Rio de Janeiro, 20 de Abril de 2024

Curvas - O novo padrão de beleza

Curvas - O novo padrão de beleza

O conceito de beleza não é algo fixo, imutável. Pelo contrário, a definição do que se considera belo varia através dos tempos. Diversos são os fatores que contribuem para esse fenômeno: a influência das musas do cinema, a moda, a revolução dos valores e costumes da sociedade, o surgimento do feminismo etc. Até mesmo as duas grandes guerras que a humanidade enfrentou acabaram alterando, cada uma à sua época, o padrão de beleza vigente. Logo no início do século XX, a Primeira Guerra Mundial (1914-1918) gerou a sensação de que era necessário "viver o presente", esse fato se refletiu também no comportamento das mulheres: elas deixaram um pouco o recato de lado para assumirem o gênero "mulher fatal", inspiradas principalmente na atriz americana Theda Bara, que abusava da maquiagem pesada e da sensualidade melancólica. Já no final da década de 30, o máximo de beleza que uma mulher podia almejar eram pernas longas e bem delineadas como as de Marlene Dietrich. O grande responsável por essa obsessão feminina foi o surgimento das meias finas de náilon, que logo se tornaram mania entre as consumidoras.

Entre as décadas de 40 e 50, nova mudança à vista: o corpo cheio de curvas das pinups - garotas que posavam para calendários - tornou-se moda, principalmente pelo sucesso de Marilyn Monroe. No Brasil, eram as vedetes do teatro rebolado que correspondiam ao padrão de beleza nacional. As formas roliças e generosas que essas moças exibiam, quase sempre dentro de trajes exíguos, foram saldo da Segunda Guerra Mundial (1940-1945): depois dos tempos difíceis, a abundância e a fartura eram o desejo da população, e isso se estendeu também ao corpo das mulheres.

Os anos 60 também chegaram trazendo novidades, que logo se estenderam à moda. O crescimento do movimento feminista, que culminou com a queima de sutiãs em praça pública, contribuiu para o sucesso das magrinhas "tipo tábua", como a famosa modelo inglesa Twiggy. Essa tendência foi se intensificando nos anos seguintes, e culminou na década de 80, quando o culto à magreza atingiu seu auge. A mania das aulas de aeróbica nas academias de ginástica e o surgimento da lipoaspiração, em 1982, contribuíram para a moda dos corpos magros. Mas foi no início da década de 90 que o mundo das passarelas e dos desfiles de moda popularizou-se com força total, devido principalmente à glamourização da vida das top models pela mídia. Com isso, as mulheres passaram a se inspirar nas modelos milionárias como ideal de beleza. E havia lugar para tudo: desde as curvas de Cindy Crawford até o visual anoréxico de Kate Moss. Essa década trouxe ainda outra novidade: as próteses de silicone para os seios, antes consideradas cancerígenas, foram absolvidas após inúmeras pesquisas, e caíram no gosto da mulherada. No Brasil, uma das precursoras dos seios tamanho GG foi Joana Prado, que logo foi seguida por Carla Perez, Daniele Winits, Suzana Alves, Scheila Carvalho e Sheila Mello, entre outras.

Usando o bom senso

Como podemos perceber, através dos séculos as mulheres sempre tiveram um ideal de beleza para se inspirar. É natural até mesmo encarar um regime, academia ou mesmo cirurgia plástica para ficar mais próxima a esse ideal. Porém, isso pode ser perigoso se não houver bom senso, pois cada mulher possui uma estrutura corporal diferente e não adianta querer mudar isso. De acordo com a Dra. Deusa Pires Rodrigues, uma paciente gordinha dificilmente ficará com a cintura fina como a das modelos, nem que se submeta a uma lipoaspiração. Mesmo assim, é possível afinar um pouco a região, de modo a tornar o corpo da paciente mais delineado e sedutor.
Outro caso comum é o de pacientes magras, com tórax estreito e seios pequenos, que pedem para colocar próteses de silicone grandes demais para sua estrutura. Segundo o cirurgião Herbert Gauss, um implante desproporcional pode causar estrias nos seios e até mesmo necrose nos tecidos. No entanto, utilizada com bom senso, a prótese pode tornar o corpo de uma mulher nessas condições muito mais proporcional.
A cirurgia plástica pode ser uma grande aliada na conquista de seu ideal de beleza, basta respeitar as limitações do seu corpo e seguir as orientações de um bom profissional. Conheça agora as cirurgias plásticas capazes de colocar as curvas da moda em seu corpo!

