Rio de Janeiro, 25 de Abril de 2024

Mulheres ao volante, perigo crescente

Mulheres ao volante, um perigo crescente nas ruas da cidade


Quando atravessar a rua, olhe sempre para os dois lados.
 
Mais do que isso, tenha cuidado redobrado se avistar alguma mulher ao volante.
 
Embora ainda representem um número infinitamente pequeno no trânsito fluminense — são 77.912 mulheres contra 2.236.134 homens — elas estão ficando cada vez mais audaciosas e ferozes na direção.
 
Tanto que já representam 46,5% dos 17.086 motoristas infratores, que atingiram 20 pontos ou mais na carteira de habilitação, no ano passado.

Secretária assume as multas do filho, de 22 anos

O dito popular que dá conta de que mulher no volante é sinal de perigo constante parece fazer mais sentido.
 
Desde o início do critério de pontuação na carteira, houve um salto no número de mulheres infratoras: de 28% de 21.531 que tiveram a habilitação suspensa, para 49% de 18.029 motoristas com 20 pontos ou mais no prontuário. Para o presidente do Detran, Hugo Leal, trata-se de um percentual alto para o número de mulheres dirigindo no Rio:

— Não creio que mulheres sejam mais ou menos irresponsáveis no trânsito do que homens. Esta não me parece ser uma questão de gênero.

Um levantamento recente do Detran descobriu que, na verdade, muitas das mulheres com prontuários com infrações graves estão servindo de bode expiatório para maridos, filhos e namorados: assumem erros que não cometeram.

— Isso parece ainda resquício de uma cultura machista — repreende Leal.

A secretária Y., moradora da Barra da Tijuca, tem carteira há 23 anos mas, por medo, tem motorista particular. Mesmo assim, teve a habilitação suspensa por dois anos, ao assumir as multas do filho, de 22 anos:

— Assumo as multas para ele não perder a carteira.
 
 

Crédito:Anna Beth

Autor:Alba Valéria Mendonça

Fonte:Universo da Mulher