Rio de Janeiro, 28 de Março de 2024

Quem se ama se cuida

Quando o corrimento é sinal de alerta
 
Quando a mulher tem uma infecção vaginal, o corrimento pode mudar na quantidade, na cor, no cheiro e na consistência. Ele pode vir ou não acompanhado de coceira e ardor na vagina e na vulva, na hora em que a mulher urina ou tem relações.
 
Pode também ocorrer dor na vagina ou no pé da barriga. Existem corrimentos provocados por outros desequilíbrios da flora e infecções, além dessas que citaremos abaixo.
 
É muito importante procurar assistência médica assim que surjam sintomas, pois uma infecção genital pode levar a problemas sérios de saúde, como gravidez nas trompas, abortos, partos prematuros, infecção no recém nascido, esterilidade (não poder ter filhos).
 
Por isso é tão importante saber a diferença entre o corrimento normal e o que indica problemas.
Conheça as infecções mais comuns que modificam o corrimento:

Candidíase: O corrimento vem branco com aparência e cheiro de leite talhado
 
O que é?
A candidíase é uma das infecções vaginais mais comuns. É provocada pelo mesmo fungo que causa o sapinho na boca dos bebês (cândida), que pode existir normalmente na vagina sem causar problemas. Mas quando aumenta muito, começa a provocar sintomas: mudança no corrimento, coceira e irritação da vagina, vermelhidão ou inchaço da vulva.
Fatores que facilitam o aparecimento da candidíase:
Uso de antibióticos;
Estresse físico ou mental, cansaço e falta de sono;
Gravidez;
Alimentação desequilibrada e com muito açúcar;
Diabetes;
Uso prolongado de absorventes (ex. Modess) e de absorventes internos (ex. OB);
Calcinha de tecidos sintéticos sem forro de algodão.
Como Tratar?
O tratamento médico tradicional é feito com cremes ou óvulos vaginais de nistatina e outros medicamentos.
Como tratamento alternativo, pode-se fazer uma lavagem vaginal com bicarbonato de sódio (uma colher das de sobremesa, rasa, dissolvida em um litro de água fria) para fazer banho de assento quando está coçando. 
 
Como prevenir:
É muito importante dormir o suficiente, reduzir o estresse, diminuir os doces e usar calcinhas 100% de algodão.
Lembre-se que a calcinha deve ser posta para secar em ambiente fresco e seco - evite deixá-la secando dentro do banheiro, que é quente e úmido, como os fungos gostam...
... e usar camisinha, masculina ou feminina!
 

Vaginose bacteriana
 
O que é?
O corrimento vem amarelo ou branco-acinzentado, com um cheiro forte de peixe, que piora durante as relações sexuais e na menstruação.
 
É o nome atual de uma infecção vaginal que até há pouco tempo recebia vários nomes: hemófilus vaginal, infecção vaginal inespecífica, gardnerella vaginal. 
 
A vaginose bacteriana, apesar do nome, não é causada por nenhum micróbio ou bactéria em especial. Ela é um desequilíbrio ecológico da vagina, causado pela falta das bactérias “protetoras” e pelo excesso de bactérias “estranhas à vagina” - como as bactérias do intestino e as do esperma. Às vezes ela pode estar associada às relações sexuais primeiro pelo ânus e depois pela vagina. Se você for fazer isso, use uma camisinha para a relação anal e troque por outra para a penetração vaginal.
 
Algumas pessoas acham que a vaginose pode surgir sem transmissão sexual, sendo às vezes uma contaminação, por exemplo, de fezes na vagina, pelo uso inadequado do papel higiênico ou do bidê.
 
Por isso é importante limpar a vagina sempre de frente para trás - de trás para a frente é mais cômodo, mas pode levar fezes à vagina. Se usar o bidê, comece lavando a vulva e depois lave o ânus.
 
Muitos acham que o bidê não é uma boa idéia para a higiene feminina, pelo risco de contaminação por fezes que ficam nos buraquinhos do chuveiro fixo do “chão” do bidê, e que o melhor seria usar o chuveirinho móvel, com a mangueirinha. 
 
A vaginose, além de alterar o corrimento, pode provocar algum ardor ou um pouco de coceira na vagina. Mas na metade dos casos, a mulher pode ter vaginose sem apresentar qualquer sintoma.
 
Portanto, em uma consulta ginecológica, deve-se pedir a(o) médica(o) para fazer um exame de bacterioscopia (um pouco do corrimento é colocado em uma lâmina que é examinada ao microscópio para análise da flora).
 