O que fazer para conseguir ...

SEIOS DE PINUP
De acordo com o Dr. Herbert Gauss, as próteses atuais são texturizadas, muito mais seguras que as antigas próteses lisas: "Os implantes modernos diminuem os risco de encapsulamento (endurecimento), e se adaptam melhor ao organismo. Por isso, a expectativa é que a prótese texturizada tenha vida útil muito superior à lisa, podendo até mesmo ser definitiva" - explica o médico.
Segundo o cirurgião, a escolha do tamanho da prótese se baseia principalmente na experiência do profissional: "Normalmente, eu bato o olho na paciente e percebo qual volume é apropriado" - explica. Também é possível escolher entre as próteses de perfil alto ou baixo. As altas, como o próprio nome diz, são as que privilegiam a parte superior da mama, ou seja, realçam o colo. As baixas correspondem ao padrão americano, onde o volume se concentra na parte inferior, como os seios da atriz Pamella Anderson. Quanto ao posicionamento do implante e a via de incisão, o cirurgião afirma: "Coloco a prótese na região retroglandular (entre as glândulas mamárias e o músculo), pois assim não há perigo de deslocamento. Já a cicatriz, opto por posicionar no sulco mamário. Considero a incisão pela axila perigosa, pois a região possui inúmeros vasos sanguíneos e linfáticos que impedem a hemostasia (secagem feita nos vasos para diminuir o sangramento). Já a incisão pelo mamilo é desaconselhável pois a cicatriz fica muito visível".

CINTURINHA DE PILÃO
Segundo a Dra. Deusa Pires Rodrigues, a lipoaspiração é uma técnica muito procurada por quem deseja conquistar uma barriga lisinha e afinar a cintura. Essa procura se deve, em grande parte, à evolução da técnica, principalmente no que diz respeito ao surgimento de cânulas cada vez mais finas: "O tamanho das cânulas atuais proporciona um resultado mais homogêneo. Antigamente, o risco de depressões e ondulações na pele era muito maior" - explica a cirurgiã.
É importante ressaltar que a lipoaspiração não substitui um regime: "O máximo que podemos retirar de gordura é o equivalente a 5% do peso do paciente, em geral cerca de 3 litros. Desse total, quase 1 litro é de sangue, daí não ser recomendado retirar um volume maior." - afirma a médica. Em relação à cintura, deve-se também levar em consideração outros aspectos além da gordura, tais como costelas e músculos.

BUMBUM EMPINADO E REDONDINHO
De acordo com o Dr. Eduardo Dantas, a única cirurgia capaz de aumentar efetivamente bumbuns pouco desenvolvidos, e até mesmo atenuar a flacidez da região, é o implante de prótese glútea. Trata-se de um procedimento relativamente recente no Brasil, e que começou a se popularizar há cerca de 3 anos. "Antes, as próteses eram colocadas por cima do músculo, o que resultava num aspecto artificial" - afirma o médico. "Hoje em dia, temos uma nova técnica que permite a colocação submuscular com resultado mais natural e seguro, pois impede que o implante se desloque." - completa.
Segundo o cirurgião, as próteses são confeccionadas com material mais resistente que as próteses mamárias, uma vez que a região sofre muitos atritos e suporta o peso do corpo quando sentamos ou deitamos. Por baixo da grossa camada que reveste o implante, há um gel de silicone coeso, ou seja, que não se espalha nem se perfura. "Eu recomendo às minhas pacientes não tomar injeção no bumbum. Mas, mesmo que isso ocorra, a prótese não irá se romper. O problema é que o remédio ficará preso no silicone, e não vai fazer efeito" - explica o cirurgião. Uma boa notícia: a cirurgia não deixa cicatrizes aparentes, pois a incisão é feita no sulco interglúteo.

Padrões de beleza
 

Crédito:Luiz Affonso

Autor:Érika Vernier

Fonte:Plástica e Beleza