Rio de Janeiro, 28 de Março de 2024

Brasileiro é exigente com aparência e desempenho

Maior pesquisa sobre sexo e afeto revela: satisfeito na cama, brasileiro é exigente com aparência e desempenho

 

Mosaico Brasil mostra as semelhanças e as diferenças no comportamento afetivo-sexual de 8.237 homens e mulheres de 10 capitais brasileiras

 

Como anda a vida sexual e afetiva do brasileiro?

Homens e mulheres estão satisfeitos?

Distinguem afeto de sexo?

Diferenças regionais são relevantes?

Será que a qualidade da vida sexual dos cuiabanos é semelhante a dos paulistas, por exemplo?

Esses foram alguns temas abordados no Mosaico Brasil, a maior pesquisa sobre sexo e afeto já realizada no País.

Conduzido pela professora Carmita Abdo, coordenadora do Projeto Sexualidade (ProSex) do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, com o apoio da Pfizer, o estudo ouviu 8.237 homens e mulheres com mais de 18 anos em 10 capitais brasileiras.

“O Mosaico Brasil mapeia o comportamento afetivo-sexual do brasileiro 10 anos após o advento de Viagra”, afirma João Fittipaldi, diretor médico da Pfizer. “A pesquisa mostra as semelhanças e as diferenças de opiniões entre homens e mulheres sobre sexo e afeto, em um País marcado pela diversidade de hábitos e costumes regionais.” 

Segundo dados da pesquisa, atualmente as conversas sobre sexo com a família são mais abertas e freqüentes para 57,9% dos homens e 60,6% das mulheres participantes do estudo. Homens de Curitiba (66,1%) e mulheres de Manaus (68,1%) são os que mais debatem o assunto em família. 

É opinião quase unânime dos entrevistados do Mosaico Brasil – mais de 95% das mulheres e dos homens -, que o sexo é importante ou muito importante para a harmonia do casal. E mais da metade dos brasileiros faz distinção entre vida afetiva e vida sexual, exceto as mulheres de Curitiba – 43,4%. Os homens de Fortaleza - 65,9% e as mulheres de Manaus - 60,4%, se destacam nessa distinção. 

Cerca de 45% dos brasileiros estão realizados tanto na vida sexual como na afetiva. Ao avaliar sexo e afeto separadamente, quase 30% de homens e mulheres disseram estar realizados só afetivamente. Contudo, quanto à realização exclusivamente na cama, a diferença de opiniões entre homens e mulheres é expressiva: quase o dobro dos homens (15,8%) versus 8,7% das mulheres estão realizados no sexo. Regionalmente, os índices mais baixos quanto à realização sexual foram encontrados entre os homens de Manaus (10,7%) e as mulheres de Curitiba (7,1%); os mais realizados sexualmente são os homens de Porto Alegre (18,4%) e as mulheres de Fortaleza (10,7%). 

Porém, quando os entrevistados foram perguntados sobre a qualidade geral da vida sexual, os brasileiros estão satisfeitos: 79,5% dos homens e 76,4% das mulheres classificam sua vida sexual como boa ou excelente. Os cuiabanos (86,3%) e as manauenses (84,2%) estão à frente na satisfação sexual. Homens e mulheres de São Paulo apresentaram os índices mais baixos nesse quesito: 25,4% e 29,1%, respectivamente, classificaram a satisfação com a vida sexual entre regular e péssima.  

Quando questionados sobre o receio de decepcionar o parceiro na relação sexual, as paulistanas e os fortalezenses são os mais confiantes: 45,3% delas e 57,1% deles não têm medo de decepcionar na hora do sexo. Nesse aspecto, os entrevistados de outras cidades ressentem-se mais: 72,6% dos homens de Brasília e 66,7% das mulheres de Belo Horizonte declararam ter medo de decepcionar o parceiro. 

Quando o assunto é qualidade de vida, as opiniões são bem divergentes entre as cidades e, especialmente, entre os gêneros. Nessa questão, foram incluídos 10 itens – alimentação saudável, tempo de convivência com a família, qualidade do sono, trabalhar no que gosta, atividade sexual, prevenção de doenças e cuidados com a saúde, convivência social, prática regular de exercícios, ter tempo para atividades culturais e hobbies e tirar férias regularmente.  