Embora a vaginose bacteriana seja a infecção vaginal mais comum, hoje sabe-se que quando a mulher a contrai, fica com a vagina “desprotegida”, o que facilita a entrada do vírus HIV (em três vezes) e das outras infecções transmitidas pelo sexo.
 
A vaginose também aumenta as chances de uma doença inflamatória pélvica e de inflamação no colo do útero. Ela também pode levar a problemas na gravidez ou na relação sexual.
 
 
Como tratar?
O tratamento médico é feito com medicamentos como o metronidazol. Dica: Como a vaginose acaba com as bactérias que protegem a vagina, é possível repor os lactobacilos colocando iogurte natural no fundo da vagina, com um aplicador de creme vaginal. Faça isso ao se deitar, pelo período de cinco dias. 
 
Como prevenir?
Não se sabe ao certo se esta é uma doença sexualmente transmissível (DST), mas é importante que o(a) parceiro(a) seja também examinado(a) caso apresente sintomas (coceira, ardor, etc.). O uso da camisinha (masculina ou feminina) é importante para evitar a reinfecção.
 
 
Tricomoníase
O corrimento vem amarelo-esverdeado e, às vezes, espumante.
 
O que é?
Essa infecção é provocada por um parasita transmitido sexualmente, chamado tricomonas. Os sintomas, além da variação no corrimento, são coceira e ardor vaginal e a vagina pode ficar avermelhada. 
 
Como tratar?
O tratamento médico é feito com medicamentos como o metronidazol, ingerido pela boca, por uma semana. Os cremes vaginais ajudam muito nos sintomas, mas às vezes não curam totalmente. Atenção: Como a tricomoníase é uma doença sexualmente transmissível (DST), o(a) parceiro(a) deve ser tratado(a).
 
Como prevenir?
Usando sempre camisinha, masculina ou feminina.
 
 
Gonorréia, Clamídia, HPV e Outras Doenças
 
Gonorréia
É uma infecção do colo do útero que geralmente não provoca sintomas, mas pode trazer muitas complicações quando não tratada a tempo, como esterilidade, gravidez nas trompas, entre outros problemas. A camisinha feminina ou masculina evitam a contaminação pela bactéria da gonorréia.
 
Clamídia
Também é uma doença do colo do útero causada por uma bactéria e que pode trazer problemas sérios, mesmo quando não apresenta sintomas. Para evitar a contaminação, use sempre camisinha masculina ou feminina.
 
HPV ou Verruga Genital
É um vírus que pode provocar câncer do colo do útero. No exame de Papanicolau, que deve ser feito anualmente, é possível detectar a presença do vírus e curar o câncer a tempo.
 
Outras Doenças
Sífilis, cancro mole e herpes são também doenças sexualmente transmissíveis, ou seja, são pegas durante a relação sexual. Por isso o uso de camisinha é tão importante. Sempre que a mulher percebe uma feridinha ou qualquer alteração nas suas partes íntimas, deve ir a um posto de saúde ou ao médico para ser examinada. Todas essas doenças podem ser facilmente tratadas quando descobertas a tempo. E todas pode trazer sérios problemas se não forem tratadas.
 
Uma dica: Sim, é totalmente possível ter uma vida sexual bastante saudável e ainda se divertir: use sempre camisinha, feminina ou masculina.
 
Outra dica: Não só o auto-exame das suas partes mimosas é importante. O auto-exame dos seios todos os meses também é fundamental para prevenir o câncer de mama.
 
 Camisinha
<--Masculina e Feminina-->
 
O uso da camisinha, masculina ou feminina, é o melhor recurso para promover a saúde sexual e reprodutiva: evita infecções da vulva, vagina e do colo do útero, e suas conseqüências, como a infertilidade.
 
É também o melhor recurso para prevenir o câncer de colo de útero. E além disso, previne a gravidez indesejada. Se isso não fosse suficiente, ainda ajuda você a evitar as complicações do uso de contraceptivos como a pílula e outros métodos hormonais (risco aumentado de derrame, manchas no rosto, ganho de peso, varizes, etc.) e do DIU (infecções, cólicas), e basta deixar de usar para ter sua fertilidade de volta.
 
No caso da camisinha feminina, ainda ajuda você a se conhecer melhor. E no caso da camisinha masculina, lembre a você mesma e a seu parceiro:
QUEM AMA CUIDA (de si e dos outros)
 
 

Crédito:Luiz Affonso

Autor:Gerson Dantas

Fonte:Universo da Mulher