recuperação é de uma semana para retornar às atividades normais. Conforme Drys Dantas, a ocorrência do entrópio não é rara, representa mais de 15% dos casos diagnosticados entre aqueles pacientes que procuram especialistas em pálpebras. 

 

Crédito:Cris Padilha

Autor:Hospital Oftalmológico de Brasília (HOB)

Fonte:Universo da Mulher