Nesse ranking, os homens acreditam que a atividade sexual só é menos importante do que ter uma alimentação saudável e o tempo de convivência com a família. Para média das brasileiras, o sexo cai para o 8º lugar, perdendo para alimentação saudável, tempo de convivência com a família, qualidade do sono, prevenção de doenças e cuidados com a saúde, trabalhar no que gosta, ter tempo para atividades culturais e hobbies e convivência social.  

Ainda nesse ranking, sexo é uma das prioridades para os homens do Rio de Janeiro e as mulheres de São Paulo: 2ª posição para os cariocas e 3ª posição para as paulistanas. Já para as mulheres de Manaus e Cuiabá, o sexo aparece em último lugar. Os homens dessas cidades também consideram outros itens mais importantes na qualidade de vida, deixando o sexo na 5ª posição.  

O Mosaico Brasil também questionou os participantes se, para os homens, a satisfação sexual depende da capacidade do homem de não falhar. Eles (63,5%) e elas (78,1%) concordaram. As opiniões mais divergentes entre as cidades são encontradas entre os homens de Brasília e as mulheres de Salvador – 58,3% deles discordam e 81,6% delas concordam com a afirmação.

Contrastante também é a opinião dos brasileiros quanto à possibilidade de fazer sexo com alguém com quem não estejam afetivamente envolvidos: 75,8% dos homens afirmaram que fariam sexo sem envolvimento, contra apenas 43,1% das mulheres.

Chama a atenção o alto índice dos cariocas – 82,7% deles fariam sexo sem envolvimento com a parceira.

As mulheres mais reservadas são as mineiras – somente 30,9% fariam sexo sem envolvimento.     

Pela pesquisa, entre sentir vontade de ter uma relação sexual e abordar o parceiro, 67,6% dos homens e 56,3% das mulheres precisam de até 30 minutos. Entre as mulheres de Porto Alegre, esse índice sobe para 61,2%. Entre os homens, os brasilienses se destacam – 73,4% precisam de até 30 minutos para abordar a parceira.

A aparência da parceira é um fator importante para o estímulo sexual para 88,9% dos homens entrevistados e para 72,3% das mulheres.

Para 65% dos participantes, a preocupação da mulher com sua aparência física é comparável à do homem com a ereção. Os índices caem entre as mulheres de Fortaleza (55,4%) e os homens de Manaus (58,2%); e sobem entre os homens de Curitiba (69,1%) e as mulheres do Distrito Federal (68,9%).  

Na média nacional, 42,9% dos homens perceberam uma piora na qualidade de ereção com o passar dos anos. Os paulistanos foram os que mais referiram essa piora (47,4%), enquanto os cuiabanos referiram o menor índice (35,9%).  

As gaúchas se destacam quanto a conseguir atingir o orgasmo na relação sexual: 83,6% delas declararam ter orgasmo, enquanto a média nacional é 76,5%. Cerca de 25% das cuiabanas raramente conseguem atingir o clímax, contra 19,4% da média das que responderam ser raro conseguir ter orgasmo  

A freqüência semanal com que homens e mulheres fazem sexo é semelhante nas 10 cidades brasileiras. Homens disseram ter cerca de três relações por semana, em média, enquanto as mulheres responderam ter duas, em média. Mas se dependesse só da vontade deles ou delas, a média semanal dobraria: seis vezes para os homens e quatro para as mulheres. Em um mesmo encontro acontecem, em média, duas relações sexuais, com a segunda ocorrendo em até uma hora depois da primeira para cerca de 75% dos brasileiros e brasileiras. 

Quem participou da pesquisa 

O Mosaico Brasil entrevistou 4.206 homens e 4.031 mulheres de 10 capitais brasileiras: Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Curitiba, Porto Alegre, Brasília, Cuiabá, Manaus, Salvador, Fortaleza, São Paulo, todos acima de 18 anos. A faixa etária entre 18 e 50 anos agrupou 83,4% dos homens e 86,2% das mulheres. A pesquisa é nacional e  mapeou, ao longo deste ano, o comportamento afetivo-sexual do brasileiro.  

A maioria dos homens (74,8%) e das mulheres (70,3%) pesquisados tem um relacionamento estável atualmente. Quanto à orientação sexual, 89,6% dos homens e 93,7% das mulheres declararam-se heterossexuais. Os homens homossexuais brasileiros somaram 7,8% e as mulheres, 4,9%. Declararam-se bissexuais 2,6% dos homens e 1,4% das mulheres.

 

Crédito:Cris Padilha

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Fonte:Universo da Mulher